sábado, 8 de maio de 2010

A Ânsia de Resultado



A Ânsia de Resultado se refere a um tipo de impedimento na expressão da Vontade pura.

Referências nos Escritos de Crowley

O termo "ânsia de resultado" primeiramente aparece no Capítulo I do Livro da Lei:
"Pois vontade pura, desembaraçada de propósito, livre da ânsia de resultado, é toda via perfeita." (AL I:44)

Em seu "Comentários sobre o Livro da Lei, Crowley discute tipicamente o conceito de “ânsia do resultado” junto com aquele da “finalidade".

Do Antigo Comentário (1913) no AL I:44:
Recomenda-se "não-fixar-se". Os estudantes compreenderão como na meditação a mente que se une à esperança do sucesso está tão amarrada como se estivesse atada a uma ideia de base material. É um vínculo e o objetivo é a liberdade.'"

Recomendo um estudo sério da palavra unassuaged (insatisfeita), a qual parece não muito inteligível. (Magical and Philosophical Commentaries, p.135)'"

Do Novo Comentário (1920) sobre AL I:44:
Este verso é melhor interpretado pela definição de “vontade pura” como a verdadeira expressão da Natureza, o movimento próprio as, ou inerente no, assunto em questão. É artificial termos algum fito em mira. O estudante é referido a Liber LXV, Cap. II, v. 24, e ao Tao Teh King. Isto se torna particularmente impor-tante em graus elevados. A gente não deve praticar Yoga, etc., a fim de conseguir Samadhi, como um garoto da escola ou um caixeiro de venda; mas por amor à coisa, como um artista.


"Desembaraçada" significa "sem seu gume perder fio por causa de", ou "sem ser embotada por". O estudante puro não pensa no resultado do exame.

Liber Cordis Cincti Serpente vel LXV, Capítulo II, v. 24, diz:
"E eu reclinei minha cabeça contra a Cabeça do Cisne, e ri-me, dizendo: Não há alegria inefável neste vôo sem fito? Não há cansaço e impaciência para quem quereria alcançar algum alvo?"

Ainda no mesmo Liber, Capítulo V, v. 51:

"Que o fracasso e dor não desencorajem os adoradores. As fundações da pirâmide foram lavradas na rocha viva antes do pôr-do-sol; chorou o rei na aurora porque a coroa da pirâmide ainda não havia sido lavrada na terra distante?"


Os comentários de Crowley no verso acima leem-se como se segue:


"O Adepto, aproximando seu pensamento ainda mais do Êxtase, ri, tanto de pura alegria quanto porque acha graça na absurda incongruidade de argumentos "razoáveis" dos quais ele está agora livre para sempre; e expressa a sua idéia assim: O livre exercício de nossa faculdades é pura alegria; se eu sentisse necessidade de alcançar algum objetivo, isto resultaria na dor do desejo, na tensão do esforço, e no medo de fracasso."



Em O Livro de Thoth, Crowley relaciona o 10 de paus com a ânsia de resultado:

"O todo da figura sugere opressão e repressão. É crueldade estúpida e obstinada da qual não há fuga. É uma Vontade que nada compreendeu além de seu propósito lânguido, sua "luxúria do resultado" e devorará a si mesma nas conflagrações que evocou"

O Livro de Thoth- O Taro, Aleister Crowley

Fonte: Ocultura