sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ENAMORAR-SE



Por Ischaïa, 4ª Matriarca Expectante

Quando alguém se enamora, todos ao seu redor percebem. A pessoa fica com um ar de felicidade e plenitude.

Quando se apaixona, o indivíduo fica obcecado. Nada o interessa a não ser o objeto de sua paixão.

Mestre Sevãnanda e Thoth usavam muito este recurso para exemplificar como deve ser a relação do discípulo com a obra. Thoth dizia que o verdadeiro Expectante devia enamorar-se da obra.

O enamoramento envolve compromisso do ser para com ele mesmo e para com o outro. É sentir vontade de estar perto, de ver, dedicar-se, oferecendo o melhor de si. Estar disponível, se não com a presença física, mas em sentimento e espírito. Qual o enamorado que deixaria de estar com a amada, que só encontra uma vez por semana, para fazer outra coisa? O enamorado muitas vezes sacrifica um desejo pessoal para satisfazer uma necessidade da amada.

A Igreja Expectante, no decorrer desses últimos trinta anos, teve muitos apaixonados, que viveram e vivenciaram essa paixão. E, como toda paixão, foi intensa, mas de pouca duração. Juras e promessas de amor eterno, entusiasmo e dedicação às vezes exagerados. Mas, “como sói acontecer”, logo o tempo demonstrou que o que eles procuravam, fosse lá o que fosse, não os satisfez, e a paixão foi por água abaixo. Esse é o amor do HOMEM-BOI. Aquele que quer a satisfação de seu anseio segue, como o boi, a tropa e o boiadeiro. São aqueles que entram porque o amigo entrou, porque achou bonito.

A Igreja também teve o “amor” do HOMEM-LEÃO, ansioso por ser sacerdote, ter mais um certificado para sua vasta coleção de diplomas e credenciais, desejando acrescentar mais um passo na sua longa jornada, onde peregrinou por várias ordens. Vaidoso de suas buscas, às vezes, se enamora verdadeiramente da obra e fica.

Uns poucos HOMENS-ÁGUIAS, conscientes, que já extraíram a pureza de tudo que viram e viveram, amam e abraçam sua amada, lutam a seu lado e permanecem. Assim, o enamoramento evolui para o amor INTEGRAL.

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