sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ensinamentos: Oito Versos que Transformam a Mente



Ensinamentos: Oito Versos que Transformam a Mente

Vou agora ler e explicar brevemente um dos mais importantes textos sobre a transformação da mente, Lojong Tsigyema (Oito Versos que Transformam a Mente). Este texto foi composto por Geshe Langri Tangba, um bodisatva bastante incomum. Eu próprio o leio todos os dias, tendo recebido a transmissão do comentário de Kyabje Trijang Rinpoche.

1. Com a determinação de alcançar
O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes,
Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos,
Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.

Aqui, estamos pedindo: "Possa eu ser capaz de enxergar os seres como uma jóia preciosa, já que são o objeto por conta do qual poderei alcançar a onisciência; portanto, possa eu ser capaz de prezá-los e estimá-los."

2. Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender
A pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas,
E, com todo respeito, considerá-las supremas,
Do fundo do meu coração.

"Com todo respeito considerá-las supremas" significa não as ver como um objeto de pena, o qual olhamos de cima, mas, sim, as ver como um objeto elevado. Tomemos, por exemplo, os insetos: eles são inferiores a nós porque desconhecem as coisas certas a serem adotadas ou descartadas, ao passo que nós conhecemos essas coisas, já que percebemos a natureza destrutiva das emoções negativas. Embora seja essa a situação, podemos também enxergar os fatos de um outro ponto de vista. Apesar de termos consciência da natureza destrutiva das emoções negativas, deixamo-nos ficar sob a influência delas e, nesse sentido, somos inferiores aos insetos.

3. Em todos os meus atos, vou aprender a examinar a minha mente
E, sempre que surgir uma emoção negativa,
Pondo em risco a mim mesmo e aos outros,
Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.

Quando nos propomos uma prática desse tipo, a única coisa que constitui obstáculo são as negatividades presentes no nosso fluxo mental; já espíritos e outros que tais não representam obstáculo algum. Assim, não devemos ter uma atitude de preguiça e passividade diante do inimigo interno; antes, devemos ser alertas e ativos, contrapondo-nos às negatividades de imediato.

4. Vou prezar os seres que têm natureza perversa
E aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos,
Como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso,
Muito difícil de achar.

Essas linhas enfatizam a transformação dos nossos pensamentos em relação aos seres sencientes que carregam fortes negatividades. De modo geral, é mais difícil termos compaixão por pessoas afligidas pelo sofrimento e coisas assim, quando sua natureza e personalidade são muito perversas. Na verdade, essas pessoas deveriam ser vistas como objeto supremo da nossa compaixão. Nossa atitude, quando nos deparamos com gente assim, deveria ser a de quem encontrou um tesouro.

5. Quando os outros, por inveja, maltratarem a minha pessoa,
Ou a insultarem e caluniarem,
Vou aprender a aceitar a derrota,
E a eles oferecer a vitória.

Falando de modo geral, sempre que os outros, injustificadamente, fazem algo de errado em relação à nossa pessoa, é lícito retaliar, dentro de uma ótica mundana. Porém, o praticante das técnicas da transformação da mente devem sempre oferecer a vitória aos outros.

6. Quando alguém a quem ajudei com grande esperança
Magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo,
Vou aprender a ver essa outra pessoa
Como um excelente guia espiritual.

Normalmente, esperamos que os seres sencientes a quem muito auxiliamos retribuam a nossa bondade; é essa a nossa expectativa. Ao contrário, porém, deveríamos pensar: "Se essa pessoa me fere em vez de retribuir a minha bondade, possa eu não retaliar mas, sim, refletir sobre a bondade dela e ser capaz de vê-la como um guia especial."

7. Em suma, vou aprender a oferecer a todos, sem exceção,
Toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos,
E a tomar sobre mim, em sigilo,
Todos os males e sofrimentos daqueles que foram minhas mães.

O verso diz: "Em suma, possa eu ser capaz de oferecer todas as qualidades boas que possuo a todos os seres sencientes," — essa é a prática da generosidade — e ainda: "Possa eu ser capaz, em sigilo, de tomar sobre mim todos os males e sofrimentos deles, nesta vida e em vidas futuras." Essas palavras estão ligadas ao processo da inspiração e expiração.

Até aqui, os versos trataram da prática no nível da bodhicitta convencional. As técnicas para cultivo da bodhicitta convencional não devem ser influenciadas por atitudes como: "Se eu fizer a prática do dar e receber, terei melhor saúde, e coisas assim", pois elas denotam a influência de considerações mundanas. Nossa atitude não deve ser: "Se eu fizer uma prática assim, as pessoas vão me respeitar e me considerar um bom praticante." Em suma, nossa prática destas técnicas não deve ser influenciada por nenhuma motivação mundana.

8. Vou aprender a manter estas práticas
Isentas das máculas das oito preocupações mundanas,
E, ao compreender todos os fenômenos como ilusórios,
Serei libertado da escravidão do apego.

Essas linhas falam da prática da bodhicitta última. Quando falamos dos antídotos contra as oito atitudes mundanas, existem muitos níveis. O verdadeiro antídoto capaz de suplantar a influência das atitudes mundanas é a compreensão de que os fenômenos são desprovidos de natureza intrínseca. Os fenômenos, todos eles, não possuem existência própria — eles são como ilusões. Embora apareçam aos nossos olhos como dotados de existência verdadeira, não possuem nenhuma realidade. "Ao compreender sua natureza relativa, possa eu ficar livre das cadeias do apego."

Deveríamos ler Lojong Tsigyema todos os dias e, assim, incrementarmos nossa prática do ideal do bodisatva.
(Extraído de The Union Of Bliss And Emptiness.)

Fonte: Aqui

KRIYA YOGA

KRIYA YOGA


Kriya Yoga é um método simples, psicofisiológico, pelo qual o sangue humano se descarboniza e volta a oxigenar-se. Os átomos deste extra-oxigênio transmutam-se em corrente vital para rejuvenescer o cérebro e os centros da espinha. Sustando a acumulação de sangue venoso, o iogue pode diminuir ou evitar a degeneração dos tecidos. O iogue adiantado transmuta suas células em energia. Elias, Jesus, Kabir e outros profetas foram, no passado, mestres no uso de Kriya ou de uma técnica similar, pela qual eles materializavam ou desmaterializavam seus corpos à vontade.
Kriya é uma ciência antiqüíssima. Láhiri Mahásaya recebeu-a de seu grande guru, Bábají, que redescobriu e purificou esta técnica depois da Idade Média, época em que esteve perdida. Bábají batizou-a de novo, simplesmente, de Kriya Yoga.

Kriya Yoga é um instrumento que pode acelerar a evolução humana - explica Sri Yuktéswar a seus estudantes. - Os antigos iogues descobriram que o segredo da consciência cósmica se liga intimamente ao domínio da respiração. Esta é a contribuição sem par, e imortal, da índia, ao tesouro de conhecimento do mundo. A força vital, que comumente se emprega para manter a pulsação cardíaca, deve tornar-se livre para atividades superiores por meio de um método que acalme e deteriore as demandas incessantes da respiração.
O Kriya Yogi dirige mentalmente sua energia vital para cima e para baixo, a fim de fazê-la girar em torno dos seis centros espinhais (plexos medular, cervical, dorsal, lombar, sacro e coccígeo), correspondentes aos doze signos astrais do Zodíaco, o Homem Cósmico simbólico. Meio minuto de revolução da energia ao redor do sensitivo cordão da espinha, efetua progressos sutis na evolução do homem; esse meio minuto de Kriya equivale a um ano de desenvolvimento comum. 

Kriya Yoga nada tem de comum com exercícios respiratórios anti-científicos ensinados por certos fanáticos extraviados. Tentativas de reter a respiração nos pulmões, até o exagero, são artificiais e decididamente desagradáveis, A prática de Kriya, ao contrário, é acompanhada, desde o início, por sentimentos de paz e sensações suavizantes, de efeito regenerador na espinha. 

Esta antiga técnica iogue converte a respiração em substância mental. O adiantamento espiritual permite ao devoto conhecer a respiração como um conceito, um ato da mente: ela é, pois, uma respiração de sonho. 

Com alimentação apropriada, luz solar e pensamento harmoniosos, homens que se deixam guiar apenas pela Natureza e seu divino plano, alcançarão a experiência de Deus em um milhão de anos. Necessitam-se doze anos de vida normal saudável para que se efetue o mais leve refinamento na estrutura do cérebro; um milhão de anos solares são precisos até purificar o alojamento cerebral o suficiente para que manifeste a consciência cósmica. Um Kriya Yogi, entretanto, pelo exercício desta ciência espiritual, livra-se da necessidade de um longo período de cuidadosa observância das leis naturais. 

Kriya Yoga é o verdadeiro “rito do fogo”, muitas vezes enaltecido no Gíta. O iogue arroja seus anseios humanos numa fogueira monoteísta consagrada ao Deus incomparável. Nesta autêntica cerimônia do fogo, todos os desejos passados e presentes são o combustível consumido pelo amor divino. A Flama Última recebe em holocausto a derradeira loucura humana e o homem se vê livre de escórias. Seus ossos metafóricos despojados de toda carne sensual, seu esqueleto cármico branqueado pelos sóis anti-sépticos da sabedoria, sem ofensas ao homem e ao Criador, ele se encontra - finalmente - limpo

Paramahansa YoganandaAutobiografia de Um Iogue, capítulo 26
 
Mensagem do Guru:

"Não quero dar qualquer outra prova da verdade que não esteja apoiada na experiência pessoal. Quanto mais alguém a pratica [a técnica de Kriya Yoga] com paciência e regularidade, tanto mais sente, intensa e demoradamente, que está fixo na Bem-aventurança ou Deus.

"Devido à persistência de maus hábitos, a consciência da existência corporal, com todas as suas lembranças, revive ocasionalmente e combate essa tranqüilidade. Se, porém, qualquer um praticar este método regularmente e por períodos prolongados, pode ter a certeza de que, em tempo, encontrar-se-á em elevado estado supramental de Bem-aventurança.

"Não devemos, todavia, com exagero, imaginar antecipadamente os resultados possíveis a que este processo pode conduzir e, então, parar de praticá-la após curta tentativa. Para fazer real progresso, são necessários os seguintes fatores: primeiro, dedicada atenção ao assunto que vai ser aprendido; segundo, o desejo de aprender e um espírito sério de investigação; terceiro, firmeza até o objetivo colimado ser alcançado.

"Se apenas trabalharmos parcialmente e depois de uma prática limitada a interrompemos, o resultado almejado não virá. Um neófito em práticas espirituais, que tenta prejulgar a experiência dos peritos - os mestres e profetas de todos os tempos - assemelha-se à criança que procura imaginar a que se assemelham os cursos de pós-graduação.


"É grande pena que os homens despendam seu tempo e seus melhores esforços para conseguir o que é necessário à existência mundana, ou em controvérsias intelectuais acerca de teorias. Parece que raramente pensam valer a pena perceber e pacientemente experimentar na vida as verdades que não só vivificam, como também conferem significação à existência. Esforços mal orientados prendem a atenção dessas pessoas durante mais tempo do que as iniciativas bem conduzidas.

"Eu venho praticando o método mencionado por muitos anos e, quanto mais o pratico, tanto mais sinto a alegria de um estado de Bem-aventurança permanente e infalível."
Paramahansa Yogananda
The Science of Religion, pág.62

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Os Mistérios de Baphomet




Os Mistérios de Baphomet
Nota Editorial: Este Artigo foi publicado como matéria de capa da Revista Sexto Sentido nº 45, de outubro de 2003, da Mythos Editora. Posteriormente, em maio de 2006, ele foi reeditado em Sexto Sentido Especial, "Os Templários". Para esta versão on-line de "Os Mistérios de Baphomet", foram mantidos o texto original completo, bem como as referências bibliográficas das obras consultadas pelo autor. Clique na imagem da Revista para ir para a página da Revista Sexto Sentido, no Site da Mythos Editora.
por Carlos Raposo
www.artemagicka.com

A esfinge grega tem cabeça e seios de mulher,
asas de pássaro e corpo e pés de leão.
Outros lhe atribuem corpo de cachorro e cauda de serpente.
Conta-se que devastava o país de Tebas, propondo enigmas aos homens
e devorando os que não sabiam resolvê-los.
(Jorge Luis Borges, O Livro dos Seres Imaginários)

Uma das imagens de mais forte presença no universo ocultista de nossa época, por vezes erroneamente interpretada como uma rebuscada representação do diabo católico, recebe o nome de Baphomet. Todavia, apesar de muito ter sido especulado sobre o lendário ídolo dos Templários, pouca informação confiável existe a respeito desta enigmática figura. Daí vêm as inevitáveis questões: o que de fato esta imagem significa e qual a sua origem? Além disso, o que ela hoje representa dentro das Ciências Arcanas? Há algum culto atualmente celebrado cujos fundamentos estejam calcados neste Mistério?

Este pequeno exame sobre os Mistérios de Baphomet tem como principal objetivo fornecer algumas orientações iniciais ao tema, permitindo assim que cada Estudante possa encontrar subsídios para ir, aos poucos, formando sua própria opinião, de modo a melhor poder avaliar o que normalmente é encontrado ou divulgado nos círculos iniciáticos atuais.

Em relação a seus aspectos históricos, mesmo não sendo possível estabelecer com precisão uma inequívoca e incontestável ascendência do termo, é sabido que talvez a origem do que veio a se tornar um mito esteja enraizada no princípio do século XIV da Era Cristã.

Em 1307 uma série de acusações daria início a cruel perseguição imposta pelo Papa Clemente V (Arcebispo de Bordéus, Beltrão de Got) e pelo Rei de França Felipe IV, mais conhecido como Felipe o Belo, contra a Ordem dos Cavaleiros do Templo, também chamada de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, ou, simplesmente, Templários. O processo inquisitorial movido contra os Templários foi encerrado em 12 de setembro de 1314, quando da execução do Grão Mestre da Ordem do Templo, Jacques de Molay, juntamente com outros dois nobres Cavaleiros, todos queimados pelas chamas da Inquisição.

No longo rol de acusações estavam: a negação de Cristo, recusa de sacramentos, quebra de sigilo dos Capítulos e enriquecimento, apostasia, além de práticas obscenas e sodomia.(1) O conjunto das acusações montaria um quadro claro do que foi denominado de desvirtuação dos princípios do cristianismo, os quais teriam sido substituídos por uma heterodoxia doutrinária de procedência oriental,(2) sobremodo islâmica.

No entanto, dentre as inúmeras acusações movidas contra os Templários, uma ganharia especial notoriedade, pois indicava adoração a um tipo de ídolo, algo diabólico, entendido como um símbolo místico utilizado pelos acusados em seus supostos nefastos rituais. Na época das acusações, costumava-se dizer que em cerimônias secretas, os Templários veneravam um desconhecido demônio, que aparecia sob a forma de um gato, um crânio ou uma cabeça com três rostos.(3) Todavia, examinando a acusação movida por Clemente V, encontraremos originalmente(4) o seguinte: item quod ipsi per singulas provincias habeant idola; videlicet capita quorum aliqua habebant tres facies, et alia unum; et aliqua cranuim humanum habebant.(5) Na acusação, embora seja feita menção a adoração de uma “cabeça”, um “crânio”, ou de um “ídolo com três faces”, nada é mencionado, especificamente, sobre a denominação Baphomet.

De onde, então, teria surgido o termo?

Não se sabe com precisão onde surgiu o termo Baphomet. Uma das possíveis origens, entretanto, é atribuída a pesquisa do arqueólogo austríaco Barão Joseph Von Hammer-Pürgstall,(6) um não simpatizante do ideal Templário, que em 1816 escrevera um tratado sobre os alegados mistérios dos Templários e de Baphomet,(7) sugerindo que a expressão proviria da união de dois vocábulos gregos, “Baphe” e “Metis”, significando “Batismo de Sabedoria”. A partir desta conjectura, Von Hammer especula a respeito da possibilidade da existência de Rituais de Iniciação, onde haveria a admissão, seja aos mistérios seja aos segredos cultuados pela Ordem do Templo.

Dada a aversão de Von Hammer em relação aos Templários, os estudiosos do tema aceitam com reservas sua tese, embora a mencionem como referência original possível ao termo Baphomet. A tese de Von Hammer, todavia, ainda que muito criticada por alguns, encontra boa receptividade por parte de outros ocultistas, principalmente entre os teósofos de Madame Blavatsky, dado seu entendimento apontar para a Grécia Antiga como a plausível origem de Baphomet. Relacionando-o com o deus grego Pã, Blavatsky vê em Baphomet um andrógino, com um enorme aparato de ensinamentos de ordem hermética e filosófica.(8)
Também da pesquisa de Von Hammer(9) vêm algumas ilustrações, as quais, provavelmente, cerca de quatro décadas mais tarde, serviram de base para Eliphas Levi conceber sua própria ilustração de Baphomet, da qual logo trataremos. Segundo Von Hammer,(10) de acordo com suas descobertas, os ídolos Templários se tratavam de degenerações de ídolos gnósticos valentinianos, sendo que, de todos eles, o mais imponente formava uma estranha figura de um homem velho e barbudo, de solene aspecto faraônico. Um traço bem marcante de todas as figuras era a forte presença de caracteres de hermafroditismo ou androginia, traços que, ainda de acordo com a descrição de Von Hammer, endossariam cabalmente as acusações de perversão movidas pelo clero contra os Templários.

Desta descrição aparece outra referência que muito diz sobre o mistério que cerca o nome Baphomet: ela aponta para a imagem de um “homem velho”, o qual seria adorado pelos Templários. Este “homem velho” possuía as mesmas características de Priapus, aquele criado “antes que tudo existisse”. Contudo, a mesma imagem, por vezes aparecendo com armas cruzadas sobre o peito, sugere proximidade com o Deus egípcio Osíris, havendo até quem afirme ser Osíris o verdadeiro Baphomet dos Templários.(11)

Seguindo a mesma lógica e pensamento de que o vocábulo Baphomet teria vindo da Grécia Antiga, também existe a hipótese de que sua procedência esteja na conjunção das palavras “Baphe” e “Metros”, algo como “Batismo da Mãe”.(12) Por sua vez, a partir deste raciocínio, surge uma outra proposição poucas vezes mencionada nos estudos sobre Baphomet, a qual aponta ser “Baphe” e “Metros” uma corruptela de Behemot,(13) um fantástico ser bíblico(14) de origens hebréias. Esta teoria é importante, visto Behemot ser citado (e por vezes traduzido) como uma grande fêmea de Hipopótamo que habitava as águas do Rio Nilo, sendo uma das representações da “Grande Mãe”, esposa do Deus Seth.(15) Na concepção egípcia dos Deuses, a fêmea do Hipopótamo faz uma espécie de contra-parte do Crocodilo (Typhon), da mesma forma pela qual existem os bíblicos Behemot e Leviathan.(16)

De acordo com o pesquisador Raspe,(17) outra definição que ganha importância, principalmente na abordagem dos cultos que atualmente são rendidos a Baphomet, mostra o suposto ídolo dos Templários como uma fórmula oriunda das doutrinas Gnósticas de Basilides. Neste sentido as palavras anteriormente apresentadas, que originaram o termo Baphomet, seriam “Baphe” e “Metios”. Assim, teríamos a expressão “Tintura de Sabedoria”, ou o já apresentado “Batismo de Sabedoria”, como o significado de Baphomet.

Blavatsky ainda relaciona Baphomet com Azazel,(18) o bode expiatório do deserto, de acordo com a Bíblia Cristã,(19) cujo sentido original – segundo a célebre ocultista russa – foi deploravelmente deturpado pelos tradutores das Sagradas Escrituras. Blavatsky ainda explica que Azazel vem da união das palavras Azaz e El, cujo significado assume a forma de um interessante “Deus da Vitória”. Não obstante a esta definição, em seus preceitos, Blavatsky vai além, quando equipara Baphomet – O Bode Andrógino de Mendes - ao puro Akasha, a Primeira Matéria da Obra Magna.(20)

Em meio a tantas referências, não podemos deixar de mencionar a curiosa tese que diz ser o vocábulo Baphomet nada mais do que uma simples corruptela francesa para o nome Mahomet.(21) Tal conjectura, sustentada por Mackey,(22) vem em encontro com a suposição de que os Templários estariam sob influência das doutrinas islâmicas, conseqüência de suas freqüentes incursões no oriente por ocasião das Santas Cruzadas. No entanto, como bem lembrado por Mackenzie,(23) esta suspeita entraria em franco conflito com a premissa Templária de combate a fé Islâmica. Há de se ressaltar ainda que a religião islâmica não adota a prática de venerar ídolos, o que representaria uma contradição, considerando que Baphomet fosse de fato um ídolo adorado pelos Templários.

Considerando que a palavra Baphomet possua raízes árabes, especula-se também que ela seja a corruptela de Abufihamat (ou ainda Bufihimat, como pronunciado na Espanha), expressão moura para “Pai do Entendimento” ou “Cabeça do Conhecimento”.(24) Se nos lembrarmos das acusações movidas contra os Templários, de que eles adoravam uma “Cabeça”, veremos nesta hipótese algo plausível de ser aceito.

Apesar de todas as alusões até aqui feitas, a figura de Baphomet que se tornou mais famosa, servindo de principal referência para os ocultistas atuais, é mesmo aquela cunhada no século XIX pelo Abade Alfonse Louis Constant, mais conhecido pelo nome Eliphas Levi Zahed, ou simplesmente Eliphas Levi. De acordo com a descrição do Abade, publicada pela primeira vez em 1854, a imagem de Baphomet, o Bode de Mendes ou ainda o Bode do Sabbath, é feita do seguinte modo:(25)

"Figura panteística e mágica do absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados corporais. As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do bem e do mal, da misericórdia e da justiça. A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente pelo símbolo do caduceu. O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana, que colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina. Este panteus deve ter por assento um cubo, e para estrado quer uma bola só, quer uma bola e um escabelo triangular”.

Devido a eficiência de sua ideação, Levi propositalmente faz com que se acredite que exatamente esta forma de Baphomet era a presente na celebração dos Antigos Mistérios. Apesar de Levi ter conseguido conceber uma arrebatadora e sintética efígie, recheando-a de múltiplos significados, não há como aceitá-la como sendo o “verdadeiro” Baphomet, senão um fruto da fértil imaginação religiosa do Abade. Indo um pouco além, diríamos até que esta idéia foi, entre outras influências, livremente inspirada pela curiosa representação do Diabo, esculpida alguns anos antes, em 1842 no pórtico da Igreja de Saint-Merri, em Paris.(26)

De qualquer modo, pelo texto de Levi, fica claro que para conceber a “figura exata deste imperador da noite”, para usar as palavras do próprio Abade,(27) ele recebeu forte influência de uma série de informações advindas das mais diversas culturas. Assim, seja sua fonte os desenhos e ídolos descobertos por Von Hammer, seja o Egito ou a Grécia, ou as culturas hebréia, cristã ou gnóstica e até mesmo de Zoroastro, Levi, de cada uma delas foi extraindo elementos para conceber o seu extraordinário Bode do Sabbath.

Contudo, apesar das variadas fontes alegadas, valerá ao estudante mais atento examinar, com cuidado redobrado, a gravura denominada “Hermafrodita de Khunrath”,(28) citada como fonte pelo honesto Abade, visto ela guardar notáveis semelhanças com a concepção do Bode de Mendes, de Levi.

A figura emblemática do Bode de Mendes de Eliphas Levi foi uma das primeiras, senão a primeira, que associou o bode ao ídolo Templário. É muito provável, dada a condição de sacerdote católico do Abade Alfonse Louis Constatnt, que a imagem Bíblica do sacrifício do Bode Expiatório tenha lhe servido de inspiração. O bode no Egito, entretanto, não possuía um significado religioso grande, exceto por este culto sacrificial, promovido na cidade de Mendes.(29) Daí a denominação escolhida por Levi, o Bode de Mendes.

Porém, é significativo mencionar que o bode, do mesmo modo como atribuído ao carneiro, sempre foi símbolo de fertilidade, de libido e força vital. Contudo, enquanto o carneiro assume características solares, o bode se relaciona às lunares.(30) Em outras palavras, é costume relacionar carneiros, ou cordeiros, como símbolos de aspectos considerados “positivos” das divindades, enquanto que aos bodes estariam reservados os “negativos”. Assim, se naquele convencionou-se associar uma imagem de pureza, vida e santidade, neste são associados luxúria, sacrifício e perversão. Em ambos os casos, contudo, é importante salientar que tanto o carneiro quanto o bode são claros símbolos de divindades solares, sendo que no primeiro tem-se a exaltação da divindade, enquanto que no segundo a expiação e morte do deus.

Numa variação deste símbolo, o carneiro é substituído por outro bode, passando-se assim a dois bodes utilizados ritualisticamente. A primeira menção deste culto ocorre no Levítico, exatamente no mencionado Culto do Bode Expiatório.(31) Nesta ocasião, durante as festividades, o Sacerdote recebia dois bodes e de acordo com o resultado de uma escolha aleatória um deles seria imolado enquanto o outro era posto em liberdade. Não deixa de ser interessante se lembrarmos do Rito de escolha entre Jesus e Barrabás, onde um foi sacrificado e o outro posto em liberdade.

O mais importante para o momento, entretanto, é lembrar que tais considerações trazem, em si mesmas, um eterno jogo de contrários, apresentados ora na forma de um aspecto luminoso, ora na forma de um feitio sombrio. O dualismo é a característica mais evidente da gravura de Eliphas Levi. Nela encontramos propriedades masculinas e femininas, diurnas e noturnas, sugerindo o equilíbrio da criação através do retorno a androginia primordial. A mística sufi, inclusive, uma herança islâmica supostamente absorvida pelos Templários, menciona que apenas existirá a salvação se for superada a ilusão da dualidade deste mundo de aparências e erros, pelo retorno à unicidade original.(32)

As inscrições SOLVE e COAGULA da imagem de Eliphas Levi são outro claro exemplo do enfoque dualista de seu Baphomet. Originalmente presentes nos antebraços do “Hermafrodita de Khunrath”, estes dois preceitos misteriosos mostram que o Andrógino domina completamente o mundo elementar, agindo sobre a natureza, de modo inteiramente onipotente.(33) As inscrições são dois pólos que marcam o clico solar de Vida, composta de Geração, Nascimento e Morte, para depois haver uma nova Geração que dará continuidade ao interminável ciclo da Vida. A fórmula Solve et Coagula, todavia, não se resume apenas na vida material. Podemos entender aqui que o espírito pouco evoluído, ou primário, encontrará os meios pelos quais possa ser transformado em espírito evoluído, superior. A esta propriedade de transformação, ou melhor, ao elemento que permite esta transformação, os Mestres deram o nome de Mercúrio Filosofal, ou Água dos Sábios,(34) a mesma Tintura de Sabedoria, da qual falava o gnóstico Basilides ainda no século II.

A imagem do Baphomet de Eliphas Levi, enfim, é a representação emblemática deste Mercúrio Filosofal ou do Andrógino Primordial.

Também de Eliphas Levi vem outra curiosa explanação sobre a origem do nome Baphomet, que se tornou voga nos dias de hoje. Segundo o erudito Abade, esta palavra era a forma cifrada de se dizer TemOHPAB,(35) uma espécie de acróstico inverso de Baphomet, que formaria a sentença iniciática Templi Omnium Hominum Pacis ABbas.(36) A explicação do acróstico, contudo, não traz maiores esclarecimentos ao termo Baphomet, senão a já bem conhecida menção a Unidade Primeira.

Outra técnica cabalística de cifrar mensagens (chamada Athbsh) sugere que o verdadeiro significado de algumas palavras apenas aparece caso seja escrito, a partir da palavra original, um outro termo. Conforme esta regra, a primeira letra do alfabeto hebraico (Aleph) na verdade equivaleria a última (Tau), a segunda letra (Beth) corresponderia a penúltima (Shin), a terceira letra (Gimel) a antepenúltima (Resh) e assim por diante. A palavra BaPhOMeT, neste caso escrita com as letras hebraicas Beth, Pe, Vav, Mem e Tau aparece, após ter sido aplicada esta técnica, como Shin, Vav, Pe, Yod, Aleph, correspondendo então a palavra SOPHIA, Sabedoria em grego.

Seguindo com a teoria que aponta Baphomet como o Hermafrodita, pode ser feito um extraordinário paralelo entre esta efígie e a citação bíblica “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher”.(37) Examinando o texto em latim encontraremos: ad imaginem suam Dei creavit illum, masculum et feminam creavit eo, ou seja “à sua imagem Deus o criou, o criou macho e fêmea“. Assim, conforme mostram as Sagradas Escrituras, Deus criou um Adão que era, ao mesmo tempo, macho e fêmea, um Andrógino.(38) Adão, portanto, o primeiro ser da natureza, foi dotado com as duas naturezas do andrógino. Baphomet então surge como um ícone tardio para o homem primordial, Adão.

As alusões sobre a expressão Baphomet, ora apresentadas, são de extrema valia para os estudantes do simbolismo mágico e iniciático. Não obstante o volume de ponderações feitas já ser considerável, uma nova e recente forma de abordagem destes Mistérios vem ganhando terreno no estudo da Tradição, principalmente nos aspectos relacionados ao que hoje se convencionou chamar de neo-templarismo e neo-gnosticismo.

No século XX, o controvertido ocultista inglês Aleister Crowley, desenvolveu um culto e uma religião que têm como um de seus principais fundamentos exatamente o alegado ídolo templário, segundo sua própria e peculiar concepção de Baphomet. O entendimento de Crowley por certo lançará mais matéria à reflexão sobre este discutível tema, bem como ajudará a avaliar o modo polêmico de abordagem deste mistério, modo este típico de uma crescente vertente de ocultistas contemporâneos.

Ao longo das obras de Crowley, são fartas as referências a Baphomet, por ele chamado de “Mistério dos Mistérios”, no cânone central de sua religião, cânone este composto na forma de um missal denominado Liber XV – A Missa Gnóstica.(39) Tal era sua identificação com Baphomet, que este nome foi adotado como um de seus mais importantes pseudônimos, ou Motes Mágicos.

O assunto é tão relevante que nos Rituais de Iniciação da Ordo Templi Orientis, uma das Ordens lideradas por Crowley, praticamente todas as consagrações são feitas em nome de Baphomet, não importando se os consagrados estejam conscientes ou não a respeito do sentido de tal ato e muito menos de suas implicações futuras. Tamanha é a proeminência do conceito implícito ao termo que no VI Grau da referida Ordem, a título de ilustração, numa clara referência a suas supostas raízes orientais, a palavra Baphomet é declarada como sendo aquela que comporta os Oito Pilares (as oito letras que formam a palavra) que sustentam o Céu dos Céus, a Abóbada do Templo Sagrado dos Mistérios, no qual está o Trono do Rei Salomão.(40)

Ainda em sua Missa Gnóstica, Crowley identifica Baphomet com um símbolo chamado “Leão-Serpente”.(41) O Leão-Serpente, assim como Baphomet, é a representação do andrógino ou hermafrodita. Mais especificamente, ele é um composto que possui em si mesmo o equilíbrio das forças masculinas e femininas transmutados num só elemento. O Leão-Serpente, na verdade, é uma forma cifrada de mencionar a concepção humana, a união dos princípios masculinos (Leão) com femininos (Serpente), ou do espermatozóide com o óvulo, formando o zigoto. Há, seguindo com os preceitos de Crowley, diversos modos de mencionar esta dualidade: Sol e Lua, Fogo e Água, Ponto e o Círculo, Baqueta e Taça, Sacerdote e Sacerdotisa, Pênis e Vagina, além de várias outras duplas de eternos polares.

Originalmente, o símbolo representado pelo Leão-Serpente, consta em alguns dos mais antigos documentos gnósticos, os quais remontam a começos do século II d.C. Apresentado sob a forma de uma figura arcôntica com cabeça de leão e corpo de serpente, o Leontocéfalo era a própria imagem do Demiurgo do Mundo, sendo a versão gnóstica para o Jeová mosaico.(42) Crowley, ao se utilizar deste mesmo simbolismo, pretendia assim resgatar os cultos de um cristianismo hoje considerado primitivo.

Crowley e seus adeptos, entretanto, não se detêm apenas em demonstrar o Mistério de uma forma puramente alegórica. A “Luz da Gnose”, como é chamada, é celebrada de modo literal. Assim, o ponto máximo da encenação de seu missal consiste na celebração do Supremo Mistério, ou seja, durante a realização das Missas Gnósticas ocorre a comunhão, por parte de todos os partícipes da Cerimônia, das hóstias, também chamadas de Hóstias dos Céus, ou Bolos de Luz, preparadas com sêmen e fluido menstrual.(43) De acordo com Crowley, Baphomet, sob o nome Leão-Serpente, surge deste composto, da Matéria Primeva, oriunda da Grande Obra, ou seja, do ato sexual entre Sacerdote e Sacerdotisa. Através dos alegados poderes mágicos dos Operantes do Rito da Grande Obra, a Matéria Primeva é transmutada em “Elixir”, ou Amrita.(44) A Grande Obra, contudo, através das propriedades mágicas da fórmula de Baphomet, ainda teria a capacidade de transmutar também os Operantes do Rito e não apenas as substâncias que o compõem.(45)

Baphomet, assim como concebido por Crowley, é então o Elixir ou Tintura da Sabedoria, o veículo da Luz da Gnose, a qual compõe o Mistério Místico Maior, também chamado segredo central de sua Ordo Templi Orientis. Crowley também considerava Baphomet como o supremo Mistério Mágico dos Templários, segredo este que estaria concentrado nos graus superiores de sua Ordem. Da mesma forma, ele clamava que este era o mesmo mistério oculto aos graus superiores da Maçonaria.(46)

Crowley e seus discípulos se consideram herdeiros deste conhecimento, o qual, segundo eles, foi transmitido de geração em geração, desde tempos remotos até eles mesmos, seus sucessores, através dos Santos Gnósticos. Curioso constatar é que, dentre os inúmeros Santos relacionados por Crowley em sua Missa Gnóstica,(47) estejam presentes os nomes Valentin e Basilides, os mesmos gnósticos citados, cujas doutrinas supostamente deram origem ao termo Baphomet. Inclusive, no Credo de sua religião, recitado nesta mesma Cerimônia, há referência oculta a Baphomet ou Leão-Serpente, na forma do mencionado “Batismo de Sabedoria”, ato responsável pelo Milagre da Encarnação(48) (a reprodução humana).

Crowley também usa uma forma particular de grafia para Baphomet, forma esta que segundo o seu relato, lhe fora revelada em visões obtidas durante a realização de determinados trabalhos mágicos.(49) Assim, esta palavra aparece curiosamente grafada como BAFOMIThR.(50) Com isso, Crowley - externamente - sugere que o termo Baphomet seja para ele equivalente ao que Pedro representou para Cristo,(51) ou seja, analogamente, sobre esta “pedra” fundamental, Baphomet, Crowley edificou a sua Igreja.(52) Internamente, contudo, em um dos Graus Superiores de sua Ordem, dado ao caráter supostamente Templário, de acordo com a interpretação de Crowley deste tipo de mistério, em seus diários a palavra BAFOMIThR(53) por vezes aparecia para indicar Ritos de Magia Sexual onde havia prática de sodomia.(54)

As concepções de Crowley, entretanto, não param por aí. Ao que tudo indica, tal é a amplitude de valores presentes em seus ensinamentos relacionados a Baphomet, que se tem nítida impressão de que ele valeu-se de todas as atribuições cabíveis a esta imagem, para dali avocar alguma mensagem, apropriada tanto a difusão quanto a justificação de sua religião.

Apesar de muito ter sido dito concernente a questão Baphomet, apenas uma única certeza aparece de modo irrefutável: Os Mistérios de Baphomet ainda seguirão, dando a oportunidade para que cada um de seus Estudantes penetre num rico e fantástico universo de signos, símbolos e enigmas a serem desvelados.

O próprio enigma da Esfinge Egípcia nos desafia e ameaça, prometendo maravilhas conquanto nos indaga sobre sua misteriosa natureza. Talvez o que de melhor tenhamos a fazer neste momento, após tanto considerar sobre esta outra enigmática Esfinge, Baphomet, é seguir o sábio exemplo de um dos maiores Mestres Gnósticos, o próprio Basilides, conhecido como o Mestre do Silêncio,(55) e quedar-nos em sossego.

Abrindo espaço ao Silêncio, damos vez à reflexão. Refletindo, confiamos que a verdadeira Fraternidade, aquela que se reúne na Igreja Invisível do Espírito Santo, continuará sempre a providenciar nosso sustento espiritual, sem os excessos tão comuns a falsa religião, mas com a tranqüilidade da Verdadeira Sabedoria, que garantirá justiça e perfeição para todos os seus Reais Adeptos.
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NOTAS:
01) Demurger, Alain. Os Cavaleiros de Cristo, Jorge Zahar Editor (Rio de Janeiro, 2002); p. 191.
02) Figueiredo de Lima, Adelino. Os Templários, Bradil (Rio de Janeiro, 1972); p. 41.
03) Read, Piers Paul. Os Templários, Imago Editora (Rio de Janeiro, 2001); p. 286.
04) Citada por Mackey, Albert Gallatin. Enciclopedia de la Francmasonería, Editorial Grijalbo (México, 1981). Vol. I, p. 205.
05) também em todas as províncias têm ídolos ou cabeças representativas, algumas possuindo três faces, outras uma e algumas com crânio humano".
06) Citado por Mackenzie, Kenneth. The Royal Masonic Cyclopedia, The Aquarian Press (England, 1987), p. 67.
07) Von Hammer-Pürgstall, Joseph. Mysterium Baphometis Revelatum, (1816). Ver também Hammer-Purgstall, Joseph von, Die Geschichte der Assassinen (Stuttgart-Tubingen, 1818); tradução Inglesa: The History of the Assassins, tr. O.C. Wood (London, 1835).
08) Blavatsky, Helena P. Glossário Teosófico, Editora Ground (São Paulo, edição sem data).
09) Citado por King, Charles William. The Gnostics and Their Remains, Wizards Bookshelf (Minneapolis, 1973), p. 128.
10) Citado por Angebert, Jean-Michel. Hitler et la tradicion Cathare, Editions Robert Laffont (Paris, 1971); cap. III.
11) King, C. W. - Op. Cit., p. 235.
12) King, C. W. - Op. Cit., p. 406.
13) King, C. W. - Op. Cit., p. 406.
14) Jó, 40:10-15.
15) Graves, Robert; Patai, Raphael. Los Mitos Hebreos, Alianza Editorial (Madri, 1988); p. 46.
16) Graves, Robert; Patai, Raphael. Op. Cit., p. 43.
17) Citado por King, C. W. - Op. Cit. , p. 407.
18) Blavatsky, Helena P. Isis Sin Velo, Ediciones Novedades de Libros (México, 1954); tomo III, p. 413.
19) Levítico, 16:5-10.
20) Blavatsky, Helena P. A Doutrina Secreta, Editora Pensamento (São Paulo, 1973); vol I, p. 286.
21) King, C. W. Op. Cit., p. 406.
22) Mackey, A. G. Op Cit., vol I, p. 205.
23) Mackenzie, Kenneth. Op. Cit., p. 67
24) Shah, Idries. Os Sufis, Círculo do Livro (São Paulo, 1991); p. 252.
25) Levi, Eliphas. Dogma e Ritual da Alta Magia, Editora Pensamento (São Paulo, 1963); p, 448.
26) Demurger, Alain. Auge e Caída de los Templários, Ediciones Martinez Roca, (Barcelona, 1986); p. 261.
27) Levi, Eliphas. Op. Cit., p. 323.
28) Ver análise “O Andrógino de Khunrath”, presente em: Guaita, Stanislas. No Umbral do Mistério, Ed. Martins Fontes (São Paulo, 1985); p. 73. Originalmente esta imagem foi publicada por Heinrich Khunrath, noAmphitheatrum sapientiae aeternae. (Hamburg: s.n., 1595).
29) Lurker, Manfred. The Gods and Symbols of Ancient Egypt, Thames and Hudson (London, 1980); p. 55.
30) Chevalier, Jean; Geerbrant, Alain. Dicionário de Símbolos, José Olympio Editora (Rio de Janeiro, 2000); p. 134.
31) No já citado Levítico, 16:5-10.
32) Chevalier, Jean; Geerbrant, Alain. Op. Cit., p. 52.
33) Guaita, Stanislas. Op. Cit., p 86.
34) Fulcanelli. As Mansões Filosofais, Edições 70 (Lisboa, 1977); p. 237.
35) Levi, Eliphas. Op. Cit., p. 329.
36) “Pai do Templo, Paz Universal dos Homens”.
37) Gênesis, I:25. Também encontramos referência a este princípio em Mateus, 19:4 e em Marcos 10:6.
38) Fulcanelli. Op. Cit., p. 182.
39) Crowley, Aleister. Magick, editado por John Symonds e Kenneth Grant, Samuel Weiser, (Maine,1987); p. 424.
40) King, Francis. The Secrets Rituals of the O.T.O., Samuel Weiser (New York, 1973); p. 164.
41) Crowley, Aleister. Op. Cit., p. 424.
42) Gómez de Liaño, I. El Círculo de Sabedoria, Ediciones Siruela (Madrid, 1998); p. 139.
43) Kenneth, Grant. Hecate´s Fountain, Skoob Books Publishing (London, 1992); p. 103.
44) King, Francis. Sexuality, Magic & Pervesion, Feral House (Los Angeles, 2002); p 98.
45) Kenneth, Grant. Beyond the Mauve Zone, Starfire Publishing (London, 1999); p. 201.
46) Kenneth, Grant. Op. Cit., p. 31.
47) Crowley, Aleister. Op. Cit., p. 430.
48) Crowley, Aleister. Op. Cit., p. 424.
49) Os Trabalhos de Amalantrah, realizados em 1918.
50) Crowley, Aleister. The Magickal Record of the Beast, editado por John Symonds e Kenneth Grant, Duckworth, (London, 1993); p. 54.
51) No entendimento de Crowley, “BAFOMIThR”, de acordo com a Gematria, técnica de atribuir valores as letras, possui valor igual a 729. Este é o mesmo atribuído a palavra grega “Kephas”, que significa “pedra”.
52) Mateus, 16:18.
53) Mencionada por Crowley como a “Fórmula 729”.
54) Crowley, Aleister. Op. Cit., p. 179.
55) Salvan, Paule. No Prefácio para Gillabert, Émile. Jésus et la Gnose, Dervy-Livre (Paris, 1981); p. 17.
Bibliografia:
Angebert, Jean-Michel. Hitler et la tradicion Cathare, Editions Robert Laffont (Paris, 1971).
Bíblia Sagrada – Edição Claretiana (São Paulo, 1995)
Blavatsky, Helena P. A Doutrina Secreta. Editora Pensamento (São Paulo, 1973).
          - Glossário Teosófico, Editora Ground (São Paulo, edição sem data).
          - Isis Sin Velo, Ediciones Novedades de Libros (México, 1954).
Borges, Jorge Luis. O Livro dos Seres Imaginários, Editora Globo (Porto Alegre, 1981).
Crowley, Aleister. Magick. editado por John Symonds e Kenneth Grant, Samuel Weiser, (Maine,1987).
          - The Magickal Record of the Beast 666, editado por John Symonds e Kenneth Grant, Duckworth, (London, 1993).
Demurger, Alain. Auge e Caída de los Templários. Ediciones Martinez Roca, (Barcelona, 1986).
          - Os Cavaleiros de Cristo. Jorge Zahar Editor (Rio de Janeiro, 2002).
Figueiredo de Lima, Adelino. Os Templários. Bradil (rio de Janeiro, 1972).
Fulcanelli. As Mansões Filosofais. Edições 70 (Lisboa, 1977).
Chevalier, Jean; Geerbrant, Alain. Dicionário de Símbolos. José Olympio Editora (Rio de Janeiro, 2000).
Gillabert, Émile; Jésus et la Gnose. Dervy-Livre (Paris, 1981); p. 17.
Gómez de Liaño, I. El Círculo de Sabedoria. Ediciones Siruela (Madrid, 1998).
Grant, Kenneth. Beyond the Mauve Zone. Starfire Publishing (London, 1999).
          - Hecate´s Fountain. Skoob Books Publishing, (London, 1992); p. 103.
Guaita, Stanislas. No Umbral do Mistério, Ed. Martins Fontes (São Paulo, 1985).
Graves, Robert; Patai, Raphael. Los Mitos Hebreos, Alianza Editorial (Madri, 1988).
King, Charles William. The Gnostics and Their Remains, Wizards Bookshelf (Minneapolis, 1973).
King, Francis. Sexuality, Magic & Pervesion. Feral House (Los Angeles, 2002).
          - The Secrets Rituals of the O.T.O., Samuel Weiser (New York, 1973).
Levi, Eliphas. Dogma e Ritual da Alta Magia, Editora Pensamento (São Paulo, 1963).
Lurker, Manfred. The Gods and Symbols of Ancient Egypt. Thames and Hudson (London, 1980).
Mackenzie, Kenneth. The Royal Masonic Cyclopedia, The Aquarian Press (England, 1987).
Mackey, Albert Gallatin. Enciclopedia de la Francmasonería, Editorial Grijalbo (México, 1981).
Read, Piers Paul. Os Templários, Imago Editora (Rio de Janeiro, 2001).
Shah, Idries. Os Sufis, Círculo do Livro (São Paulo, 1991).

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O CÍRCULO MÁGICO

O CÍRCULO MÁGICO

Ritual individual


OPERADOR: Em pé, voltado para o Oriente (Leste) - A corrente magnética para a operação flui do Leste para o Oeste.

Em primeiro lugar, o Operador deve purificar a sua áura; para isso desenha a Cruz Cabalística (braços iguais) sobre o peito e sobre a testa. Tocando a fronte ele diz: 

"Para Tí ó Deus, (tocando o plexo solar) - seja o Reino, (tocando o ombro direito), - o Poder (tocando o ombro esquerdo), e a Glória (juntando as mãos), pelos séculos dos séculos. Amen."

Em segundo lugar, o Operador imagina estar segurando em sua mão direita uma grande espada cruciforme, tal como representada na imagem dos Cruzados. Ele levanta a espada com a ponta para cima e diz:

 "Em nome de Deus, detenho a Espada do Poder que defende contra o mal e a agressão."

E imagina ter o dobro da sua altura, uma poderosa figura armada e vestida com uma cota de malha, vibrando com a força do Poder de Deus com a qual foi investida pela formulação da Espada do Poder.

Em terceiro lugar, o Operador imagina traçar no chão, com a Espada do Poder, o Círculo Mágico, e deve ver em sua imaginação uma linha de chamas seguindo a ponta da Espada. As chamas são iguais as obtidas com ácool, porém de cor amarelo-ouro. O Círculo deve ser traçado no sentido horário, (sentido do caminho do Sol), até que se complete. Tendo completado o círculo, o Operador faz desaparecer a espada, mas continua imaginanado o Círculo Mágico.

Em quarto lugar, o Operador junta as mãos e com a cabeça voltada para o Oriente (leste) e diz: "Que o poderoso arcanjo Rafael me proteja de todo o mal que se aproxime pelo leste." Vontando-se para o Sul, diz:

"Que o poderoso arcanjo Miguel me proteja de todo o mal que se aproxime pelo Sul." Voltando-se para o Oeste, diz: "Que o poderoso arcanjo Gabriel me proteja de todo o mal que se aproxime pelo Oeste." Voltando-se para o Norte, diz: "Que o poderoso arcanjo Uriel me proteja de todo o mal que se aproxime pelo Norte."


Esta maneira de traça o Círculo é ideal para proteção pessoal, por exemplo do local onde se dorme, quando há necessidade.

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Abracadabra


Abracadabra

Você sabia que abracadabra vem de uma antiga expressão em aramaico, “eu falo enquanto eu crio?” ou "Eu crio o que falo"

O que isto nos ensina é que a fala está bem mais próxima da espiritualidade do que qualquer ação física.

É a fala que separa o homem de todos os outros reinos. 


A voz humana é a realidade espiritual dos 99%. 
As palavras que dizemos são a realidade física do 1%. 

O que dizemos manifesta o que existe lá “em cima”, aqui em baixo. 
Entretanto, existem duas realidades dos 99%.

Vou repetir, porque não se fala sobre isso o suficiente:
Existem duas realidades dos 99%:
A Árvore da Vida (o sistema puro) e a
Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (o sistema impuro). 

Quando dizemos palavras negativas nos conectamos com o plano impuro e trazemos escuridão para o mundo. 
Quando dizemos palavras positivas, trazemos Luz para este mundo.
Tudo depende da fala.

De uma perspectiva cabalística, por exemplo. a avultante crise da gripe suína – e todo o caos – é resultado de palavras negativas que lançamos no éter todos os dias de nossas vidas.

É por isso que os cabalistas dizem que as palavras podem matar. 
Quando alguém comete violência física contra outra pessoa, pode derramar sangue e machucar o corpo físico do outro. 
Quando insultamos outra pessoa, porém, e fazemos com que o sangue suba ao seu rosto, também derramamos sangue… no nível de alma. 

Todavia, vivemos numa realidade invertida onde tudo está de cabeça para baixo.  Damos mais importância ao físico do que ao espiritual. 
Não damos valor à alma e por isso não nos importamos com as palavras que dizemos.
Preciso mencionar neste ponto que isto é fácil de se explicar, mas difícil de compreender e colocar em ação. 
Entender que palavras e pensamentos têm mais poder que uma ação física? 
É muito difícil. 

No entanto, nossa escolha é continuar dando importância para o físico – e colher todo o sofrimento, dor e doença que vem junto – ou dar importância para o espiritual e ficar atentos às palavras que falamos – e levar este mundo de volta à verdadeira realidade onde não existe escuridão.

Coloque amor nas palavras que disser. 
Faça um esforço verdadeiro de colocar os interesses de outra pessoa na frente do seu próprio. 
Tenha extremo cuidado com os pensamentos e palavras que dirige aos outros.  Espiritualmente, este é o caminho para sair desta bagunça.  E não somente da bagunça atual em que nos encontramos, mas quaisquer catástrofes futuras que estejam se dirigindo a nós.

Em vez de ficar correndo atrás da bola, vamos nos antecipar a ela para variar.

Por: Yehuda Berg
Colaboração: Marcelo Veneri

domingo, 24 de outubro de 2010

HEPTADA



A Heptada

A conjuração da heptada – o Sete, é feito com a Vara Mágica e fumigações (incensamento) através dos 
Sete Espíritos Planetários.



Conjuração Planetária
Em nome de Michael, a quem Jehovah decretou comandar Satan !
Em nome de Gabriel, a quem Adonai decretou comandar Belzebu !
Em nome de Rafael obedecei Elohim oh Sachabiel.
Por Samael Tzevaot, e em nome de Elohim Gibbor, abaixai tuas armas oh Adramelek.
Por Zachariel e Sachiel Melech, submetei-vos ao poder de Eloah, oh Samgabiel.
No nome divino e humano de Shadai, e pelo poder de Anael, de Adão e Chavah, oh Lilth retirai-vos, deixai-nos em paz, oh Nahemah.
Pelo sagrado Elohim, e pelo poder de Orifiel, em nome dos espíritos Cassiel, Schaltiel, Aphiel, e Zarahiel, voltai ou Moloch, não há crianças aqui para tu devorares.

Voce deve traçar no ar e sobre a terra, com a Vara Mágica, o famoso e poderoso Hexagrama, o sêlo de Salomão.

Fonte: EON

RITUAL MÁGICO DO SANCTUM REGNUM



(Eliphas Levi)


A ORAÇÃO CABALÍSTICA

Sejam favoráveis a mim, Oh Poderes do Reino Divino

Possam a Glória e a Eternidade estar em minhas mãos, esquerda e direita, para que eu possa obter a Vitória

Possam a Piedade e a Justiça restaurarem minha alma à sua pureza original

Possam o Entendimento e a Sabedoria Divinos conduzirem-me à eterna Coroa

Espírito de Malkuth, Tú que trabalhastes e conquistastes;
colocai-me no Caminho do Bem

Guiai-me aos dois pilares do Templo, Jakim e Boaz, para que possa repousar sobre eles Anjos de Netzah e Hod, sejais meus pés, para que possa postar-me firme sobre Yesod

Anjo de Gedulah, consolai-me. 
Anjo de Geburah, atinjí-me, se necessário, e fazei-me mais forte, para que eu possa merecer a influência de Tifereth
Oh Anjo de Binah, dai-me Luz
Oh Anjo de Chokmah, dai-me Amor
Oh Anjo de Kether, concedei-me a Fé e a Esperança

Espíritos do Mundo Yetzirático, retirai-me das trevas de Assiah

Oh triângulo luminoso do Mundo de Briah,
fazei-me ver e entender os mistérios de Yetzirah e Atziluth

Oh Sagrada Letra Shin
Oh Ishim, assistí-me pelo nome de Shadai
Oh Kerubin, dai-me força através de Adonai

Oh Beni Elohim, sejais meus irmãos em nome de Tzevaot
Oh Elohim, lutai por mim, pelo Sagrado Tetragramaton
Oh Melakim, protejei-me através de Jehovah

Oh Seraphim, dai-me amor sagrado em nome de Eloha
Oh Chashmalim, iluminai-me pelas tochas de Eloi e da Shekinah
Oh Aralim, anjos de poder, sutentai-me por Adonai

Oh Ophanim, Ophanim, Ophanim, não esquecei de mim,
e não me retirai do Santuário

Oh Chaiot ha Kadosh, gritai alto como águia,
falai como homen, rugí e abaixo
Kadosh, Kadosh, Kadosh, Shadai
Adonaim Jehovah, Ehyeh asher Ehyeh
Haleluia. Haleluia. Haleluia.

Amen. Amen. Amen.

Esta Oração deve ser feita toda manhã e toda noite, e deve ser recitada como uma preliminar a todos os grandes cerimoniais mágicos e Cabalistas; deve ser recitada voltada para o oriente com os olhos elevados aos céus, ou fixos no emblema Cabalístico do sublime Tetragramaton.