O Rito de York[2] ou, mais exatamente, o Rito Americano, é baseado nos antigos remanescentes da Maçonaria Operativa que era praticada no começo dos anos 1700. A formação da primeira Grande Loja de Londres, em 1717, especificava que as lojas deveriam conferir apenas os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom, sendo considerados espúrios todos os outros graus. Entretanto, muitas lojas que tinham conferido outros graus que consideravam uma parte integrante da Maçonaria, em particular a do Real Arco, formaram a sua própria Grande Loja, denominando-se os “Antigos” e os membros da outra Grande Loja, os “Modernos”. Com a fusão das duas Grandes Lojas, em 1813, na Grande Loja Unida da Inglaterra, as lojas concordaram que apenas os três graus aceitos pela Maçonaria seriam usados pelas lojas, mas o grau do Real Arco seria anexado aos Capítulos diretamente aliados dessas Lojas e ostentando o mesmo número da loja, embora sendo um corpo separado. Assim, ao contrário do Rito Escocês Antigo e Aceito, que alega manter o poder de conferir os primeiros três graus da Maçonaria em adição àqueles sob a sua jurisdição, os que se encontravam no Rito de York reconheceram, corretamente, o fato de que eles são considerados apêndices dos da Antiga Maçonaria Operativa. Ainda é prática, na Maçonaria Inglesa, que um membro maçônico não seja considerado como estando de posse de todos os graus da Antiga Maçonaria Operativa até que tenha sido exaltado ao Real Arco.
As primeiras Lojas Americanas operavam de modo similar até o estabelecimento do Grande Capítulo Geral dos Maçons do Real Arco. Durante um período da história dos EUA, os graus Crípticos foram controlados pelas jurisdições de Grandes Capítulos de vários Estados, até o estabelecimento do Grande Conselho. As Ordens Cavalheirescas eram controladas pelo Grande Acampamento desde o começo do século XIX, nos Estados Unidos. Todos os três corpos são entidades Maçônicas tecnicamente autônomas, com a única exigência de ser membro do Real Arco ligando os graus Crípticos e as Ordens Cavalheirescas.
Apensos aos Corpos do Rito de York estão diversos corpos maçônicos adicionais, a maioria dos quais de admissão por meio de convite[3]. A admissão em muitos deles tem, como pré-requisito, pertencer ao Real Arco, embora alguns tenham pré-requisitos pertencer a outros corpos do Rito de York ou a todos eles. Muitos se encontram em outras jurisdições fora dos Estados Unidos, mas diversos são unicamente americanos em sua origem.
Os Graus Capitulares são um conjunto de quatro graus controlados pelo Capítulo do Real Arco. Eles se centram nas fases da construção do Templo de Salomão, com exceção do grau de Past Master, daí o título de Capitular. O grau de Past Master é o vestígio remanescente do antigo costume de que o grau do Real Arco só podia ser conferido a um Past Master de uma Loja Simbólica Azul. Nos Estados Unidos, estes graus são considerados propriedade do Real Arco, enquanto que, na Inglaterra, não existe o grau de Past Master (Mestre Passado) como aqui e o grau de Mark Master (Mestre de Marca) é controlado pela sua própria Grande Loja. O grau de Most Excellent Master (Excelentíssimo Mestre) é, também, parte dos Graus Crípticos, na Inglaterra. Como declarado adiante, o Real Arco, no exterior, é controlado por Capítulos anexos às Lojas Azuis Inglesas. Os Capítulos do Real Arco foram denominados, ocasionalmente, como Lojas Vermelhas, em publicações maçônicas antigas, embora eles possam ser descritos, com mais propriedade, como “Graus Vermelhos”. Nos Estados Unidos, todos os assuntos dos Capítulos são conduzidos num Capítulo do Real Arco e os outros corpos só são abertos para conferir os graus. Algumas jurisdições abrem Lojas de Mestres de Marca como “lojas de mesa”, que atuam como um foco social para os corpos locais do Rito de York.
MARK MASTER (MESTRE DE MARCA)
Este grau enfatiza as lições de regularidade, disciplina e integridade. É o grau mais impressionante, centrado sobre a história da Fraternidade das pedreiras e o seu papel na construção do Templo. A sua importância na Maçonaria Operativa inglesa pode ser julgada pelo fato de que ele opera como uma Grande Loja separada e é altamente procurado pelos obreiros daquela jurisdição.
PAST MASTER
Este Grau enfatiza a lição da harmonia. Este Grau é conferido porque os antigos costumes exigiam que um Maçom deveria ser um Past Master de modo a ser exaltado ao Real Arco. Em algumas Grandes Jurisdições, este Grau é conferido a todos os Mestres regulares de uma Loja Azul. O Grau não confere nenhum título ao recipiendário, mas serve de exemplo para a manutenção de um antigo costume.
MOST EXCELLENT MASTER (MUI EXCELENTE MESTRE)
Este Grau enfatiza a lição da reverência. Este Grau está centrado na dedicação do Templo, depois de completo, particularmente a consagração do Sanctum Sanctorum e a descida do Convidado no Templo. Ele é complementar ao Grau de Mestre de Marca e completa as lições simbólicas começadas naquele Grau.
ROYAL ARCH (MAÇOM DO REAL ARCO)
É o complemento do Grau de Mestre Maçom e a reunião dos graus originais da Loja Azul, tal como praticados nas Antigas Lojas da Inglaterra antes de 1820. O Grau explica as origens da Palavra Substituta encontrada no Grau de Mestre Maçom, a recuperação da Palavra Inefável e a sua ocultação dentro da Palavra do Real Arco. Este Grau, juntamente com o de Mestre Maçom, pode ter sido exemplificado uma vez como um Grau mais amplo ou “super” Grau, com o de Mestre Maçom explicando a perda da Palavra de Mestre e o Real Arco explicando a sua recuperação. O corpo que o preside é um Capítulo e o oficial Presidente é o Sumo Sacerdote (intitulado Excelente).
OS GRAUS CRÍPTICOS
Os Graus Crípticos são um conjunto de três graus controlado pelo Conselho de Mestres Seletos. Estes graus obtém seu nome da referência a uma abóbada (câmara) secreta nos três graus, daí o termo Críptico. Trabalha-se, regularmente, apenas os dois primeiros graus; no terceiro grau, o de Super Excelente Mestre, trabalha-se como um grau honorário, não sendo exigido como pré-requisito para ser membro do Conselho. Também é um tanto peculiar na sua associação com os Graus Crípticos, pois ele está mais intimamente associado, no tema e nos personagens, com o Real Arco e a Ilustre Ordem da Cruz Vermelha. A história do corpo, como um todo, ainda está envolta em incertezas a controvérsias. Embora haja antigas evidências de Conselhos de Reais e Seletos Mestres trabalhando nos Estados unidos, os três graus trabalhavam, de maneira variada, sob seus próprios Conselhos, Capítulos do Real Arco e, até mesmo, Lojas de Perfeição do Rito Escocês Antigo e Aceito. Apesar do Rito Escocês ter desistido de todas as reivindicações para esses graus, várias Grandes Jurisdições (VA & WVA) ainda os conferem como parte da Maçonaria Capitular. Na Inglaterra, o graus de Excelentíssimo Mestre está reunido a esse corpo. Nos Estados Unidos, todos os assuntos são tratados pelo Conselho de Mestres Seletos, sendo abertos, os outros corpos, apenas para conferir os graus. Algumas jurisdições realizam “conselhos de mesa” de maneira similar às “lojas de mesa” como um ponto focal social dos seus corpos locais do Rito de York.
MESTRE REAL
É um grau que enfatiza as lições de paciência e firmeza. O Grau é centrado em torno dos Companheiros Maçons que foram os artífices que fabricaram os ornamentos e a mobília do Templo. É incomum que a primeira parte do Grau mostre eventos que têm lugar antes da morte do Grão-Mestre Hiram Abif e que a última parte mostre fatos que ocorreram após a sua morte.
MESTRE ESCOLHIDO
Este Grau enfatiza as lições de devoção e zelo. O Grau está centrado na construção e mobiliário de uma abóbada secreta embaixo do Sanctum Sanctorum do Templo, e a deposição dos segredos pertencentes aos Companheiros por três antigos Grão-Mestres dos companheiros. Este Grau estende-se dos eventos que cercam a ocultação e a perda da Palavra Inefável e aqueles que levam à recuperação da Palavra, no Grau do Real Arco. O Corpo que o preside é um conselho e o oficial Presidente é um Mestre (intitulado Ilustre).
SUPER EXCELENTE MESTRE
Este grau enfatiza as lições de lealdade e fidelidade. O Grau está centrado ao redor dos fatos que levaram à destruição de Jerusalém e do Templo, nas mãos dos Caldeus. O Grau é narrado por interlúdios pequenos da profecia bíblica que salientam o fim do primeiro Templo e a construção do segundo. São dignas de nota as cenas da corte Judaica de Zedekiah e a corte Caldaica de Nabucodonosor. Este grau é honorário e um membro do Conselho não tem necessidade dele para manter a sua afiliação ou função.
AS ORDENS CAVALHEIRESCAS
As Ordens Cavalheirescas são um conjunto de três Ordens que culminam com o grau de Cavaleiro Templário e são controladas por este corpo. O corpo é nitidamente diferente dos seus equivalentes estrangeiros, pois exibe uma estrutura paramilitar e uma aparência de Maçonaria, sendo a única organização da Maçonaria no mundo que é um corpo unificado. A sua exigência de que seus membros sejam Cristãos praticantes levou a invectivas de condenação a outros corpos e organizações maçônicas tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos, com a alegação de que o corpo é mais uma organização Cristã do que um corpo Maçônico. Isto produziu pouco efeito sobre o corpo, entretanto, pois muitas das organizações que o criticam têm graus similares entre elas. O corpo americano é arranjado, ainda, de modo diferente do de seus parentes próximos, na Inglaterra. O corpo americano inclui a Ilustre Ordem Rosa Cruz, o qual não é conferido por nenhuma outra organização, embora tenha primos muito próximos na Ordem dos Cavaleiros Maçons Irlandeses e Americanos e nos Graus Maçônicos Ingleses Aliados da Cruz Vermelha e da Babilônia. Também nos Estados Unidos, a Ordem de Malte é conferida aos membros antes que estejam habilitados para receber a Ordem do Templo, enquanto que, na Inglaterra, a Ordem de Malta é um grau honorário dado aos Cavaleiros Templários. Nos Estados Unidos, todos os assuntos são tratados pela Ordem do Templo, os outros corpos sendo abertos, apenas, para conferir os graus das Ordens. Na Inglaterra, a Ordem de Malta se reúne e opera como um corpo separado, anexo à Ordem do Templo.
ILUSTRE ORDEM DA CRUZ VERMELHA
Esta Ordem enfatiza a lição da verdade. Elementos desta Ordem eram praticados em Antigas Lojas antes que a forma final do Grau de Mestre Maçom entrasse em vigor. Ele ainda é praticado na forma completa do cerimonial pelos Cavaleiros Maçons da Irlanda e pelos Cavaleiros Maçons dos Estados Unidos e como a Cruz Vermelha da Babilônia na Ordem Inglesa dos Graus Maçônicos Aliados.
ORDEM DE MALTA
Esta ordem enfatiza a lição da fé. Ela exige que o Maçom professe e pratique a fé Cristã. O grau de passagem do Passe Mediterrâneo ou Cavaleiro de São Paulo prepara o candidato para a Ordem, apresentando a lição e o exemplo do mártir intimorato e fiel do Cristianismo. A Ordem está centrada nos elementos alegóricos dos Cavaleiros de Malta, herdeiros dos Cavaleiros Hospitalários medievais.
ORDEM DO TEMPLO
Esta é uma Ordem que enfatiza as lições do auto-sacrifício e da reverência. Ela tem a intenção de reacender a devoção e o auto-sacrifício dos Cavaleiros Templários medievais ao Cristianismo. A história da Ordem Maçônica é longa e intricada, com diferentes rituais da Ordem entre os utilizados na Inglaterra e nos Estados Unidos. Os praticados nos Estados Unidos têm um zelo pouco propugnante pela lição do Cristianismo enquanto que, na Inglaterra, os rituais são mais alegóricos. Entretanto, o ritual americano é mais impressionante e é dada mais ênfase à solenidade e reverência associadas à crucifixão, ressurreição e ascensão de Cristo. O corpo que preside é um Comando e é presidido por um Comandante (intitulado Eminente).
Fonte Cavaleiros do Sol, 42