Ecos do Silêncio — Textos Zen
O Rei da Mente
Hsin-wang-ming por por Fu-yu (497-569)
Contemple a mente; este rei da vacuidade
É sutil e intruso.
Sem nome ou forma,
Ele tem grande poder espiritual.
Pode eliminar todas as calamidades
E realizar todos os méritos.
Apesar de sua essência ser vazia,
Ele é a medida dos fenômenos.
Quando você olha, é sem forma;
Quando você o chama, ele ecoa.
É o grande comandante do Dharma
Transmitindo os sutras através dos preceitos da mente.
Assim como o salgado na água do oceano, de cor transparente,
Certamente está lá, mas sua forma é invisível,
O rei da mente também é assim,
Residindo no corpo.
Ele entra e sai diante dos seus olhos,
Respondendo aos fenômenos, seguindo as emoções.
Quando está despreocupado, sem obstrução,
Todos os esforços têm sucesso.
Quando você realiza a mente original,
A mente vê o Buddha.
Esta mente é o Buddha;
Este Buddha é a mente.
Todo pensamento é a mente de Buddha;
A mente de Buddha permanece no Buddha.
Se você deseja realizar isto em breve,
Esteja vigilante e disciplinado.
Os preceitos puros purificam a mente;
A mente então é Buddha.
Separado deste rei da mente,
Não há outro Buddha.
Se você deseja procurar o estado búddhico,
Não macule coisa alguma.
Apesar de a natureza da mente ser vazia,
A cobiça e o ódio são reais.
Quando você entra por esta porta do Dharma,
Sentando-se ereto, você se torna o Buddha.
Ao alcançar a outra margem,
Você atinge a perfeição.
Os verdadeiros aspirantes ao caminho
Contemplam a sua própria mente.
Sabendo que o Buddha está no interior,
Não há necessidade de procurar no exterior.
Bem agora a mente é o Buddha;
Bem agora o Buddha é a mente.
A mente brilhante conhece o Buddha;
O iluminado conhece a mente.
Separado da mente, não há Buddha;
Separado do Buddha, não há mente.
Aqueles que não são Buddhas não podem penetrar;
Não estão preparados para a tarefa.
Agarrar a vacuidade e bloquear a tranqüilidade
Resulta em flutuar e afundar.
Nem buddhas nem bodhisattvas
Estabelecem suas mentes deste modo.
O grande ser da mente brilhante
Despertou para este som sutil.
A natureza do corpo e da mente é maravilhosa;
Suas funções não precisam ser alteradas.
Assim, o sábio derruba a mente e a deixa ser.
Não diga que o rei da mente é vazio e sem essência;
Ele pode fazer o corpo
Fazer o mal e o bem.
Não existe, nem é não-existente.
Aparece e desaparece imprevisivelmente.
Quando a natureza da mente parte da vacuidade,
Ela pode ser sagrada ou profana.
Assim, imploramos uns aos outros
Que a guardem com cuidado.
No momento de se moldar,
Ele se reverte ao flutuar e afundar.
A sabedoria da mente pura
É tão preciosa quanto o ouro.
O tesouro de sabedoria do Dharma
Está dentro do corpo e da mente.
O tesouro do Dharma da não-ação não é superficial nem profundo.
Todos os buddhas e bodhisattvas realizaram este mente original.
Para aqueles cujas condições estão corretas,
Ela não é passado, presente ou futuro.
Verso da iluminação
A mão vazia segura a enxada.
Os pés andando, cavalgando o búfalo d'água.
O homem anda sobre a ponte,
A ponte flui, a água não flui.
(Adaptado de Sheng-yen, The poetry of enlightenment: Poems by ancient
Ch'an masters. Elmhurst: Dharma Drum Publications, 1987. Pág. 15, 17-20.)
Ch'an masters. Elmhurst: Dharma Drum Publications, 1987. Pág. 15, 17-20.)
Fonte: Ecos do Silêncio