terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Phi: A divina proporção
sábado, 26 de dezembro de 2009
Ida Hoffmann e Henri Oedenkoven: do Avante-Garde Anarquista aos Círculos Ocultistas
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
The Rosicrucian Prayer to God
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
O Verdadeiro Segredo Maçônico
O verdadeiro Segredo Maçônico...
É um segredo de vida
e não de ritual
e do que se lhe relaciona.
Os Graus Maçônicos comunicam àqueles que os recebem,
sabendo como recebê-los,
um certo espírito,
uma certa aceleração da vida
do entendimento
e da intuição,
que atua como uma espécie
de chave mágica dos próprios símbolos,
e dos símbolos
e rituais não maçônicos,
e da própria vida.
É um espírito,
um sopro posto na Alma,
e, por conseguinte,
pela sua natureza,
...incomunicável.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Jakob Böhme, o Teósofo Teutonico
Jakob Böhme
(1575-1624)
Jakob Böhme, o Teósofo Teutonico
From William Law's Translation of The Works of Jakob Böhme
Jakob Böhme, nasceu no ano de 1575 em uma aldeia chamada Alt Seidenburg, perto de Gorlitz, na Alemanha e morreu na Silésia em 1624. Ele tinha pouca escolaridade e muito pequeno trabalhou como pastor de ovelhas numa montanha nos arredores de Gorlitz e mais tarde se tornou aprendiz de sapateiro. Viajou pela Alemanha como artífice , retornando a Gorlitz em 1599 tornando-se mestre em sua profissão. Casou-se com Katherine Kuntzschmann, com quem teve quatro filhos.
Um dia, enquanto trabalhava na sapataria de seu mestre, um estranho e misterioso homem entrou no recinto. Vestia-se de forma simples e não parecia materialmente afortunado, todavia aparentava ser muito sábio e nobre em matéria de realização espiritual. O estranho perguntou-lhe o preço de um par de sapatos que havia escolhido. Mas o jovem Böhme, inseguro em lidar com a parte financeira, não se atreveu a responder um preço, temendo desagradar seu mestre. O forasteiro insistiu e Böhme finalmente respondeu um preço muito alto, crendo que o estranho recusaria e ele não seria repreendido por seu mestre. O forasteiro, entretanto, comprou o par de sapatos escolhido e partiu.
A uma curta distância no fim da rua o misterioso forasteiro parou e gritou em voz alta ", Jakob, Jakob, venha cá! ." Espantado e assustado, ao ouvir o desconhecido chamá-lo com seu nome de batismo, Böhme correu para fora da casa. O estranho homem fixou os olhos sobre o jovem, seus grandes olhos pareciam irradiar uma luz divina. Compenetrado mas amável o forasteiro disse-lhe: " Jacob, você é ainda muito pequeno, mas será grande e se tornará outro homem, e será objeto da admiração de todos. Isto porque é piedoso, crê em Deus e reverencia sua Palavra, acima de tudo. Leia cuidadosamente as Santas Escrituras, nas quais encontrará consolo e instrução, pois sofrerá muito; terá de suportar a pobreza, a miséria e as perseguições; mas seja corajoso e perseverante, pois Deus o ama".Em seguida, fixando-o bem nos olhos, apertou-lhe a mão e se foi, sem deixar qualquer indício.
Profundamente impressionado com a previsão, Böhme se tornou cada vez mais intenso em sua busca da verdade.
."Abriu-se para mim um largo portão e em um quarto da hora vi e aprendi mais do que veria e aprenderia em muitos anos de universidade. Por essa razão, estou profundamente admirado e dirijo a Deus minhas orações, agradecendo-lhe por isto. Porque vi e compreendi o Ser dos seres, o Abismo dos abismos e a geração eterna da Santíssima Trindade, o descendente e origem do mundo de todas as criaturas, pela divina sabedoria: Soube e vi por mim mesmo os três mundos, ou seja, o divino (angelical e paradisíaco), o das sombras (que deu origem e natureza ao fogo) e o mundo exterior e visível (sendo à procriação ou o nascimento exterior tanto do mundo interior como do espiritual). Vi e conheci toda a essência do trabalho o mal e o bem original e a existência de cada um deles; e também como frutificou com vigor a semente da eternidade. E isso de tal forma que dela fiquei desejoso e rejubilei-me". Por sete dias ele permaneceu em uma misteriosa condição durante os quais os mistérios do mundo invisível foram a ele revelados..
"Abriu-se para mim um largo portão e em um quarto da hora vi e aprendi mais do que veria e aprenderia em muitos anos de universidade. Por essa razão, estou profundamente admirado e dirijo a Deus minhas orações, agradecendo-lhe por isto. Porque vi e compreendi o Ser dos seres, o Abismo dos abismos e a geração eterna da Santíssima Trindade, o descendente e origem do mundo de todas as criaturas, pela divina sabedoria: Soube e vi por mim mesmo os três mundos, ou seja, o divino (angelical e paradisíaco), o das sombras (que deu origem e natureza ao fogo) e o mundo exterior e visível (sendo à procriação ou o nascimento exterior tanto do mundo interior como do espiritual). Vi e conheci toda a essência do trabalho o mal e o bem original e a existência de cada um deles; e também como frutificou com vigor a semente da eternidade. E isso de tal forma que dela fiquei desejoso e rejubilei-me".
Jakob Böhme revelou para toda a humanidade os mais profundos segredos da alquimia. Ele morreu cercado por seus famíliares em um domingo, 20 de novembro de 1624, ouvindo músicas celestiais. Jakob Böehme, que como os antigos rosacruzes é chamado de teosofista, tinha como emblema uma cruz negra com rosas douradas.
PÁGINAS RELACIONADAS EM NOSSO SITE
A Influência de Jacob Boheme na Flauta Mágica de Mozart por Delmar Domingos de Carvalho
La llave [Clavis]
Confesiones [The Confessions of Jacob Boehme comp. and ed. by W. Scott Palmer with an introd. by Evelyn Underhill]
Vida e Doutrina de Jacob Böehme - Franz Hartmann
Milton and Jakob Boehme; a study of German mysticism in seventeenth-century England Margaret Lewis Bailey [Texto en inglés]
Jacob Boehme; the Teutonic philosopher William Perkes Swaison [Texto en inglés]
Mystics of the renaissance and their relation to modern thought, including Meister Eckhart, Tauler, Paracelsus, Jacob Boehme, Giordano Bruno, and others Rudolf Steiner [Texto en inglés]
Jacob Böehme - Biblioteca Upasika
Obras de Jacob Böehme
A Chave de Jacob Böehme [Texto em português] |
A Encarnação de Jesus Cristo [Texto em português] |
Confissões [Texto em português] |
O Caminho para Cristo [Texto em português] |
Seis Pontos Místicos [Texto em português] |
Der Weg zu Christo, verfasset in neun Büchlein [Texto em alemão, facsímil do original de 1715] |
The Works of Jacob Boehme, Vol. 1 - 1 - Aurora [Texto em inglês] |
The Works of Jacob Boehme, Vol. 2 - I - The Threefold Life of Man [Texto em inglês] |
The Works of Jacob Boehme, Vol. 2 - IV - The Clavis [Texto en inglês] |
The Works of Jacob Boehme, Vol. 4 - I - Signatura Rerum [Texto em inglês] |
The Works of Jacob Boehme, Vol. 4 - II - Of the Election of Grace [Texto em inglês] |
The Works of Jacob Boehme, Vol. 4 - III - The Way to Christ [Texto em inglês] |
The Works of Jacob Boehme, Vol. 4 - IV - A Discourse [Texto em inglês] |
The Works of Jacob Boehme, Vol. 4 - VI - Of Christ's Testaments [Texto em inglês] |
The Works of Jacob Boehme, Vol. Vol 3 - I - Mysterium Magnum [Texto em inglês] |
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
REGIME ESCOCES RETIFICADO - R.E.R.
A intenção de ter um Rito Escocês Retificado seria trazer de volta antigas influências dos Cavaleiros Templários, como um rito de cavalaria, também de um antigo rito chamado Rito de Heredom. Segundo Willermoz o Rito havia se descaracterizado com o tempo, perdendo assim sua identidade original como um Rito de Cavaleiros.
Foi relançado nas suas bases atuais, graças ao trabalho incansável de Jean-Baptiste Willermoz, que mantinha relações com maçons de toda a Europa, principalmente com os Irmãos mais qualificados de todos os ritos.
Ele passou a vida inteira reunindo todo o tipo imaginável de documentos, rituais e instruções, buscando alcançar a essência da iniciação maçônica.
O sistema maçônico que o interessava de imediato, foi o da Estrita Observância Templária, em razão das origens templários que esse sistema atribuía à Maçonaria e por sua organização em forma de ordem de cavalaria.
ORIGENS MAÇÔNICAS DE WILLERMOZ
Jean-Baptiste Willermoz era muito estimado pelos seus discípulos, principalmente pelas maneiras cordiais, amigáveis e sedutoras. Ele tinha como profissão profana a fabricação e comércio de artigos de seda, sendo ainda um grande proprietário de imóveis na cidade de Lyon, no centro da França.
Desde jovem, conseguiu reunir em torno de si um grupo de homens devotados à causa espiritual, tais como: Louis Claude de Saint-Martin, Joseph de Maistre, Martinez de Pasqually e o famoso Conde de Saint-Germain, alguns companheiros de estudos, outros seus próprios mestres.
Claude Catherin Willermoz foi seu pai, que por tradição também se dedicava à produção de tecidos; sua irmã Claudine foi iniciada nas ordens externas e o seu irmão mais novo, o médico Pierre-Jacques Willermoz foi iniciado em todas as ordens e jogou um papel importante na afirmação de Lyon como centro maçônico importante.
Jean-Baptiste Willermoz iniciou-se na Maçonaria em 1750. Com 20 anos de idade e já em 1752 era Venerável Mestre da sua loja e um ano mais tarde fundou a loja ";A Perfeita Amizade", que desempenhou um papel muito importante mais tarde. Em 1756 obteve a filiação da sua loja na Grande Loja da França. Em 1760, com 30 anos de idade, fundou uma segunda loja: "Os Verdadeiros Amigos"; juntamente com o Venerável da sua primeira loja: "A Amizade";, o irmão Jacques Irenée Grandon.
Nesse mesmo ano, as três lojas AMIZADE, A PERFEITA AMIZADE, e os VERDADEIROS AMIGOS, sob a coordenação de Willermoz, fundam a GRANDE LOJA DOS MESTRES REGULARES DE LYON, que recebeu Grandon como o seu primeiro presidente. Esses maçons tinham como objetivo a volta às suas origens primitivas.
Willermoz torna-se Grão Mestre em 1761, reelegendo-se em 1762, mas desinteressou-se em seguida, devido ao aumento das tarefas administrativas. Além disso, ele estava desgostoso com a banalidade dos trabalhos maçônicos o que o induziu a fundar o Capítulo dos ";CAVALEIROS DA ÁGUIA NEGRA", onde recrutava os melhores elementos de todas as lojas da cidade.
Willermoz ensinava no seu Capítulo que, para encontrar a pedra cúbica, que contém em si todos os dons, virtudes ou faculdades, era necessário encontrar o princípio da vida que os Adeptos chamam Alkaeter. Esse espírito tem a faculdade de purificar o ser anímico do homem, prolongando sua vida.
Ele também tem a virtude de transformar os vis metais em ouro. Esse espírito encontra-se nos três reinos da natureza e cabe ao homem encontrar a maneira de manipulá-lo. Eles ensinavam que a pedra bruta representava a matéria disforme que devemos preparar; a pedra cúbica com ponta piramidal representava a matéria desenvolvida pela tríplice ação do Sal, do Enxofre e do Mercúrio.
O portador do terceiro grau possuía duas jóias, uma era o emblema dos três reinos da natureza que entra no trabalho de preparação da Grande Obra, a outra era o Pantáculo de Salomão, de sorte que o iniciado deveria portar em si toda a ciência cabalística. Entretanto, Willermoz logo desinteressou-se do Capítulo da Águia Negra, pelas seguintes razões: primeiro porque a base de simbolismo já era do seu pleno conhecimento e havia conseguido formar Mestres capazes de continuar esse trabalho de instruir o s maçons do capítulo; segundo porque encontrou Martinez de Pasqually em 1767, quando tinha 37 anos de idade. Martinez, que como se sabe, foi o fundador da Ordem dos Cavaleiros Maçons Elus Cohens do Universo, sistema operativo, cujo ensinamento marcou profundamente o espírito de Willermoz.
A DOUTRINA DE MARTINEZ E O GRANDE TEMPLO DE LYON
Os maçons de Lyon, embora perseverantes no seu trabalho, não possuíam, uma doutrina sintética, que lhes assegurasse o objetivo dos seus trabalhos. A doutrina exposta por Martinez encaixou como uma luva nas mãos laboriosas dos maçons ocultistas de Lyon, cujo chefe era Jean-Baptiste Willermoz.
Tal doutrina comportava a revelação de verdades primordiais, comunicadas outrora a alguns seres privilegiados, e em sua síntese, ensinava a maneira de transpor a barreira que separa o Homem da Divindade.
Martinez trazia a mensagem de uma tradição oculta, conservada alegoricamente nas Escrituras Sagradas, sob o véu dos símbolos, transmitida através dos tempos pelas Sociedades Secretas. A Maçonaria tinha perdido a chave dessa tradição, que foi reencontrada por Martinez e por ele retransmitida nos seus rituais.
A sua doutrina explicava que a história da humanidade se resumia nas conseqüências do pecado original e na subdivisão do Homem Primitivo. A Divindade emanou Adão para que fosse o guardião da prisão onde tinha colocado os anjos rebeldes. Adão, revestido de uma forma "gloriosa"; comandava toda a criação. Mas, seduzido pelos Espíritos perversos, Adão quis ter a sua própria posteridade "espiritual";.
Entretanto, a criação de Adão não resultou senão numa forma material (Eva), que constituiu sua própria prisão futura. Essa condição o privou da comunicação com a Divindade e o expôs aos ataques dos espíritos perversos, dos quais ele era anteriormente o Mestre.
A posteridade de Seth poderá obter sua reconciliação e entrar em contacto directo com a Divindade, após ter percorrido todas as esferas superiores do mundo celeste.
Willermoz foi iniciado por Martinez em Versailles, perto de Paris, no Equinócio de Março de 1767, quando este instalou o seu Tribunal Soberano de Paris. Willermoz tinha sido apresentado por Bacon de la Chevalerie e o Mestre logo reconheceu em Willermoz um futuro adepto, um continuador da sua doutrina, motivo pelo qual não pode conter as lágrimas, sobretudo, porque via nessa iniciação a prova da sua reconciliação com a Divindade. Nesse mesmo ano, Willermoz foi recebido como membro não residente do Tribunal Soberano e a sua correspondência com o Mestre durou cinco anos.
Entretanto, durante esse período não obteve nenhuma luz, o que quase induziu Willermoz a abandonar a Ordem, apesar de Martinez lhe dizer que o desenvolvimento das qualidades espirituais, não vinha de um dia para o outro, e que somente o tempo e a perseverança na iniciação lhe poderia oferecer os resultados esperados.
Divindade, nada lhe será dado. Somente a graça da reconciliação do Pai dará a potência e o poder ao filho. A luz não é dada ao curioso, ao apressado; o Altíssimo a concede ao Homem submisso aos seus mandamentos e que pratica a sua justiça.
O Elus Cohen deveria seguir rigorosamente o ritual teúrgico e renunciar a tudo o que existe neste baixo mundo, e resignar-se a receber a graça no seu devido tempo. Esta virá, a partir de um trabalho constante, quando menos se espera. A preguiça, ou a impureza de um único membro durante os trabalhos, prejudica todo o trabalho coletivo dos grupos operativos.
Willermoz compreendeu rapidamente estas premissas e trabalhou de corpo e alma, não somente na sua regeneração pessoal como também com o objetivo de estender essa doutrina à Maçonaria, fazendo novos adeptos para a Ordem. Foi por essa razão que buscou a aliança com os maçons alemães da Estrita Observância Templária, isentos dos objetivos políticos e vingativos dos maçons Franceses.
OS DIRETÓRIOS ESCOCESES NA FRANÇA
O regime Escocês Rectificado originou-se da introdução na França, dos diretórios escoceses em 1773 e em 1774 pelo Barão de Weiler, que retificou certas lojas existentes em Estrasburgo segundo o rito da Estrita Observância Templária da Alemanha, cujo Grão-Mestre da loja de Saxe (região da Alemanha Oriental) era o Barão de Hund. Após uma longa troca de correspondências com Willermoz, Weiler instalou em 1774 em Lyon o primeiro Grande Capítulo da região e colocou Willermoz como chefe ou delegado regional.
Nesse mesmo ano, outros diretórios foram constituídos em Montpellier e em Bordeaux, cidade onde residia Martinez. O sistema era constituído por 9 graus, consistindo de três classes:
1a classe: Aprendiz, Companheiro e Mestre
2ª classe: Escocês vermelho e Cavalheiro da Águia Rosa Cruz
3a classe: (ordem interna): Escocês verde; Escudeiro noviço; Cavalheiro e Professos.
Os Professos eram considerados SUPERIORES INCÓGNITOS, pois não eram conhecidos dos membros da Ordem. O seu chefe, que mais tarde tornou-se conhecido, era o Duque Ferdinando de Brunswick, que possuía o título de Grande Superior da Ordem.
O CONVENTO DE GAULES (LYON, 1778)
O sucesso das lojas do Rito Escocês Rectificado foi total na França, principalmente porque elas eram oriundas das tradições templárias e sobretudo porque os seus chefes eram nobres autênticos, príncipes, duques, barões e as iniciações eram muito seletiva. Nessa mesma época, estava-se instalando o Grande Oriente da França, que fez questão de agrupar os Diretórios Escoceses sob sua égide e um tratado foi assinado nesse sentido. Esses diretórios não tinham uma direção central na França e uma união era preconizada por todos. Entretanto as desavenças em vez de diminuírem, aumentaram. O próprio Willermoz escreveu ao Príncipe Charles de Hesse, queixando-se que Weiler não conhecia nada sobre "as coisas essenciais";.
O grande superior Ferdinando de Brunswick procurava desesperadamente a doutrina e a coesão que faltava. Os Lyoneses detinham há 11 anos o sistema de Martinez de Pasqually, doutrina que poderia interessar aos Diretórios. Willermoz e Louis Claude de Saint-Martin de maneira muito oculta, prepararam as coisas com cuidado.
Eles conseguiram iniciar Jean de Turkeim e Rodolphe de Salznan na Ordem dos "Elus Cohens" homens de grande importância no seio da Estrita Observância Templária do Diretório de Estrasburgo. E esses dois homens desempenharam um papel muito importante quando os ocultistas de Lyon apresentaram a sua proposta dos conventos que iriam realizar no futuro. Com os espíritos preparados, segundo a doutrina de Martinez, os Lyoneses convocaram o CONVENTO DE GAULES em 1778, em Lyon. As grandes figuras da Estrita Observância Templária estiveram presentes em Lyon, mas preocuparam-se essencialmente com o futuro administrativo da Maçonaria. Willermoz demonstrou, desde logo, que a preocupação deveria nortear-se sobre o verdadeiro objetivo da Maçonaria, suas diretivas de estudos que deveriam orientar-se na busca da Divindade.
No transcurso dos trabalhos, decidiram distinguir as lojas simbólicas das lojas da Ordem Interior e substituir por Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa a palavra Templário. Os rituais apresentados pelos Lyoneses foram aprovados, assim como as instruções secretas de Willermoz, tiradas do "Tratado da Reintegração dos Seres Criados"de Martinez de Pasqually. O objetivo primeiro da Maçonaria seria comunicado somente aos iniciados nos dois últimos graus, os de "Professo" e do "Grande Professo". A denominação de Superior Incógnito, que tinha sido condenada anteriormente, foi ressuscitada no convento, e era designada àqueles portadores de alta doutrina da Ordem. Entretanto, o verdadeiro objetivo da Maçonaria, permanecia desconhecido por todos aqueles que não tinham entrado realmente dentro da iniciação, embora portassem títulos de nobreza e mesmo os altos graus do "Rito Escocês Rectificado". Além disso, havia várias tendências maçônicas e de outras sociedades espiritualistas que colocavam uma grande confusão nas mentes dos vários grupos maçônicos, oriundos de regiões diferentes. Havia assim, a necessidade da realização de um outro convento.
CONVENTO DE WILLELMSBAD DE 1782
Foi assim que quatro a nos mais tarde, em 1782, se realizou outro em Willelmsbad, com um número maior de participantes em relação àquele efetivado na cidade de Lyon em 1778. As reuniões duraram 45 dias e lá estavam presentes Willermoz e Saint-Martin, bem como, representantes dos Filaletes, dos Iluminados da Baviera, etc, todos ligados à Estrita Observância Templária.
A diversidade de idéias e de opiniões, impediu que se chegasse a um denominador comum e que se definisse com precisão a doutrina da Ordem. Desta maneira, acabou-se mantendo as mesmas resoluções do Convento de Lyon, inclusive a doutrina de Martinez. Abandonou-se a pretensão da descendência direta dos Templários, evocando-se, entretanto uma filiação espiritual, oriunda do Mundo Invisível.
Os rituais foram modificados substancialmente, diferenciando o sistema da Maçonaria Tradicional.
Esta é a razão pela qual o sistema foi denominado de RITO ESCOCÊS RETIFICADO.
MEMPHIS-MIZRAIM E O MARTINISMO
A este Rito pertenceu na Europa o Irmão Ragon, que esteve em contato com o Imperator R+C ou Chefe dos Rosa-Cruzes e, inclusive, foi seu aluno o Conde de Saint-Germain. Por outro lado, na Itália este Rito teve uma grande importância nos acontecimentos históricos que deram nascimento à nação Italiana. Devemos recordar que Garibaldi pertenceu a esta Ordem. No nosso vizinho país, a Argentina, o Rito de Memphis teve um período de grande esplendor não faz muito tempo, chegando a contar com cerca de setenta Lojas.
O Rito de Memphis é de origem oriental. Foi renovado em 1820 pelo Irmão Boulage, professor da Faculdade de Direito de Paris, sujeitando-se ao plano dos Grandes e dos Pequenos Mistérios do Egito e da Grécia Antiga. O Rito de Misraim, também denominado Egípcio e, as vezes, judaico, foi fundado em Paris, em 1805, pelo Irmão Lechangeur.
Conforme o traçado arquitetônico destes Ritos da Maçonaria Oriental, a origem da Ordem se remonta às primeiras idades do mundo, supondo-se que um nasceu na Índia o outro no Egito, nas margens do Nilo, sendo uma continuação dos antigos Mistérios. Consideram-se fundadores diretos do Rito os Cavaleiros da Palestina e os Irmãos Rosa-Cruzes do Oriente.
Os diversos graus do Rito de Memphis e Mizraim foram tomados do Escocismo, do Martinismo ( por este motivo conserva a influencia de Pasqually e de Saint Martin) , da Maçonaria Hermética e de vários outros sistemas e reformas que praticaram-se com êxito na Alemanha, França e Itália, em épocas anteriores a 1730. Um documento muito interessante sobre a Maçonaria Oriental e Espiritualista é a "Muito Santa Trinosofia" escrita pelo Conde de Saint-Germain.
O Rito conta com um total de 96 graus divididos em três séries: simbólica, filosófica e mística. Por outro lado, o Rito Misraim conta com 90 graus classificados em quatro séries e divididas em 17 categorias, a saber:
A organização e estabelecimento destes Ritos exige por parte dos Dignitários um perfeito conhecimento das Tradições Iniciáticas do Oriente e do Ocidente, além de outras condições muito especiais que não se podem improvisar. A menos que estes requisitos sejam cumpridos, torna-se muito difícil subsistirem tais ritos.
Em seguida transcreveremos algumas denominações de seus graus, nos quais os SS. II. e os FF. RR. CC. notarão como os Ritos Orientais Memphis e Miszraim conseguiram perpetuar um conjunto de símbolos muito sagrados da Iniciação Antiga e Medieval. Ainda que em alguns aspectos esta terminologia possa nos parecer pomposa e bizarra, devemos compreender que não era considerada desta maneira no século XVIII, a cujo espírito e compreensão obedece.
Cavaleiros: da Abóbada Sagrada, da Espanha e do Oriente, de Jerusalém, da Águia Vermelha e Negra, do Oriente e do Ocidente, Rosa-Cruz, Noaquita ou da Torre, da Serpente de Bronze, da Cidade Santa da Alegria, do Tabernáculo.
Filalete: Doutor dos Planisférios, Sábio Sivaísta, príncipe do Zodíaco, Sublime Filósofo Hermético, Cavaleiro das Sete Estrelas, das Sete Cores ou do Arco-Iris, Rei Pastor dos Hurtz, Príncipe da Colina Sagrada, Sábio das Pirâmides.
"O mundo é uma eterna figueira, cujas raízes estão no céu e que estende seus ramos sobre o abismo. Recorda este princípio dos Vedas."