quinta-feira, 28 de maio de 2015

CAGLIOSTRO E A SABEDORIA ETERNA


CAGLIOSTRO E A SABEDORIA ETERNA

O estudioso Marc Haven escreveu uma longa e excelente biografia de Cagliostro, “Le Maître Unconnu”. É  um dos poucos estudos de grande porte sobre Cagliostro que lhe fazem justiça, e até hoje está publicado apenas em francês. Neste livro vemos o que Cagliostro disse a seus juízes, quando lhe perguntaram quem, afinal, era ele:

“Não venho de nenhum lugar, e não pertenço a tempo algum. Fora do tempo, meu ser espiritual vive sua existência eterna. E se me retiro em minha consciência e retrocedo ao longo do curso das idades, e se levo meu espírito até uma forma de existência que está muito longe da pessoa que vocês vêem diante de si, então me torno um com meu ser espiritual. Enquanto estou conscientemente participando do Ser Absoluto, estou ao mesmo tempo ajustando minha atividade às minhas circunstâncias. Meu nome é o nome da minha função, e eu a escolhi, porque sou livre; meu país é aquele em que eu estiver trabalhando em qualquer momento dado.”

Cagliostro prossegue:

“Não nasci da carne nem da vontade de seres humanos. Nasci do espírito. Meu nome é coisa minha, e é este com o qual escolhi aparecer diante de vocês, este é o nome que quero. O nome da minha juventude (.....), este eu o deixei como uma roupa velha que não tem mais utilidade para mim.”

E ainda:

“Todos os povos são meus irmãos; todos os países são amados por mim. Estou viajando para que por toda parte o Espírito possa descer e encontrar um lugar entre vocês. Peço aos reis, cujo poder eu respeito, apenas hospitalidade em seus países, e quando a recebo, trabalho para estimular, no que é possível, as boas ações.”

Assim como Helena Blavatsky, Alessandro Cagliostro teve coragem e grandeza diante dos seus perseguidores.  Quando o interrogaram sobre suas atividades, ele respondeu:

“Em cada lugar a que vou, largo uma parte de mim mesmo (....) deixando a vocês uma pequena claridade, um pequeno calor, uma pequena força; até que, por fim, eu esteja definitivamente no final da minha carreira, no momento em que a rosa florescer na cruz.” 

De fato, H.P. Blavatsky escreveu que Cagliostro foi o último dos verdadeiros rosa-cruzes.[10]   As palavras dele no trecho citado acima parecem sugerir duas coisas:

1) Que a missão de Cagliostro incluía várias vidas; e

2) Que sua missão terminaria com a vitória definitiva da sabedoria e da ética universais, na comunidade humana.

Fonte: Trecho do texto em FilosofiaEsotérica