Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009
DA UTILIDADE DAS PATENTES
"Bene veneritis Spiritu Sanctu quia vos vocavi per illum cui omne genu flequitur, coelestium, terrestrium et infernorum."
"Existe um Deus e eu tenho uma alma. Não é preciso mais nada para ser sábio. Foi sobre este alicerce que se ergueu todo o meu edifício". L. C. de Saint-Martin.
.·.
1. O Iniciador de Saint Martin foi Martines de Pasqually (1710-1774 ?), figura controversa e misteriosa, que por sua vez havia fundado a Ordem dos Cavaleiros Maçons Elus Cohen do Universo, onde L. C. de Saint-Martin fora iniciado, em 1768, na prática da Teurgia - do gregoTheou Ergon, sig. Trabalho Divino -, ou via operativa.
2. Entre o discípulo e o mestre havia uma animosidade de Saint-Martin em relação a doutrina de Martines, referente a demasiada formalidade e solenidade aplicada no Rito Martinesista. Após a morte de Martines, Sain-Martin afastou-se da doutrina do seu antigo mestre, em virtude de suas convicções, buscando seguir o caminho que lhe parecia mais adequado, que veio a ser conhecido como a via contemplativa ou cardíaca.
3. Segundo Saint-Martin, a teurgia operativa seria, no mínimo perigosa, e deveria ser preterida em função de uma via mais adequada e menos perigosa.
4. O ponto de vista deste adepto, após a reflexão baseada na experiência, tanto pessoal quanto proveniente de outros buscadores, é favorável à procedência da opinião de Saint-Martin. A teurgia operativa não é, definitivamente, a melhor via de regeneração, sendo preferível, sem qualquer sombra de perigo ou eventual prejuízo do adepto a adoção da teurgia contemplativa ou via cardíaca, preconizada por Saint-Martin e adotada inclusive por Papus no fim de sua vida.
5. A excessiva solenidade na ritualística, as distinções de grau, ainda que meramente administrativas, jóias e demais sinais distintivos etc, servem apenas a um aspecto - e saliente-se -, o pior deles: à satisfação do ego. A respeito disso, há um parecer do Apóstolo Paulo, literis: "As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne" [Col. 2:23].
6. Despiciendo notificar que as prerrogativas e reivindicações baseadas em documentos são igualmente inócuas, sob o ponto de vista estritamente espiritual, quando não servem de combustível ao egocentrismo e ao pior dos pecados capitais: o orgulho. Tome como tema de reflexão a seguinte passagem: "Uma voz diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a sua beleza como a flor do campo"[Isa. 40:6].
7. Não quero com isso pisotear a Tradição, pois ela manteve de fato a Doutrina viva. Mas, infelizmente, ela já não se justifica. Se a iniciação, conforme preconizada por Sain-Martin, se dava nos planos íntimos do buscador, e ademais, a via operativa não seria a mais adequada a Regeneração (sendo esta o propósito primeiro da Doutrina em comento), não há que se emprestar tanta importância aspectos meramente burocráticos ou formalísticos. No entanto, no que se refere a convicção deste Adepto, ela deve ser respeitada, de fato, mas não nos parece que deva ser acolhida "juris tantum", ou seja, como prova absoluta de uma verdade incontestável.
8. Com o fito de se evitar, ou melhor, cortar pela raiz a guerra de patentes e papéis tão comuns às "ordens herméticas" modernas e contemporâneas, creio que esta reestruturação do Martinismo não seja apenas salutar como estritamente necessária. Quanto aqueles que estão escravizados a Tradição formal, que fiquem com seus papéis. O Pastor reconhece as suas ovelhas e suas ovelhas conhecem a voz do seu Pastor (Jo. 10:4).
DA UTILIDADE DAS PATENTES
"Bene veneritis Spiritu Sanctu quia vos vocavi per illum cui omne genu flequitur, coelestium, terrestrium et infernorum."
"Existe um Deus e eu tenho uma alma. Não é preciso mais nada para ser sábio. Foi sobre este alicerce que se ergueu todo o meu edifício". L. C. de Saint-Martin.
.·.
1. O Iniciador de Saint Martin foi Martines de Pasqually (1710-1774 ?), figura controversa e misteriosa, que por sua vez havia fundado a Ordem dos Cavaleiros Maçons Elus Cohen do Universo, onde L. C. de Saint-Martin fora iniciado, em 1768, na prática da Teurgia - do gregoTheou Ergon, sig. Trabalho Divino -, ou via operativa.
2. Entre o discípulo e o mestre havia uma animosidade de Saint-Martin em relação a doutrina de Martines, referente a demasiada formalidade e solenidade aplicada no Rito Martinesista. Após a morte de Martines, Sain-Martin afastou-se da doutrina do seu antigo mestre, em virtude de suas convicções, buscando seguir o caminho que lhe parecia mais adequado, que veio a ser conhecido como a via contemplativa ou cardíaca.
3. Segundo Saint-Martin, a teurgia operativa seria, no mínimo perigosa, e deveria ser preterida em função de uma via mais adequada e menos perigosa.
4. O ponto de vista deste adepto, após a reflexão baseada na experiência, tanto pessoal quanto proveniente de outros buscadores, é favorável à procedência da opinião de Saint-Martin. A teurgia operativa não é, definitivamente, a melhor via de regeneração, sendo preferível, sem qualquer sombra de perigo ou eventual prejuízo do adepto a adoção da teurgia contemplativa ou via cardíaca, preconizada por Saint-Martin e adotada inclusive por Papus no fim de sua vida.
5. A excessiva solenidade na ritualística, as distinções de grau, ainda que meramente administrativas, jóias e demais sinais distintivos etc, servem apenas a um aspecto - e saliente-se -, o pior deles: à satisfação do ego. A respeito disso, há um parecer do Apóstolo Paulo, literis: "As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne" [Col. 2:23].
6. Despiciendo notificar que as prerrogativas e reivindicações baseadas em documentos são igualmente inócuas, sob o ponto de vista estritamente espiritual, quando não servem de combustível ao egocentrismo e ao pior dos pecados capitais: o orgulho. Tome como tema de reflexão a seguinte passagem: "Uma voz diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a sua beleza como a flor do campo"[Isa. 40:6].
7. Não quero com isso pisotear a Tradição, pois ela manteve de fato a Doutrina viva. Mas, infelizmente, ela já não se justifica. Se a iniciação, conforme preconizada por Sain-Martin, se dava nos planos íntimos do buscador, e ademais, a via operativa não seria a mais adequada a Regeneração (sendo esta o propósito primeiro da Doutrina em comento), não há que se emprestar tanta importância aspectos meramente burocráticos ou formalísticos. No entanto, no que se refere a convicção deste Adepto, ela deve ser respeitada, de fato, mas não nos parece que deva ser acolhida "juris tantum", ou seja, como prova absoluta de uma verdade incontestável.
8. Com o fito de se evitar, ou melhor, cortar pela raiz a guerra de patentes e papéis tão comuns às "ordens herméticas" modernas e contemporâneas, creio que esta reestruturação do Martinismo não seja apenas salutar como estritamente necessária. Quanto aqueles que estão escravizados a Tradição formal, que fiquem com seus papéis. O Pastor reconhece as suas ovelhas e suas ovelhas conhecem a voz do seu Pastor (Jo. 10:4).
Fonte: http://martinistainc.blogspot.