segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O MESTRE SUFI




Um Mestre Sufi contava sempre uma parábola no final de cada aula, mas os alunos nem sempre entendiam o seu significado.

- Mestre, - perguntou um deles, certo dia - tu contas-nos contos mas nunca nos explicas o que significam.
- As minhas desculpas. - disse o Mestre - Como compensação, deixa-me que te ofereça um belo pêssego.
- Obrigado, Mestre - disse o discípulo, comovido.
- Mais ainda: como prova do meu afeto, queria descascar-te o pêssego. Permites que o faça?- Sim, muito obrigado. - disse o discípulo.
- E, já que tenho a faca na mão, não gostarias que eu cortasse o pêssego em pedaços, para que te seja mais fácil comê-lo?- Sim, mas não quero abusar da tua generosidade, Mestre...- Não é um abuso; sou eu que me estou a oferecer. Quero apenas agradar-te. Permite-me também que mastigue o pêssego antes de to oferecer...
- Não, Mestre! Não gostaria que fizesses isso! - queixou-se o discípulo, surpreendido.
O Mestre fez uma pausa e disse:
- Se vos explicasse o sentido de cada conto, seria como dar-vos de comer fruta mastigada.

Sufismo: Origem e história


"O sufismo é um andar no caminho de Deus, uma educação espiritual sob orientação de um shaykh, mestre espiritual, uma experiência individual saboreada pelo adepto do tasawwuf, uma ligação entre a origem da criação e a vontade de descobrir os seus mistérios, o desejo ardente de atingir ou, pelo menos, de aproximar-se da Verdade e afastar-se da ilusão."

O sufismo (árabe: tasawwuf; persa: Sufi gari) é a corrente mística e contemplativa do Islão. Os praticantes do sufismo, conhecidos como sufis ou sufistas, procuram uma relação directa com Deus através do Zikr e outras formas de meditação.

O termo sufismo é utilizado para descrever um vasto grupo de correntes e práticas. As ordens sufis (Tariqas) podem estar associadas ao islão sunita, islão xiita ou uma combinação de várias correntes.O pensamento sufi nasceu no Médio Oriente no século VIII, mas encontra-se hoje por todo o mundo. Na Indonésia, actualmente a nação com maior número de muçulmanos, o islão foi introduzido através das ordens sufis.

O àrabe é um idioma substancialmente de origem egípcia, etmológica e linguísticamente é provado através de estudos reconhecidos e aprovados. Para alguns autores a palavra é oriunda de suf que significa "lã" em árabe. Aparentemente os primeiros praticantes deste tipo de religiosidade tinha por hábito vestir-se com lã como forma de demonstrar a sua simplicidade, sendo provavelmente influenciados pelos ascetas cristãos da Síria e da Palestina. A lã possuía também uma conotação espiritual nos tempos pré-islâmicos.

Para outros autores a origem deve ser procurada na palavra árabe safa, que significa "pureza".
Seja como for, estas palavras tem origem no egípcio antigo, onde as palavras SOF, SEF, SAF, SUF E SIF todas tem como significado PUREZA. Portanto, a palavra SUFI é de origem substancialmente egípcia, isto não quer dizer que o Sufismo seja egípcio, embora tenha como base muita coisa do Egito Antigo, a forma como o conhecemos hoje foi dada graças ao Islamismo, visto que o Sufismo é atemporal e a cada época se apresenta de uma forma diferente, porém sempre com o mesmo conteúdo.

Conhecido por muitos como o misticismo do Islão, o sufismo é uma filosofia de autoconhecimento e contato com o divino através de práticas meditativas, reclusão, danças, poesia e música. Os sufis acreditam que Deus é amoroso e o contato com ele pode ser alcançado pelos homens através de uma união mística, independente da religião praticada. Por este conceito de Deus foram, muitas vezes, acusados de blasfêmia e perseguidos pelos próprios muçulmanos, pois contrariavam a idéia de um Deus que julgava e punia, a quem os homens deveriam se submeter.

Hallad, um dos maiores representantes do sufismo, foi executado, pois dizia que Deus passara a morar dentro dele; que havia atingido a total união e harmonia com Ele. Como o ideal do sufismo era ascético, acreditavam que Jesus era tão importante quanto Muhammad (saw), que o Alcorão era tão essencial quanto a Bíblia ou a Torá. Quase um século e meio depois, Ghazali, um dos maiores pensadores do mundo e seguidor sufi, disseminava a idéia de que a verdade mística não pode ser aprendida, mas sim experimentada por meio do êxtase.

Para os sufis a origem histórica da sua religiosidade pode ser encontrada nas práticas meditativas do profeta Muhammad (saw). Este tinha por hábito refugiar-se nas cavernas das montanhas de Meca onde se dedicava à meditação e ao jejum. Foi durante um desses retiros que Muhammad (saw) recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe comunicou a primeira revelação de Deus.

Encontramos seguidores desta corrente em todos os segmentos sociais: camponeses, donas-de-casa, advogados, comerciantes... Sua filosofia básica é: "Estar no mundo, mas não ser dele", livre da ambição, da cobiça, do orgulho intelectual, da cega obediência ao costume ou do respeitoso amor às pessoas de posição mais elevada.


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Colaboração: Mysticum Studiosus - Grupo *Rosacruzes