domingo, 18 de julho de 2010

PENTAGRAMA, PANTÁCULO, TALISMÃ E AMULETO


PENTAGRAMA, PANTÁCULO, TALISMÃ E AMULETO
Por um S.I.

Os escritores em geral, na ânsia de levar a informação aos buscadores, confundem os seus leitores, associando, e tornando sinônimos, os termos Pantáculo e Pentagrama e referem-se a eles, umas e outras vezes, como tendo o mesmo significado ou a mesma aplicação; mas, devemos lembrar que o Pantáculo é um instrumento de trabalho e o Pentagrama um símbolo e, sendo o Pantáculo um instrumento que pode conter símbolos, evidentemente, pode conter o Pentagrama. Porém, o Pentagrama usado com determinadas finalidades serve, também, como instrumento de trabalho, ou Pantáculo. Outras associações que são feitas ao Pantáculo referem-se aos talismãs e amuletos. Então, para melhor entendimento, vamos analisá-los separadamente.O estudo dos Talismãs e Pantáculos é um dos mais curiosos da magia e se refere à numismática histórica.Alguns autores usam os termos com o sufixo grama, para designar selos, pentáculos, elementos da simbólica, etc, o que deixa confuso o pesquisador desatento.

 Comumente encontramos essa mistura nos conceitos do tetragrama, do pentagrama e do hexagrama e ficamos sem saber qual o correto: se o quadrado ou o tetragrama; se o pentágono, o pantáculo ou o pentagrama; se o hexágono, o pantáculo de Salomão, o Selo de Salomão, ou o hexagrama; pois todos são apresentados como tendo a mesma aplicação místico/esotérica. Em alguns casos os termos se confundem, como são os casos do Selo de Salomão, os Pentáculos e Pentagramas, e os tetragramas, pois a idéia primordial está implícita em todos eles, com exclusão das figuras geométricas. Assim, não raras vezes, os estudantes de esoterismo se desorientam e não conseguem distinguir uns dos outros. Vamos então analisá-los e concluir que as terminologias são diferentes.

Convém definir os termos, segundo o Dicionário do Aurélio: "Pent(a)"(do grego pente) Elemento de composição = cinco. "Grama" equivalente de "gramato". "Gramat(o)" (do grego gramma, atos) Elemento de composição = letra, escrito: gramatologia (tratado das letras, alfabeto, leitura e escrita). "Pentagrama" (Do grego pentagramma) 1 - Pauta de cinco linhas. 2 - Figura ou símbolo formado por cinco letras ou sinais, e ao qual se atribuem poderes mágicos: "O 5 resplandece nas cinco pontas do pentagrama, o mais famoso símbolo das artes mágicas, a estrela da sorte e do exorcismo." (Augusto Meyer, A Forma Secreta, p. 158). "Pentágono" - Polígono de cinco lados. Podemos concluir:

a) O Pentagrama é o símbolo do microcosmo, como veremos a seguir.

b) O Selo de Salomão é o símbolo da unidade cósmica, assim como a sua complexidade.

c) O hexagrama vem a ser a reunião de seis letras ou caracteres, não necessariamente aplicadas em figuras geométricas, podendo ser apenas as letras agrupadas, como acontece com o tetragrama sagrado dos hebreus YHVH (tetra = 4 + grama = letras). Assim ocorre, também, com os trigramas, os pentagramas, os eneagramas, etc. No caso do Selo de Salomão (ou a estrela de seis pontas) quando recebe seis letras ou caracteres passa a ser o hexagrama. Se quisermos dizer corretamente será: o pentagrama de Fausto, o pentagrama de Ezequiel, o hexagrama com o Selo de Salomão, ou o hexagrama de Salomão (tendo em vista que podemos ter hexagramas que não contenham o referido selo), etc.

d) O pantáculo é um instrumento de trabalho ritualístico, que pode conter o pentagrama, o hexagrama ou, ainda, o Selo de Salomão.

e) O pentágono e o hexágono são figuras geométricas e não encontramos representação simbólica nos compêndios de misticismo e esoterismo, a não ser - por nossa dedução - a representação mística dos números 5 e 6, que veremos no Estudo dos números.

f) Agora podemos concluir, claramente, que o pentagrama é uma coisa, o hexagrama é outra, o Selo de Salomão outra, o pantáculo diferente do pentagrama, do hexagrama, e do selo, e o pentágono e o hexágono figuras geométricas. E ver, finalmente, que todos podem ser conjugados ou usados separadamente, sem que haja confusão nas terminologias.


O Pantáculo

O Pantáculo é um instrumento conhecido por todos os esclarecidos estudantes de Magia. Nos tratados de magia, dá-se o nome de Pantáculo a um selo mágico, muitas vezes impresso em pergaminho virgem, feito de pele de bode, ou gravado em metal precioso, tal como o ouro ou a prata. Triângulos, quadrados, estrelas de cinco ou seis pontas inscrevem-se nos círculos do selo; letras hebraicas, caracteres cabalísticos, palavras latinas se desenham sobre figuras geométricas. Considera-se que os selos têm relação com realidades invisíveis, cujos poderes eles permitem compartilhar. Eles podem servir para suscitar os tremores de terra, o amor, a morte e para lançar toda a espécie de sortilégios. Eles simbolizam, captam e mobilizam, ao mesmo tempo, os poderes ocultos. Basicamente o Pantáculo é um pedaço circular de madeira, que também pode ser feito de metal como cobre ou estanho e graficamente é representado como um círculo contendo símbolos, quaisquer que sejam: figuras geométricas , triângulos, quadrados, pentagramas, hexagramas, etc. , onde, eventualmente, são aplicadas letras hebraicas, caracteres cabalísticos; palavras latinas; animais sagrados; e muitos outros; ou a conjugação deles. O Pantáculo é um símbolo da Terra e o menos compreendido dos instrumentos mágicos. Pode ser feito de madeira ou metal e é o único que muda e cresce com o próprio Mago. Toma a forma de um disco com símbolos inscritos em ambos os lados, com valor pessoal para o Mago. De um lado está aplicada de forma simbólica a idéia que o Mago tem do Deus supremo em qualquer tradição que esteja trabalhando; estes símbolos são o resultado de muita meditação e pensamentos profundos. 

Do outro lado, seguindo a mesma forma de disciplina mental, ele deve desenvolver um símbolo que representa a si mesmo em relação àquela Divindade. Assim como o universo e a Divindade mudam e se adaptam ao novo crescimento, os símbolos também mudarão após um certo período de tempo. Começa-se com uma idéia do criador e de si próprio em justaposição a como a vê agora , mas o Mago à medida que crescer em compreensão e sabedoria, precisará fazer um novo Pantáculo, então, com novos símbolos.O Pantáculo se parece bastante com a Roda da Fortuna no baralho do Tarô: a roda da vida, nascimento e morte. Cada novo disco será uma prova de seu crescimento.Assim, temos pentáculos que recebem nomes de acordo com os seus idealizadores ou dos símbolos que contém, por isso podemos ter: Pantáculo de Fausto (contendo o Pentagrama idealizado por Fausto), Pantáculo de Pitágoras (idealizado pelo próprio), Pantáculo de Ezechiel (idealizado pelo próprio), Os Pentáculos de São João (contendo os Sete Selos de São João), Pantáculo de Salomão (contendo o Hexagrama, ou o Selo de Salomão), e muitos outros.

O Pentagrama

Geometricamente é uma figura formada por cinco triângulos, ligados por suas bases, que contém caracteres, conforme mostrado anteriormente.Misticamente a chave do seu significado é o número cinco, que representa a quinta essência dos alquimistas, sendo os quatro elementos - terra, água, fogo e ar - formadores da matéria e o quinto elemento, ou quinta essência, de natureza celestial. Na verdade, esse quinto elemento era, segundo o concebiam os alquimistas, a prima matéria (primeira matéria). Acreditava-se que não só os outros elementos se haviam originado desta quinta essência, como também se julgava que ela era a Mente Universal ou Cósmica, que dirigia a formação de todas as propriedades e substancias. Assim, ela era uma força mental imortal.

Segundo a tradução de um arcaico manuscrito rosacruz de alquimia dizia em parte, "A quinta essência é o poder, a qualidade e a virtude de tudo e cada coisa na Natureza. Portanto, podemos considerar a quinta essência como constituindo um quinto elemento dentro de toda matéria. Como tal, ela forma a base da qual fluem os quatro elementos inferiores visíveis: fogo, água, ar e terra. Esses quatro elementos bem conhecidos podem ser considerados a morada da quinta essência. A quinta essência é uma essência muito sutil, que penetra todos os objetos, que, embora esteja oculta dentro de toda e cada substância, pode, não obstante, ser tornada particularmente discernível. Pelo seu poder e sua atividade, todos os objetos são mutuamente atraídos ou repelidos, de acordo com suas polaridades".

O Pentagrama, que é chamado, nas escolas gnósticas, a estrela flamejante, é o sinal da onipotência e da autocracia intelectuais.É a estrela dos Magos; é o sinal do Verbo feito carne; e, conforme a direção dos seus raios, este símbolo absoluto em magia representa o bem ou o mal, a ordem ou a desordem, o cordeiro de Ormuz e de São João ou o bode maldito de Mendes; é a iniciação ou a profanação; Lúcifer ou Vésper; a estrela da manhã ou da tarde; é a vitória ou a morte; a luz ou a noite.O Pentagrama elevando ao ar duas das suas pontas representa Satã e quando eleva ao ar um só dos seus raios representa O Salvador. 

O Pentagrama é a figura do corpo humano com quatro membros e uma ponta única que deve representar a cabeça. Uma figura com a cabeça para baixo representa naturalmente um demônio, isto é, a subversão intelectual, a desordem ou a loucura.Ora, se a Magia é uma realidade, se esta ciência oculta é a lei verdadeira dos três mundos, este signo absoluto, tão antigo como a história e até mais que a história, deve exercer, com efeito, uma influencia incalculável sobre os espíritos desembaraçados dos seus envoltórios materiais.O signo do Pentagrama chama-se também o signo do microcosmo, e representa o que os cabalistas do livro de Zohar chamam o microprósopo. A interpretação completa do Pentagrama é a chave dos dois mundos. 

É a filosofia e a ciência natural absolutas.A estrela alegórica dos magos outra coisa não é senão o misterioso Pentagrama; e estes três reis, filhos de Zoroastro, guiados pela estrela flamejante ao berço do Deus microcósmico, seriam suficientes para provar as origens inteiramente cabalísticas e verdadeiramente mágicas do dogma cristão. Um destes reis é branco, outro é preto e o terceiro é moreno. O branco oferece ouro, símbolo da vida e da luz; o preto oferece mirra, imagem da morte e da noite; o moreno apresenta o incenso, emblema da divindade do dogma conciliador dos dois princípios; depois, voltam a seu país por um outro caminho, para mostrar que um culto novo é simplesmente um novo caminho para levar a humanidade à religião única, a do ternário sagrado e do irradiante Pentagrama.Como vemos, todos os mistérios da Magia, todos os símbolos da Gnosis, todas as figuras do ocultismo, todas as chaves cabalísticas da profecia, se resumem no signo do Pentagrama, que Paracelso proclama o maior e mais poderoso de todos os signos.

Será para se admirar, depois disso, da confiança dos magistas e da influencia real exercida por este signo sobre os espíritos de todas as hierarquias? Os que desprezam o sinal da cruz tremem ao aspecto da estrela do microcosmo. O Mago, pelo contrário, quando sente enfraquecer-se a sua vontade, leva os olhos para o símbolo, toma-o na mão direita e sente-se armado da onipotência intelectual, contanto que seja verdadeiramente um rei digno de ser guiado pela estrela ao berço da realização divina; contanto que saiba, que ouse, que queira, e que se cale; contanto que conheça o emprego do pantáculo, do copo, do bastão e da espada; enfim, contanto que os olhares intrépidos de sua alma correspondam a estes dois olhos que a ponta superior do Pentagrama de Fausto lhe apresenta sempre abertos. Finalmente, não podemos esquecer dos Pentagramas de invocação e banimento, traçados no ar pelos oficiantes de diversos cultos ou rituais.

Talismã e Amuleto

Há muita confusão entre amuletos e talismãs. Não deveria haver, pois são bem diferentes no trabalho para o qual são designados. O talismã seria um objeto mágico carregado com a força real que deve representar. É um objeto ativo, cheio de uma força igualmente ativa, destinado a criar um certo conjunto de leis mágicas ao redor da pessoa para a qual foi feito. É como um sinal sobre a cabeça de alguém, que diz: "Olhe, é este aqui". 

Em termos modernos é semelhante a um código postal que dirige a correspondência para sua casa.Se feito de maneira apropriada, continuará a funcionar por um período que durará tanto quanto tiver sido designado, sem que nada mais precise ser feito, autoperpetuante, na verdade. Um amuleto é como um capacete de proteção, é protetor em sua maior parte, afastando as más influencias daquele que o usa. 

Algo usado continuamente, como um São Cristóvão usado como escudo contra acidentes durante uma viagem, uma cruz/crucifixo contra o mal de qualquer tipo, uma cruz ansata, um pantáculo, ou qualquer tipo de símbolo usado em volta do pescoço é basicamente um amuleto contra uma ou outra coisa, mesmo que a pessoa que o use negue, a intenção permanece no subconsciente. Freqüentemente é dado de presente e por isso carrega os desejos e preces daquela pessoa pela sua segurança e contínuo bem-estar. Se forçarmos a memória, lembraremos de muitos amuletos usados, por pessoas que conhecemos.

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Fonte: http://www.geocities.com/Athens/Stage/4223/talisma.html