sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

IDEOLOGIA

Imagem: Nicolas Roerich - Abode of Gesar -1947


Saudações Rosacruzes!

Está claro ao bom observador que o nosso mundo passou de um dogma religioso para um dogma econômico. Hoje, o “sistema” comanda nossas vidas. Você já percebeu o caos quando você chega a um local em que o “sistema” está fora do ar? Nos últimos meses, as fortes quedas das bolsas em todo o mundo geraram tanta confusão nos mercados que os governos dos países ricos, defensores do capitalismo livre e sem interferência do Estado obrigaram-se a intervir para salvar organizações de grande porte e evitar um colapso da economia mundial. Trilhões de dólares foram investidos para socorrer os bancos e empresas em crise. O mercado ganhou status de Instituição.


Para recuperar as economias, no atual modelo, a solução é aumentar o consumo, então as receitas sugeridas são de aumentar o crédito para que as pessoas possam consumir mais, para que a economia mundial possa ser salva. Reverbera em nossa consciência a necessidade de a humanidade rever suas prioridades. Para onde estamos indo? Será que em algum momento refletiremos sobre a impossibilidade do crescimento ao infinito, como supõe uma economia dita “saudável”? Onde ficam as pessoas e os valores humanos nessa equação? Será este o paradigma ideal?

Preconizando a crise econômica mundial, no 4º Manifesto Rosacruz, o Positio Fraternitatis Rosae Crucis, está escrito: “No tocante à economia, consideramos que ela está completamente à deriva. Todo mundo pode constatar que ela condiciona cada vez mais a atividade humana e é cada vez mais normativa. Hoje em dia ela assume a forma de redes estruturadas muito influentes e, portanto, dirigistas, quaisquer que sejam suas aparências. Por outro lado, mais que nunca ela funciona a partir de valores determinados que se pretende quantificáveis: custo de produção, limiar de rentabilidade, avaliação do lucro, duração do trabalho, etc. Esses valores são consubstanciais com o sistema econômico atual e lhe fornecem os meios de alcançar os fins que persegue. Infelizmente, esses fins são fundamentalmente materialistas, porque baseados no lucro e no enriquecimento excessivo. Assim é que se chegou a colocar o Ser Humano a serviço da economia, quando essa economia é que deveria ser colocada ao serviço do Ser Humano.

Em nossos dias, todas as nações são tributárias de uma economia mundial que se pode qualificar como totalitária. Esse totalitarismo econômico não corresponde às mais elementares necessidades de centenas de milhões de pessoas, ao passo que as massas monetárias nunca foram tão colossais no plano mundial. Isto significa que as riquezas produzidas pelos homens só beneficiam uma minoria deles, o que deploramos. De fato, constatamos que a defasagem não cessa de se ampliar entre os países mais ricos e os países mais pobres. Pode-se observar o mesmo fenômeno em cada país, entre os mais desprovidos e os mais favorecidos. Consideramos que assim é porque a economia se tornou especulativa demais e porque ela alimenta mercados e interesses que são mais virtuais que reais”.

Parece-nos que as ideologias ditam os ideais e, sem refletir, o mundo procura por um “sucesso” que quando alcançado pergunta-se: - e daí?

O grego Aristóteles em sua Ética a Nicômaco, afirma que nascemos para ser felizes. Será possível neste modelo?

Até a próxima Semana!
Que assim nos ajude Deus!

Hélio de Moraes e Marques
Grande Mestre