quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

ANTIGO E PRIMITIVO RITO ORIENTAL DE MISRAIM E MEMPHIS




Antigo e Primitivo Rito Oriental de Misraim e Memphis é um antigo, tradicional, regular e respeitável rito maçônico que preservando a sua origem e tradição, dedica-se fundamentalmente ao estudo iniciático dentro das tradições hermética e cabalística, buscando oferecer de forma coerente e séria, meios para os homens sinceros e desejosos de uma via espiritual segura e efetiva, com o objetivo de promover um despertar gradual das potencialidades espirituais inatas do homem.

Soberano Grande Santuário Adriático

O APROMM(abrev.) foi regularmente constituído na Itália pela fusão legítima de dois antigos e tradicionais ritos também regulares e reconhecidamente espiritualistas, o Rito de Misraim ou do Egito, ressurgido em Veneza em 1801 graças a Philalète Abraham, porém criado antes desta data, e que posteriormente foi logo difundido na Itália e França e o Rito de Memphis ou Oriental fundado por Etienne Marconis em 1839 em Paris com uma nomenclatura que re-elaboraria os graus do rito de Misraim incluindo iniciações e rituais do tipo oriental. O Rito atualmente está em atividade na Itália onde está sediada, França, Grécia, Canadá, Costa do Marfim, Portugal, Brasil, e Argentina.

No Brasil, o Rito encontra-se em plena atividade

OS VALORES

Há no rito a aceitação e respeito da totalidade da mais pura tradição, fazendo dele um meio seguro para o homem moderno atingir níveis superiores do espírito e de tentar com as qualificações adquiridas futuramente e gradativamente reintegração individual a divindade eterna.

O rito utiliza os princípios das correspondências, da comunhão sagrada, da transcendência, e do ritmo individual em harmonia com o ritmo cósmico.

O homem moderno perdeu o seu ponto de referência de seu interior(seu próprio centro) encontram-se assim perdido, desorientado, numa verdadeira crise de identidade e para isto é necessário a mudanças em si, como bem simbolizado no mito de Osíris, que este recortado em 14 pedaços, que para renascer foi necessário ser recomposto, assim está o homem perdido, desorientado, fragmentado.

Com isso iniciado devendo ser puro, humilde e doce, todos os seus esforços devem tender à ultrapassar os numerosos obstáculos que poderão afastá-lo do caminho, travando uma luta contra a sua própria personalidade, contra seus próprios interesses e seus condicionamentos. Deve-se assegurar em si uma forma de espírito particular, com um itinerário para pesquisa do mundo divino em si, da sacralidade de sua própria vida e de tudo que o cerca. É necessário querer conhecer-se à qualquer preço, se preparando para que o conhecimento se dê espontaneamente. É uma preparação para o acontecimento que se faz com determinação, amor e espírito de sacrifício. Preparação que conduzirá inicialmente à mentalidade tradicional e a transmutação da personalidade profana e caótica em personalidade iniciática e ritmicamente ordenada, e conseqüentemente, a lenta e contínua progressão para a luz.


OS GRAUS E A INICIAÇÃO

Algumas correspondências existentes entre os altos graus do rito e as diferentes etapas da iniciação

Nos graus 8º11º - o iniciado prova o caminho das águas. Podendo passar tanto pelo ponto que une os dois rios, quanto também cair nas águas sem esperança.

Nos graus 12º17º - tendo vencido as águas ele pode afrontar a via alquímica, e nos graus 18º30º a via astrológica e cabalística.

A partir do 30º90º - começa a operar com as forças dos elementos, e por conseqüência com forças superiores. O rito que age sobre os planos sutis, o protege e o ajuda, porque a ação ritual permite a abertura de dois canais, um que faz elevar de baixo para cima "a Fides" e outro que faz descer do alto para baixo " a Virtus ", como está dito claramente na Tábua esmeraldina de Hermes Trimegistos. É útil entretanto, atentarmos que é o fundamento do Rito de Instrução, que os efeitos se produzam no mundo psíquico e que as causas se criem no mundo metapsíquico, porque nada se produz aqui em baixo, antes que não tenha sido produzido no outro lado.

Pelo rito, o mundo superior é movido a partir do mundo inferior, e vice-versa. É dito na Tábua de Esmeralda: " Sobe da terra para o céu e desce novamente à terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores." De lá vem a indispensável presença junto ao operador das qualificações originais de legitimidade e de autenticidade que garantem a validade do rito e preservam à comunidade, dos prejuízos causados pela intervenção de forças desconhecidas e não desejadas. O SAGRADO não pode ser manipulado impunemente. A finalidade do rito é tanto a repetição das leis da natureza, quanto a imitação da ordem cósmica, que consiste na reiteração dos mistérios da divinização do homem, geração sobrenatural de um Deus em relação com a experiência da morte e da ressurreição.

Em harmonia com o dito acima, e do fato de ser totalmente projetado para a espiritualidade, O APROMM não tem como finalidade qualquer lucro ou poder sócio-político. De fato se desinteressa da política e coloca todas as confissões religiosas sob o mesmo plano, no sentido em que admite todas com a mesma dignidade.

O RITO EGÍPCIO FEMININO

O GSA opera um Rito Egípcio feminino, que contrariamente à alguns casos, não é um Rito "vazio", mas sim bem específico, formado por quatro graus, resolutamente operativo, provavelmente um dos mais belos, e mais interessantes ritos maçônicos.

Os rituais são diretamente inspirados nos de Cagliostro. Os princípios que regem o Rito são aqueles da iniciação feminina cujos traços encontramos no mundo antigo, onde: As Vestias, Sibilas e outras sacerdotisas conheciam a importância do fogo inextinguível, da taça divina, e a necessidade de sua eterna proteção. O Rito Egípcio feminino difere dos ritos mistos que aplicam iniciação iguais tanto para homens como para mulheres, apoiados sobre uma falsa interpretação do conceito de igualdade, este Rito considera que no domínio iniciático, não existe a questão de igualdades ou desigualdades entre dois seres, cada um, diante de toda manifestação possui seus próprios valores, sua própria dignidade. A lei da manifestação, é a diversidade que não desponta para o idêntico no qual as diferentes partes do todo tornam-se um na promiscuidade, mas deseja que cada parte seja sempre cada vez mais ela mesma, exprimindo assim sua própria maneira de ser. É esta especificidade reconhecida da mulher que fornece ao Rito Egípcio Feminino todo seu valor. Assim a adoção do referido Rito pelo o APROMM não constitui uma subordinação mas o signo de um elo comum com a Ordem Divina e a Ordem Humana.

ARCANUM ARCANORUM

Os Arcanum Arcanorum, dos quais fizeram correr muita tinta em vão, nestes últimos anos, gerando com isso um mito bastante inútil, constituem os quatros(as vezes três) graus terminais dos legítimos ritos maçônicos egípcios , graus particulares e somente presentes na Escala de Nápoles (do 87o ao 90o). Os AA estão presentes igualmente no seio de algumas organizações pitagóricas, rosacrucianas, e em restritos colégios hermetistas.

Dentro do ponto de vista maçônico, convém distinguir o sistema dos irmãos Bédarride baseado na Cabala do Regime de Nápoles, que constituía o verdadeiro sistema dos AA. Citemos Ragon que nos fala destes quatros graus: "Eles formam todo o sistema filosófico do verdadeiro rito de Misraïm, que satisfaz a todo maçom instruído, haja visto que os mesmos graus na maçonaria comum, são uma zombaria nascida da ignorância..."

Os AA são definidos por Jean Pierre Giudicelli de Cresac Bachalerie, em seu livro "De la Rose Rouge a la Croix d’Or" , editora Axis Mundi (Paris-1988), na pág. 67: " Este ensinamento concerne a uma Teurgia, é a entrada em relação com os eons-guias que devem tomar a direção para fazer compreender o processo iniciático, é também uma via alquímica muito fechada, que é um Nei Dan, isto é, uma via interna."

Os AA maçônicos parecem ser em realidade, mais que os graus terminais da maçonaria egípcia, é a introdução a um outro sistema. Os AA constituem de fato uma qualificação para outras ordens mais internas ligados as correntes osirianas ou pitagórica ou ainda a correntes dos Antigos Rosacruzes, como a Ordem dos Rosacruzes de Ouro do antigo sistema, Ordem dos Irmãos Iniciados e outras que permanecem desconhecidas, escapando assim à pesquisa histórica e sobretudo aos problemas humanos. J.P.G. de Cresac Bachelerie, faz referência à Brunelli em seu livro, já citado, na pág. 79, que os AA constituem de fato a introdução para outras ordens: "Como indicou Brunelli em seus formidáveis trabalhos sobre os ritos de Misraïm e Memphis, outras Ordens sucedem os AA". Saindo dos aspectos maçônicos, descobrimos quatro ou cinco outras ordens (Grande Ordem Egípcia, Ritos Egípcios assim como outras três que não podemos mencionar). "cada vez mais, certas organizações tradicionais não utilizam o nome AA", detendo a totalidade ou parte de conjunto teúrgico dos AA.

Os sistemas completos dos AA ,cuja maçonaria egípcia detêm uma parte, comporta de fato três disciplinas:

Teurgia e Cabala Angélica: com notadamente as invocações dos 4, dos 7, e a grande operação dos 72;

Alquimias metálicas: entre diferentes vias, os documentos em nossa posse parecem dar prioridade à via do Antimônio, mas outras vias, notadamente a via da Salamandra ou a via do Cinábrio parece constituir um elemento central do sistema, porque depende por sua vez da via externa e da via interna, seja por razões pedagógicas, seja por razões operativas.

Alquimias internas: segundo as correntes internas, as vias práticas diferem, menos tecnicamente que pelos detalhes filosóficos e místicos respectivos, as vezes totalmente opostos. As alquimias internas, como alhures as alquimias metálicas, encontram sua origem no Oriente e, mais particularmente, segundo Alain Daniélou, no Shivaísmo. Independente de onde sejam, já fazem parte da herança tradicional ocidental pelo menos há dois milênios, como atesta certos papiros egípcios e gnósticos ( pensamos notadamente nos importantes papiros Bruce). Em relação a alquimia interna, falamos de vias da imortalidade ou ainda de vias reais.

De modo geral, toda via real comporta simultaneamente uma magia natural (segundo Giordano Bruno, a magia é a arte da memória e manipulação dos fantasmas, é o domínio daquilo que certos teólogos denominam "o encantamento do mundo", uma teurgia e uma alquimia, vetor de uma via de imortalidade.

A questão das imortalidades é difícil de tratar porque não pode se inserir com sucesso em um modelo de mundo aristotélico, motivo pelo qual não é raro que a busca de uma sobre-humanidade, de uma mais-que-humanidade ou de uma não-humanidade conduza infelizmente à inumanidade. Mais ainda, podemos muito bem ter uma excelente compreensão intelectual de modelos não-aristotélicos, como o são, o Taoísmo, e o sistema de Gurdjieff, " sem haver Invertido os castiçais", para retomar a fórmula de Meyrinck no Rosto Verde. A sobre-humanidade poderia ser simbolizada por Hércules, indicando assim a via mágica do Herói, predispondo à mais-que-humanidade, simbolizada pelo Cristo, ou ainda por Orfeu, ou à não-humanidade, esta simbolizada por Osíris ou por Dionísio. Nós poderíamos encontrar outras referências, tanto no Ocidente como nas tradições orientais, para tentar fazer apreender aquilo que é efetivamente uma diferença de orientação. O Ser não é necessariamente orientado em direção a um pólo único, o que explica vias reais diferentes, não conduzindo, portanto, ao mesmo Lugar-Estado...

Os AA do Regime de Nápoles introduzem a uma alquimia interna de tradição egípcia em duas fases, uma "isíaca", a outra "osiriana". Naturalmente é neste último aspecto das alquimias internas que encontramos os aspectos mais especificamente osirianos dos AA . É provável que na Idade Média e na Renascença, este sistema fosse exclusivamente caldeu-egípcio, e seria pouco a pouco, e principalmente em seus aspectos mágicos e teúrgicos, que o sistema teria sofrido em certas estruturas tradicionais uma "cristianização" ou uma "hebraização". Encontramos as vezes com relação à este sujeito a expressão "cristianismo caldeu".

O SOBERANO GRANDE SANTUÁRIO ADRIÁTICO

O GSA afirma sua própria jurisdição sobre todos os continentes dos dois hemisférios no qual concerne ao APROMM.

Valoriza os princípios tradicionais do espírito e da sacralidade da vida e da natureza e fornece ao homem desejoso uma via segura para o despertar da consciência ao mundo divino. Esse estado de espírito é o oposto do estado de espírito "burguês" que predomina em nossos dias, sendo o burguês para Emmanuel Mounier, como para nós, "aquele que tem medo de perder alguma coisa", quer seja um príncipe ou um vagabundo.

Na iniciação maçônica tradicional, em sua ascese hermetista, exige a perda da vaidade, isto é, a necessidade doentia, de manter para os outros e para si uma falsa imagem. Sem criar essa falsa imagem de si, ele poderá até mesmo perder a identificação à forma humana. Estas duas perdas são o preço a pagar pela liberdade absoluta. Esta orientação dos antigos hermetistas, conforme o espírito humanista da Renascença, mas distante do humanismo artificial deste fim de século implica necessariamente numa ação pouco prosélita.

O SGSA bastante conhecido dos cenáculos hermetistas mundo afora, se faz mais largamente conhecido por suas lojas de pesquisa cujos trabalhos são extensamente pesquisados e publicados. Como quase todas as obediências maçônicas egípcias, O SGSA mantém relações estreitas com correntes martinistas.

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