sexta-feira, 31 de julho de 2009

AS "LANDMARKS" DO MARTINISMO


Traduzido pelo Irm. M.A.G.U.S.

O propósito deste artigo é examinar as “Landmarks” dos Martinismo, os elementos particulares do Martinismo no qual todos os membros individualmente, e todas as Ordens Martinistas coletivamente, podem concordar. Maçonicamente, “Landmarks” são aqueles conceitos que definem Maçonaria, e o que não é Maçom.
“Landmark” então, é uma característica que define quem nós somos, e a qual nos ajuda a definir os caminhos, e as maneiras, embora falemos línguas diferentes, ou usemos vestes diferentes, mesmo assim somos membros de uma mesma família; como ninguem evidentemente pode em nossa restrita família ver semelhanças ?

Um grande compromisso tem sido firmado exatamente nesses itens que nos separam. Não somos filhos de UM mesmo Pai? Não somos Irmãos e Irmãs de UMA mesma família Iniciática?

1) Crer em Deus, e invocar Yeheshua.
O Martinismo é uma Ordem essencialmente Cristã, e Yeheshua é invocado em todo encontro e documento Martinista. A crença na Deidade é uma característica de todos os corpos Iniciáticos. Sem ela não temos razão de ser e nossos juramentos são sem significados. Nós somos cristãos, não numa maneira limitada nem dogmática, mas como verdadeiramente reverenciando Yeheshua como o mistério da encarnação do Logos no mundo físico. Neste sentido, os eventos do drama Cristão estão em progresso, é esta participação Divina na existência, que vem a tona todos os milagres que ocorrem em resposta as nossas orações e rituais teúrgicos. Todos os martinistas estão, ou deveriam estar de acordo com esta “Landmark”

2) A Iniciação transmitida por St. Martin, S.I.
Alternadamente nós podemos considerar que esta Iniciação, se origina tanto em Pasqually como em St.Martin. É este o legado que nos torna Martinistas. Nós consideramos como a transmissão de uma Essência Espirital que nos une numa grande família Iniciática. Pode haver diferentes caminhos que temos conhecimento até o momento, como a diferença entre a Tradição Russa, a Tradição que vem de Papus e a Tradição que vem de Chaboseau, mas são afiliações que em todo o caso, ascende a St.Martin. Concordando com a teoria de nosso estimado Irmão Robert Amadou, é então uma questão de afiliação de Desejo, de uma afilição espiritual que era, aos pedaços formalizada ritualisticamente sob a influencia de diversas personalidades.

3) A organização por Papus,
de uma estrutura consistindo de 2 Graus preparatórios e 1 Grau posterior que é o S.I. Todas as Ordens Martinistas trabalham com a mesma estrutura, embora possa haver variações nos nomes desses Graus. Eles utilizam mais freqüentemente: 1º Grau – Associado, 2º Grau – Iniciado e o 3º Grau – Superior Incógnito, Servidor Incógnito.

4) Transmição da Iniciação Oralmente,
pessoalmente por um Iniciador autorizado, por qualquer título. A Iniciação é um presente dado por um Iniciador ao Irmão ou a Irmã inciandos, e é uma marca da mais profunda confidência entre os dois. Não pode ser transmitida pelo correio, ou por telefone ou qualquer outra maneira que não seja pessoalmente e na presença dos símbolos essenciais do Martinismo.O Iniciador pode ser conhecido por diversas formas e títulos deferentes: Iniciador, Iniciador Livre, Livre Iniciador, Filósofo Desconhecido.

Em todos os casos significam a mesma coisa, uma vez dada a autoridade por outro Iniciador assim podendo conferir a Iniciação. Para cada Grau, cada Iniciador é livre e autônomo. É basicamente deixada a discrição ao Iniciador para conferir a Iniciação. O desejo é o requisito para dar intelectualidade e a caridade espiritual para o Homem de Desejo, que deve estar equilibrado pela consciência da responsabilidade envolvida.
Um Iniciador nunca deve conferir a Iniciação a aqueles meramente curiosos, nem aqueles que procuram na Iniciação a satisfação de seus próprios egos, ou ainda não conferir a aqueles que a procuram com fins lucrativos e mercenários. Não deixar nas mãos destes, nossa Tradição. Enquanto que cada Iniciador deve se esforçar para preservar a herança que lhe foi conferida, e passá-la intacta a posterioridade, deve ainda ter a certeza de que a Tradição não seja depreciada nem conferida por aqueles que não tem sido perfeitamente preparado e educado, e nem para aqueles que não tem certeza que manterão a Tradição pura, nem a dissolvendo, nem a barganhando por mera comodidade.

5) Os Mestres do Passado.
Estes são aqueles que tem criado, contribuído, e definindo nossa Tradição, são aqueles que transmitiram a afiliação a nós. Alguns eles todos nós conhecemos: Papus, Sédir, Phaneg, Mestre Philippe. Outros Mestres são conhecidos somente por aqueles que pertencem a uma ou outra linha de filiação. Há alguns que tem trabalhado tão completamente “por detrás da máscara”, que são conhecidos somente por santos e grandes almas. Nós invocamos sua presença em cada encontro e pedimos por sua orientação e sua proteção.

6) A liberdade essencial para o Iniciado
buscar seu próprio caminho rumo a reintegração. A Ordem Martinista tem tido desde primórdios dias, um programa de instrução e certos símbolos fundamentais. À parte destes, cada Iniciador ou grupo de dirigentes, tem sido livres para instruir de acordo com sua própria compreensão, e a compreensão e interesse do grupo. Deste modo, Martinismo é uma VENUE, mais própriamente um rígido curriculum, e isto é como deveria ser para o caminho de reintegração pessoal. Assim, alguns trabalharão com uma Ordem, outros com outra e alguns trabalharão sozinhos como Martinistas Livres. Sempre tem sido assim.

7) Crer no processo de reintegração para sair da Floresta dos Erros.
A Ordem Martinista desde seus primórdios antecedentes na Doutrina de Pasqually, sempre sustentaram que o homem está caído, perdido em sua própria privação, sem conhecimento dos privilégios de seu estado primordial. A função das escolas de Pasqually e St Martin tem sido relembrar o homem de suas glorias de sua sobrenatural origem, e indicar o caminho de retorno. Alguns irão preferir seguir um caminho operativo, e alguns o caminho do Coração, a via Cardíaca; mas qualquer que seja o caminho escolhido, a jornada deve ser empreendida e completada.

8) O Uso do Manto, da Máscara e do Cordão.
Realmente não importa se o manto é preto, branco ou vermelho; ou se o cordão do S.I. é branco, vermelho, ou amarelo; ou se há 3 nós, 5 nós ou nenhum deles. Todos os Martinistas fazem uso desses três símbolos profundos, e os significados das entrelinhas de todos eles na verdade são o mesmo.

9) O Uso das três roupas, preta, vermelha e braca.
Assim como o manto, a máscara e o cordão, essas cores são de uso universal e seu respectivo simbolismo está explicado em todos os lugares da mesma forma.

10) O Uso das Luminárias.
No alto de um altar Martinista, existem 3 velas brancas, dispostas em forma triangular. Em algumas Lojas estas são usadas somente em 2 Graus, em outras em todos os 3 Graus mas apagada em um. O simbolismo eç qualquer lugar é o mesmo e pode ser aceito por todos os Martinistas.

11) O Uso do pantáculo Martinista.
Em algumas Ordens Martinistas, o pantáculo está localizado no chão ao leste, em outras está acima da cadeira do Iniciador e em outras Ordens Martinistas, o pantaculo se encontra em ambos os lugares. Está em todos os documentos Martinistas e constitui um símbolo Martinista universal.

12) A estação do Mestre do passado.
Em todo Templo Martinista, qualquer que seja seu nome, há um lugar ou uma mesa, ou um altar com uma vela representando os Mestres do passado de nossa Ordem, da nossa família Iniciática. Pode ser mais decorado, mas a vela está sempre presente, e ilumina todas as cerimônias para representar nossa invocação aos Mestres do passado, para representar a presença deles em nossas assembléias, e para representar nossa aspiração em somar seu número.
.·.

DICA: ILUMINISMO ROSACRUZ - FRANCES YEATS


RALPH LEWIS - CERTIFICADO MARTINISTA


.·.

terça-feira, 28 de julho de 2009

FRATERNIDADE ROSACRUZ - MAX HEINDEL

A Fraternidade Rosacruz, cuja sede mundial está situada em Mt. Ecclesia, Oceanside, California, foi fundada em 1909 por Max Heindel, que organizou e dirigiu todos os seus trabalhos até 1919, data de sua partida física. Sucedeu-o sua esposa Sra. Augusta Foss Heindel, que consolidou a obra a frente de um Conselho Diretor.

A Fraternidade Rosacruz é uma organização de místicos cristãos compostas por homens e mulheres que estudam a Filosofia Rosacruz segundo as diretrizes apresentadas no Conceito Rosacruz do Cosmos. Tal Filosofia é conhecida como os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental e estabelece uma ponte entre a ciencia e a religião.Seus estudantes estão espalhados por todo o mundo; mas sua Sede Internacional está localizada em Oceanside, California, E.U.A.

A Fraternidade Rosacruz foi fundada durante o verão e outono de 1909, após um ciclo de conferências proferido por Max Heindel em Seattle. Um Centro de Estudos foi formado e a Sede da Fraternidade se localizou temporariamente naquela cidade. Providencias foram tomadas para a publicação do Conceito Rosacruz do Cosmos. Com a publicação deste trabalho a Fraternidade Rosacruz foi definitivamente estabelecida.

O Conceito Rosacruz do Cosmos de Max Heindel está disponível para leitura online - click aqui
No Rio de Janeiro, a Fraternidade Rosacruz, a conselho da Sra. Augusta Foss Heindel, foi estabelecida pela Sra. Irene Gómez de Ruggiero, sendo atualmente dirigida pelo Irmão Probacionista Roberto Gomes da Costa a frente de um Conselho Diretor.

A Fraternidade Rosacruz Max Heindel não é uma seita ou organização religiosa, mas sim uma grande Escola de Pensamento. Sua finalidade precípua é divulgar a admirável filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel, escolhido para esse fim pelos Irmãos Maiores da Ordem Espiritual. Seus ensinamentos projetam luz sobre o lado científico e o aspecto espiritual dos problemas relacionados à origem e evolução do homem e do Universo. Tais ensinamentos, contudo, não constituem um fim em si mesmo, mas um meio para o ser humano tornar-se melhor em todos os sentidos, desenvolvendo assim o sentimento de altruísmo e do dever, para o estabelecimento da Fraternidade Universal.

O fim a que se destina a Filosofia Rosacruz é despertar a humanidade para o conhecimento das Leis Divinas, que conduzem toda a evolução do homem, e, ainda: (I) explicar as fontes ocultas da vida. O homem, conhecendo as forças que trabalham dentro de si mesmo, pode fazer melhor uso de suas qualidades; (II) ensinar o objetivo da evolução, o que habilita o homem para trabalhar em harmonia com o Plano Divino e desenvolver suas próprias possibilidades, ainda desconhecidas para grande parte da humanidade; (III) mostrar as razões pelas quais o Serviço amoroso e desinteressado ao próximo é o caminho mais curto e mais seguro para a expansão da consciência espiritual.

Foram publicados livros e organizados Cursos por Correspondência para os aspirantes que desejam estudar as verdades espirituais, mas como auxílio e não como fim em si mesmo, pois o estudo, em si só, não basta. A teoria precisa da experiência, obtida mediante a prática, para ser desenvolvida em sabedoria e poder. E, precisamente, a Fraternidade Rosacruz destina-se a prestar a orientação necessária aos aspirantes, para se chegar à aplicação da Lei Espitual na solução dos problemas individuais e coletivos.

O Movimento Rosacruz, publica e mundialmente iniciado pelo engenheiro Max Heindel, é fundamentalmente uma Escola de reforma interna para a humanidade, uma Escola de desenvolvimento e expansão de consciência, tratando de nossa origem espiritual e da finalidade de nossa evolução.

Website da F.R.C.M.H.
.·.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA - F.R.A.



A Fraternitas Rosicruciama Antiqua (FRA) é uma instituição espiritualista, mística, eclética e cristã.
A FRA não tem fins lucrativos nem políticos. Vive financeiramente com a contribuição de seus membros, mas sustentada em todos os planos por mentes e corações altruístas e puros.
Visamos a "Servir à Grande Obra", orientar os que aspiram a um abrigo de Paz e a irradiar Pensamentos de Luz, para dissipar as "trevas", a fim de iluminar o Caminho Correto, sempre tentando facilitar aos que buscam o Reino dos Céus.

Os membros da FRA se reúnem periodicamente com a finalidade de estudar, participar de rituais e confraternizar-se. Para aqueles que desejam ingressar na FRA mas estão impossibilitados de comparecer ao nosso local de encontro, mantemos uma sistemática de auto-treinamento e desenvolvimento do estudante, à distância, através de cursos por correspondência.

Estamos localizados na cidade do Rio de Janeiro, numa aprazível sede própria, destinada a trabalhos espirituais, e também onde concentramos atividades administrativas.
Possuímos filiadas em outras cidades do Brasil.
História
A FRA teve origem na Europa, fundada e organizada por um Iniciado alemão, o Dr. Arnold Krumm-Heller. Sua sede na Alemanha era em Marburg/Lahn, enquanto seu fundador viveu. Depois da Segunda Grande Guerra, o Mestre mostrou desejo de transferir a Direção Suprema - o Summum Supremum Sanctuarium - para o Planalto Central do Brasil, tendo enviado ao Brasil seu discípulo - o Dr. Albert Wolff - para dar prosseguimento ao seu desejo. Infelizmente o Dr. Wolff faleceu, no Brasil, antes de poder realizar sua missão em terras brasileiras.

No Brasil, fundou-se a FRA a 27 de fevereiro de 1933, em São Paulo e em 27 de julho do mesmo ano no Rio de Janeiro - então capital do país.Foi a irmã Raquel Prado, ilustre escritora, iniciada em São Paulo, que estando no Rio de Janeiro, procurou pelo seu amigo, o Dr. Domingos Magarinos, com quem firmou a idéia de trazer o Mestre Cambareri - discípulo e representante do Soberano Grã Comendador Dr. Krumm-Heller - ao Rio para aqui fundar outro Ramo da FRA. Cambareri trouxe de São Paulo o irmão Joaquim Soares de Oliveira para secretariar a ata de fundação.
Sobre o fundador
O Dr. Arnold Krumm-Heller (Mestre Huiracocha), nasceu na Alemanha em 1876.

Ainda moço, viajou ao México onde tinha familiares, por parte de mãe. Estudou Ciências Naturais e Medicina na Alemanha, França, Suíça e México, onde mais tarde, como Coronel Médico, serviu no Exército do Presidente Madero, e recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Mexicana.

Casou-se no Chile, onde viveu por algum tempo.

Quando sua genitora faleceu, buscou lenitivo no seio do Espiritismo, e tal foi seu entusiasmo que fundou uma revista para difundir a doutrina. Essa revista lhe trouxe contato com publicações esotéricas. Deixou o espiritismo, suspendeu a publicação da revista e buscou novos conhecimentos com os Mestres do Velho Mundo. Pertenceu a várias Ordens, obteve os mais altos graus da Maçonaria, inclusive a de Memphis-Misrain, e reorganizou a Fraternidade Rosa-Cruz inicialmente na Espanha e após na Alemanha.
Por esta grande realização, o Iluminado Mestre Rakoczi lhe conferiu o título de Soberano Grã Comendador de um Ramo da Fraternidade, que o Mestre Huiracocha registrou com o mundialmente conhecido nome de Fraternitas Rosicruciana Antiqua.

Krumm-Heller visitou o nosso país em 1936, quando consolidou a instalação da Ecclesia Gnostica. Realizou missa, três casamentos e sagrou o Comendador Thurizar com o título de Bispo Gnóstico. Pronunciou várias conferências científicas, sempre com os anfiteatros cheios. Faleceu em Berlim, em 19/05/1949. Deixou muitos trabalhos escritos e livros publicados em vários idiomas.A Obra do Mestre tem contribuído para a evolução consciente da Humanidade, com Templos espalhados pelo mundo.

No Brasil, são mais de 70 anos de atividades ininterruptas, especialmente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Maranhão.
Filosofia
Denominamos Filosofia R+C ao "conjunto de estudos ou de considerações, que tendem a reunir uma ordem determinada de conhecimentos em um número de princípios, que lhe servem de fundamento".

Assim sendo, como parte integrante deste conjunto de estudos, nos deparamos com o estudo da constituição visível e invisível do ser humano, com o entendimento das múltiplas existências (Reencarnação), com as Leis Divinas que regem a vida humana, citando como exemplos a Lei do Carma, a Lei das Polaridades e as demais Leis que regem a constituição do Macrocosmo e do Microcosmo.

Diz o Mestre Huiracocha que a Bíblia é uma das obras iniciáticas mais perfeitas, ao estudo da qual devem dedicar-se os estudantes de ocultismo. É preciso, contudo, saber ler e compreender, pois mesmo teólogos dela não tiram o necessário proveito...

Todos os Mistérios e ensinamentos do passado encontram-se de modo grandioso na Bíblia Cristã, sobretudo na parte que denominamos de Apocalipse de São João, no qual se fala do Reino de Deus, do Pleroma dos gnósticos...

A Pistis Sophia, a Bíblia gnóstica é outra fonte indispensável de conhecimentos...
Mas é no Silêncio da Meditação, no recolher-se em seu Interior, no seu Íntimo, que o Aspirante encontra o verdadeiro caminho para a sua Iniciação, para a Iluminação de seu Ser, para a realização da Grande Obra.

A Ciência Oculta é o nosso saber e a Alquimia nossa fonte perene.
A palavra Alquimia se deriva da língua egípcia, e significa “prepara o negro”.

O “negro” se refere à substância Universal. Os alquimistaas preparavam o pó que alguns dizem ser vermelho, Cagliostro o descreveu com essa cor, e outros o apresentam como negro. A que preparava Huiracocha era escuro. Assim como é em cima, é em embaixo.

Este é o principio hermético fundamental para os rosacruzes. Assim como se forma a célula, se forma o homem e assim como se forma o homem, se forma o Universo.
.·.

ORDEM ROSACRUZ, A.M.O.R.C.

Prédio Administrativo da A.M.O.R.C. - G.L.P. em Curitiba - PR

Conhecendo a AMORC
Apresentamos a seguir, as respostas para algumas das dúvidas mais freqüentes sobre os Estudos Rosacruzes:

OS ROSACRUZES ACREDITAM EM DEUS? CASO AFIRMATIVO, QUAL É A CONCEPÇÃO QUE FAZEM DELE?

Deus é a Inteligência Absoluta que criou tudo o que existe nos planos visível e invisível. Não é um ser antropomórfico, limitado por forma humana, ou outra, mas uma Essência que se difunde e anima toda e cada parte da Criação. Por entender que cada pessoa concebe Deus de seu jeito, a AMORC refere-se ao “Deus do meu coração”, ao “Deus da minha compreensão”.

HÁ LIGAÇÕES ENTRE A AMORC E A MAÇONARIA?
As duas Organizações são totalmente independentes, guardando entre si um relacionamento fraternal e de mútuo respeito.

OS ROSACRUZES TÊM “GURUS”?
A AMORC não tem nenhum guru, mestre ou líder autoproclamado. Tanto o Imperator como os Grandes Mestres, bem como todos os demais Oficiais da Ordem, são eleitos e servem de forma impessoal à Organização.

QUE SIGNIFICA O TÍTULO DE “IMPERATOR”?
Na AMORC é o nome tradicional do Dirigente executivo, ou Presidente, da Ordem e não tem conotação militar, monárquica ou política, apenas iniciática.
QUE SIGNIFICA O TÍTULO DE “GRANDE MESTRE”?
Da mesma forma que o título de “Imperator”, este é um título iniciático e na AMORC designa o responsável por uma jurisdição, eleito por um mandato renovável de cinco anos.

O QUE É MISTICISMO?
A palavra misticismo vem do grego musticos e significa “estudo dos mistérios da vida”.
Na AMORC é o estudo das leis que regem o universo e a aplicação destas mesmas leis nos níveis físico, mental e espiritual. Misticismo é o caminho que permite ao homem reconciliar-se com Deus, com a Natureza e consigo mesmo.

EM QUE O MISTICISMO ROSACRUZ PODE SER ÚTIL NA VIDA COTIDIANA?
Como dissemos acima, o Misticismo Rosacruz traduz-se no estudo e na aplicação das leis divinas na vida diária. Como o prova a experiência milenar da AMORC, é a aplicação dessas leis que permite o ser humano ser mais feliz, seja nos negócios, na saúde, na família e em qualquer campo da vida humana. O Rosacruz é uma pessoa prática, não um sonhador. Nada está incluído nos Ensinamentos da AMORC que não seja aplicável e não produza resultados benéficos.

O QUE A AMORC PENSA DA ASTROLOGIA?
Os Rosacruzes consideram a Astrologia uma arte, mas não uma ciência. A Ordem Rosacruz não ensina Astrologia e não a considera indispensável para o autoconhecimento, embora reconheça que ela possa prestar esclarecimentos úteis à vida da pessoa.
SE ENTRAR NA AMORC, TEREI QUE ADOTAR UM MODO DE VIDA ESPECIAL?
Nenhum modo de vida especial (vegetarianismo, celibato, ascetismo etc.) é requerido pelo Estudo Rosacruz. A Ordem recomenda, contudo, que seja dedicada uma hora semanal aos Ensinamentos e que seja feito um esforço para aplicá-los na vida diária, tal como ela é.

A AMORC ENSINA “VIAGEM ASTRAL” E REENCARNAÇÃO?
No caso da “viagem astral”, a Ordem chama este fenômeno natural de projeção psíquica e o aborda em um estágio de seus Estudos. Quanto à Reencarnação, a AMORC também a aborda em seus Ensinamentos, discordando, contudo, da metempsicose, a concepção de que se pode regredir a estágios inferiores de existência, como o animal.

EM QUE IDADE UMA PESSOA PODE TORNAR-SE MEMBRO DA AMORC?
A partir de 16 anos qualquer pessoa pode solicitar admissão na Ordem. Contudo, a AMORC, conforme explicado neste Domínio, possui uma seção destinada a menores de 16 anos – a Ordem Rosacruz Juvenil –, que possui Ensinamentos especialmente adaptados para o público mais jovem.
Para mais informações visite "Domínio da Vida" - Ordem Rosacruz, AMORC
.·.

DECLARAÇÃO ROSACRUZ DOS DEVERES DO HOMEM


PRÓLOGO
Desde que os homens tomaram consciência da necessidade de viverem em sociedades organizadas eles criaram diversas formas de governo para assegurarem o seu funcionamento.

Hoje parece que é através da democracia que se expressam melhor os interesses e as aspirações dos indivíduos em particular e dos povos em geral. Com efeito, embora esse sistema seja imperfeito e tenha muitas fragilidades, são atualmente as sociedades democráticas que melhor garantem os direitos do Homem tais como estão definidos na Declaração Universal.

Mas, se o respeito aos direitos de cada um é o fundamento de toda democracia, qualquer democracia que não estimule os referidos direitos tem em si mesma os germes da decadência e propicia a emergência de uma ditadura. Como a História tem mostrado, o bom funcionamento de uma sociedade depende de um equilíbrio apropriado entre os direitos e os deveres de todo indivíduo. Quando esse equilíbrio chega a ser rompido, seja aliás ao nível de governantes ou de governados, os mais extremos totalitarismos se apossam da situação e mergulham as nações em pauta no caos e na barbárie.

No alvorecer do século XXI, constatamos que em muitos países onde a democracia se tornou uma instituição de longa data os direitos dos cidadãos têm primazia sobre os deveres que lhes incumbem como seres humanos, de modo que o equilíbrio é, se não rompido entre estes e aqueles, pelo menos muito ameaçado. Receando que esse desequilíbrio se amplie e acabe nesses mesmos países numa regressão da condição humana, apresentamos esta Declaração dos Deveres do Homem a todos aqueles que compartilham da nossa inquietação:
DECLARAÇÃO

Artigo 1: Todo indivíduo tem o dever de respeitar sem preconceito os direitos do Homem, tais como estão definidos na Declaração Universal.

Artigo 2: Todo indivíduo tem o dever de respeitar a si mesmo e não aviltar seu corpo ou sua consciência por comportamentos ou práticas que firam sua dignidade ou sua integridade.

Artigo 3: Todo indivíduo tem o dever de respeitar os outros, sem distinção de raça, sexo, religião, classe social, comunidade ou qualquer outro elemento aparentemente distintivo.

Artigo 4: Todo indivíduo tem o dever de respeitar as leis do país onde vive, ficando entendido que essas leis devem ter por fundamento o respeito aos seus mais legítimos direitos.

Artigo 5: Todo indivíduo tem o dever de respeitar as crenças religiosas e as opiniões políticas dos outros, desde que elas não prejudiquem nem a pessoa humana nem a sociedade.

Artigo 6: Todo indivíduo tem o dever de ser benévolo em pensamento, palavra e ação, a fim de ser um agente da paz social e um exemplo para os demais.

Artigo 7: Todo indivíduo com idade, estado ou condição de trabalhar, tem o dever de fazê-lo, seja para suprir suas necessidades ou as de sua família, para ser útil à sociedade, para se desenvolver no aspecto pessoal ou simplesmente para não se perder na ociosidade.

Artigo 8: Todo indivíduo que tenha a seu encargo a educação de uma criança tem o dever de nela inculcar a coragem, a tolerância, a não-violência, a generosidade e, de modo geral, as virtudes que dela façam um adulto respeitável e responsável.

Artigo 9 : Todo indivíduo tem o dever de prestar assistência a quem quer que esteja em perigo, seja intervindo diretamente, seja fazendo o que for necessário para que as pessoas habilitadas a intervir o façam.

Artigo 10: Todo indivíduo tem o dever de considerar a humanidade inteira como sua família e de se comportar em toda circunstância e em todo lugar como um cidadão do mundo, fazendo assim do humanismo a base de seu comportamento e de sua filosofia.

Artigo 11: Todo indivíduo tem o dever de respeitar os bens alheios, sejam eles privados ou públicos, individuais ou coletivos.

Artigo 12: Todo indivíduo tem o dever de respeitar a vida humana e considerá-la como o mais precioso bem que existe neste mundo.

Artigo 13: Todo indivíduo tem o dever de respeitar a natureza e preservá-la, a fim de que as gerações presentes e futuras possam dela se beneficiar em todos os planos e nela vejam um patrimônio universal.

Artigo 14: Todo indivíduo tem o dever de respeitar os animais e considerá-los verdadeiramente como seres, não apenas vivos, mas também conscientes e sensíveis.

EPÍLOGO
Se todos os indivíduos cumprissem estes deveres fundamentais, haveria poucos direitos a reivindicar, pois cada qual se beneficiaria do respeito que lhe é devido e poderia viver feliz na sociedade. Por isto toda democracia não deve se limitar a promover um “estado de direitos”, caso em que o equilíbrio evocado no Prólogo não pode ser mantido. É imperativo também que ela preconize um “estado de deveres”, a fim de que todo cidadão expresse em seu comportamento aquilo que o Homem tem de melhor em si. Só apoiando-se nesses dois pilares é que a civilização poderá assumir plenamente seu status de humanidade.

21 de setembro de 2005 - Ano R+C 3359


.·.

domingo, 26 de julho de 2009

MANIFESTAÇÕES DA ORDEM MARTINISTA

Por: Milko Bogaard version 1.2. February 2005

Abaixo é uma lista das diferentes Ordens Martinistas fundadas após a morte de Papus em 1916. A origem dessa lista pode ser encontrado no excelente site do Fr. Marcel Roggeman's "Geschiedenis van de occulte en mystieke broederschappen", ricamente alimentado com material pertencente a ele.

1916 Ordre Martiniste-Martinéziste/ L’Ordre Martiniste de Lyon
1918 (1921) Ordre Martiniste et Synarchique
1931 Ordre Martiniste Traditionnel
1943 Ordre Martiniste des Elus Cohens/Ordre Martiniste Rectifié
1952 Ordre Martiniste de Papus
1958 Fédération des Ordres Martinistes
1960 Ordre Martiniste ( L’Ordre Martinist de Paris )
1968 Ordre Martiniste de Belgique
1968 (1975) Martinisten Orde der Nederlanden / O*M* des Pays-Bas
1968 Ordre Martiniste Initiatique
1971 Ordre Martiniste des Chevaliers du Christ O*M*C*C*
1975-1980 Hermetic Order of Martinists (U.K.)
1977 De Martinisten Orde der Nederlanden in België / O*M* des Pay-Bas in Belgium
Ordre des Chevaliers Martinistes
1982 Rose+Croix Martinist Order ( Ontario, Canada )
1989 Ordre Martiniste Hermétique de Belgique
1990 Traditional Martinist Order of the U.S.A. Inc.
1991 British Martinist Order
Rose+Croix Martinist Order ( Colorado, U.S.A. )
Cadre Vert ( Belgium )
Martinist Order of the Temple +M*O*T+
1996 (?) Ordre Martiniste S:::I::: / O*M* de Luxembourg
Ancient Martinist Order
Theurgical Martinist Order
Ordre Reaux Croix
Grand Chapitre Martiniste ( Grand Prieuré des Gaules )
?? Ordre des chevaliers Francs-maçons Elus Coens de l'Universelle Fraternité 2004 Martinist Order of New Zealand
2005 Ordre Chevaleresque De Martinist

French independent Martinist Schools and Institutes
L'Institut Eléazar1992 C.I.R.E.M. Centre International de Recherches et d'Etudes Martiniste

ITÁLIA
Ordine Martinista Napolitano
Ordine Martinista
Ordine Martinista Antico
Ordine Martinista Universali
Ordre Souverain des Chevaliers Martinistes et Elus Cohen de L’Univers
Ordine Martinista Ermetico
Ordine Martinista Kremmerziano
Ordine Martinista Operativo Tradizionale

ESPANHA
Orden Martinista
Antigua Orden Martinista ( Jurisdicción Española )

AMÉRICA DO SUL: Brazil, Chile, Argentina

O.M. & S – Ordem Martinista e Synárquica
OM Brasileira – Ordem Martinista Brasileira
A.M.O. – Antiga Ordem Martinista
O.M.C.C. (Brazil) – Ordem Martinista dos Cavaleiros de Cristo (Brasil) Orden Martinista Inicíata de ChileOrden Martinista / Orden de Templos Operativos.

.·.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

ELIPHAS LÉVI




Alphonse Louis Constant nasceu no dia 8 de fevereiro de 1810, no número 5 da rua des Fossés-Saint-Germain-des-Près (que depois se tornou rua de l'Anciene Comédie) em Paris, filho de Joseph Constant e Jeanne Agnes Beaucourt. Seu pai era sapateiro. Graças ao abade J. B. Hubault Malmaison, que havia organizado na sua paróquia, um colégio que dispensava gratuitamente o nível básico de instrução às crianças pobres, ele fez seus primeiros estudos. Depois entrou em 1825 no pequeno seminário Saint-Nicolas du Chardonnet, dirigido então pelo abade Irmão Colonna, que o teria orientado talvez já em direção ao estudo da magia.


Em 1830 tendo terminado a sua retórica, ele passou, de acordo com a regra, ao seminário d'Issy, para terminar seus dois anos de filosofia. Nesse mesmo ano, ocorreu a morte de seu pai. Depois de Issy, ele chega ao seminário de Saint-Suplice para fazer sua teologia. Lá mesmo ele é ordenado sub-diácono e tonsurado(1). Em 1835, sendo encarregado de aulas de catecismo para moças de Saint-Suplice, a jovem Adèle Allembach lhe foi confiada por sua mãe, com a missão de “protegê-la muito especialmente e de instruí-la particularmente como se ela fosse a filha de um príncipe”.

Sua mãe, católica fervorosa e esposa de um oficial suíço, havia emigrado para a França em 1830 porque a religião de sua filha lhe parecia ameaçada, e ambas viviam desde então um grande desenlace.

O jovem abade pouco a pouco foi ficando perdidamente enamorado pela sua protegida, na qual ele crê ver a Santa Virgem numa forma humana. Ele é ordenado diácono no dia 19 de dezembro de 1835, e alguns meses após ele finalmente deixa o seminário em junho de 1836 antes de receber o sacramento da ordem; mas nesse meio tempo, a jovem pela qual ele havia se apaixonado, o abandonou.

Sua velha mãe enferma, que havia colocado todas as suas esperanças nele, ficou muito triste com a saída do filho do seminário e suicidou-se algumas semanas mais tarde asfixiando-se com os gazes do seu aquecedor a carvão. A. Constant, por um momento teve a idéia de entrar na Trapa(2), mas seus amigos conseguiram faze-lo desistir. Ele passou então, um ano num pensionato perto de Paris, depois acompanha um amigo comediante ambulante chamado Bailleul, numa turnê pela província.

Em 1838, ele faz amizade com a socialista Flora Tristan, e colabora com Alphose Esquiros, que conheceu no pequeno seminário, numa revista: As Belas mulheres de Paris, que revela ao público seus dons de desenhista. Então, enquanto ele frequenta os salões em função do seu trabalho na revista, ele conheceu Honoré de Balzac, num momento de plena glória, na casa de Madame de Girardin.

Sonhando ainda em chegar ao sacerdócio, ele parte para a abadia de Solesmes, decidindo aí passar o resto dos seus dias. A abadia possuía uma biblioteca de cerca de 20000 volumes, na qual ele poderia consultar os autores originais. Ele estuda a doutrina dos antigos gnósticos, aquela dos Padres da Igreja primitiva, os livros de Cassien e de outros ascetas, os piedosos textos dos místicos e especialmente os livros de Madame Guyon. Nessa época aparece o seu primeiro livro: A Roseira de Maio (1839). Por causa de um desentendimento com o abade de Solesmes, A. Constant deixa finalmente a abadia no final de um ano, sem um centavo.

Intercedendo junto ao arcebispo de Paris, Monsenhor Affre, ele termina por obter um cargo humilde de inspetor no colégio de Juilly. Seus superiores o maltratam, e na sua angustia ele compões sobre o grande escândalo do clero e dos pensadores, A Biblia da Liberdade (1841). A obra apareceu no dia 13 de fevereiro e foi apreendida em Versailles uma hora após a sua colocação a venda. Um grande número de exemplares puderam mesmo assim, serem salvos, e o abade Constant foi preso nos primeiros dias do mês de abril.

O processo aconteceu no dia 11 de maio de 1841 e o abade foi condenado a 8 meses de prisão e 300 francos de multa. Na prisão de Saint-Pélagie, onde ele passa 11 meses (não tendo provavelmente como quitar a multa...) ele reencontra seu amigo Esquiros e o abade de Lamennais. Todos os meios são usados para fazê-lo morrer de desgosto e de miséria. Suas cartas são interceptadas para deformar o sentido, ele é acusado de se vender a polícia e ele deve, além disso, sofrer a animosidade de certos outros detentos. Ele procura na leitura, consolar-se um pouco, lendo pela primeira vez os escritos de Swedemborg. Porém seus amigos do lado de fora não o esquecem. Uma certa Madame Legrand, uma amiga muito rica de Flora Tristan, procura tornar mais suave o dia a dia do prisioneiro, trazendo a ele uma alimentação mais variada.

Saindo da prisão em abril de 1842, ele recebeu um pedido de pinturas murais para a igreja de Choisy-le-Roy, graças ao capelão de Sainte-Pélagie. Em 1843, morando no presbitério de Choisy, ele começa a escrever A mãe de Deus. Sua conduta é tão exemplar, que Monsenhor Affre decide recomenda-lo a Monsenhor Oliver, bispo de Evreux. O bispo está pronto a acolher o abade desde que ele mude o seu nome pelo de sua mãe, afim de evitar todo o escândalo em relação ao assunto A Bíblia da Liberdade.

É então o abade Beaucourt quem parte para Evreux em fevereiro de 1843. Suas qualidades aí fazem um grande sucesso e provocaram muito ciúme entre os padres da diocese. No mês de junho o jornal O Universo anunciou a morte do abade Constant, informação desmentida em seguida pelo O Popular. Em 22 de julho de 1843 aparece no O Eco da Normanadia um artigo intitulado, O novo Lazaro, no qual é revelada toda a estória do abade Beucourt. Sua identidade seu processo e sua condenação. Obrigado a sair do seminário, ele não é esquecido pelo bispo de Evreux que cuida da sua subsistência e ainda procura ajudá-lo com o pedido de uma pintura mural para um convento. Infelizmente Monsenhor Oliver está muito aflito pelo lançamento de A Mãe de Deus em 1844, e no fim de fevereiro desse mesmo ano, o abade retorna à Paris deixando sua pintura inacabada.

Ele revê sua amiga Flora Tristan, que morrerá pouco tempo depois em Lyon. Ele hesita durante muito tempo antes de publicar o manuscrito de Flora Tristan, pensando que o tornariam responsável por ele; abandona finalmente o projeto e edita o primeiro manuscrito sob o título: A Emancipação da Mulher ou o Testamento da Pária. No outono de 1844, Madame Legrand pede a ele que venha a Guitrancourt afim de assumir a educação de seus filhos. Ele fica lá durante um ano e depois retorna a Paris e lança o seu manifesto pacífico, inspirado por Silvio Pellico: A Festa-Deus ou o Triunfo da Paz Religiosa (1845).

As idéias utopistas e humanitárias da época o absorvem então inteiramente. Dois movimentos principalmente suscitaram de sua parte, profundas e longas meditações: O Santo-Simonismo e o Fourierismo.

“A escola Santo-Somoniana, apesar de suas grandes qualidades, sempre me provocou uma viva repulsão. Eles tem a verdadeira religião exceto o espírito de piedade; a mulher livre da qual eles falam me faz horror e eles não podem compreender a caridade já que eles desconhecem o amor. Eles são frios como o industrialismo, cortantes, déspotas e calculistas. Eu me irrito quando eu os vejo tocar nossas grandes verdades que a sua secura de coração compromete e profana. Enfantin tem certamente percepções notáveis mas ele é pleno de egoismo e de fatuidade” (correspondência com o barão Spedaliere).

“Fourrier retornou o sistema de Swedenborg, para criar sobre a terra o paraíso das atrações proporcionais às destinadas. Por atração ele compreendia as paixões sensuais às quais ele prometia uma expansão integral e absoluta. Deus, que é a suprema razão, marcou com um celo terrível essas doutrinas reprovadas: Os discípulos de Fourrier haviam começado pelo absurdo e terminaram pela loucura”(História da Magia).

Em 1845, no Livro das Lágrimas, ele desenvolve pela primeira vez, noções esotéricas. Durante este período ele compõe também canções e ilustra duas obras de Alexandre Dumas: Luiz XIV e seu século e Conde de Monte Cristo. Adele Allembach, tornou-se artista e vinha vê-lo frequentemente. Ela conservava sempre a mesma admiração pelo seu “paizinho” cujo trajeto ela acompanhou até a última morada.

A. Constant habita algum tempo em Chantilly e depois volta a se fixar em Paris, no número 10 da rua Saint-Lazare. Ele torna-se amigo de Charles Fauvety e os dois fundam em 1845 a revista mensal: A Verdade sobre todas as coisas que só apareceu durante quatro meses.

Desde seu retorno de Evreux, ele ia frequentemente a Choisy-le-Roi onde ele havia encontrado em 1843 a senhorita Eugénie Chenevier, sub-diretora da Instituição Chandeau. Entre as pensionistas da instituição se encontrava a jovem Marie-Noémie Cadiot a quem Eugénie tinha uma ligação de amizade. Quando as duas jovens saiam aos domingos, A. Constant acompanhava-as, e eles passavam os três bons momentos juntos.

Eugénie Chenevier aceitou ser sua mulher perante Deus. Confiante no futuro, ela já se havia entregado a ele e esperava um filho. Esse filho Xavier Henri Alphonse Chenevier, que nasceu no dia 29 de setembro de 1846, viveu até 1916 e teve também um filho, Pierre (pela linhagem de Eugénie a descendência de Eliphas Lévi representa, atualmente, mais de 40 pessoas na sexta geração)
Mas Marie-Noémie Cadiot apaixonou-se... Depois de ter mantido uma correspondência inflamada com A. Constant, ela foge um belo dia da casa de seus pais para se refugiar na pequena casa dele. Seu pai exige então que se casem, sob ameça de desvio de menor porque a jovem só tinha 18 anos. A. Constant teve que se resignar.

A cerimonia civil aconteceu na sede do conselho municipal da décima circunscrição administrativa, no dia 13 de julho de 1846. A familia Cadiot não quis dar dote a Noémi, e os dois ficaram de tal forma destituídos de recursos que eles prepararam sua refeição com alguns centavos de batatas fritas compradas na Ponte Nova.

Desde o “assunto” de A Bíblia da liberdade em 1841, A. Constant era impedido de expressar seu pensamento sendo negado a ele escrever para jornais. Por sugestão de Noémi ele se põe a fazer política. Ele colabora notadamente na A Democracia Pacífica e escreve um panfleto virulento, A voz da Miséria. No dia 3 de fevereiro de 1847, ele é condenado ainda a um ano de prisão e 1000 francos de multa. Sua mulher intercede por ela e o filho que ela espera junto aos ministérios e obtém finalmente a sua libertação no final de 6 meses. Madame Constant dá a luz em setembro de 1847 à uma menina, Marie. A pequena Marie morre em 1854 com a idade de 7 anos para grande desespero de A. Constant que a adorava.

A revolução de fevereiro de 1848 deu a ele mais liberdade, começando assim a dirigir uma revista de esquerda: O Tribuno do Povo que só teve quatro números, do dia 16 ao 30 de Março de 1848. Ele funda, em seguida, com seus amigos Esquiros e Le Gallois um clube político: O clube da Montanha, composto principalmente por trabalhadores. Chegam as jornadas de junho, insurreição das classes trabalhadoras pela reação para fazer morrer a república que nascia. O dia 23 de junho de 1848 foi quase fatal a A. Constant: foi fuzilado, acreditando-se ter ligações com ele, um vendedor de vinho que se assemelhava a ele, na esquina da rua Saint-Martin e da rua de Arcis. No dia 24, Monsenhor Affre querendo apaziguar os insurgentes recebeu um tiro e morreu três dias mais tarde. A. Constant desejaria representar o povo na Assembléia Nacional, mas sua tentativa fracassou. Seu amigo Esquiros foi em compensação eleito no dia 13 de maio de 1849, e os dois homens não se frequentaram mais.

O Testamento da Liberdade 1848, que resume suas idéias politicas, será sua última obra do gênero. Nessa época, Madame Constant, que já havia publicado na revista de seu marido e frequentado o Clube das Mulheres de Madame Niboyet, se lança no mundo parisiense. Ela escreve no A Algazarra e o Moritor da Noite, novelas literárias, sob o pseudônimo de Claude Vignon (tirado de um romance de Balzac). Este é um período de relativo bem estar para o casal. Noémie toma aulas do célebre escultor Pradier, e graças à essa alta relação, A. Constant obtém dois pedidos de quadros do Ministério do Interior.

Paralelamente, ele lê a Cabala Desnuda de Knorr de Rosenroth, estuda os escritos de Boheme, Saint-Martin, Swedenborg, Fabre d'Olivet, Chaho e Goerres.

No final de 1850, ele encontra o abade Migne, fundador e diretor da livraria eclesiástica de Montrouge, que pede a ele um Dicionário da literatura cristã, para sua coleção. Surgindo em 1851, essa obra surpreende pela ciência profunda que ela encerra. Nessa época A. Constant encontra o sábio polonês Hoëné Wronski, cuja obra lhe proporciona uma impressão duradoura e o orienta em direção ao pensamento matemático assim como ao messianismo napoleônico. Começa então a escrever o Dogma e Ritual da Alta Magia. Ele toma então o pseudônimo de Eliphas Levi, ou Eliphas Levi Zahed que é a tradução em hebreu de Alphonse Louis Constant.

“A fé é somente uma superstição e uma loucura se ela não tiver a razão por base, e só podemos supor o que não soubemos pela analogia como o que conhecemos. Definir o que não se sabe é uma ignorância presunçosa; afirmar positivamente o que se ignora, é mentir.”(Dogma e Ritual da Alta Magia, página 360)(3)

Madame Constant, que tinha uma ligação com o Marques de Montferrier (cunhado de Wronski) já há algum tempo, fugiu um dia para não mais voltar. Profundamente magoado, ele se dedica ao trabalho para tentar escapar ao desgosto.

Na primavera de 1854, ele retorna a Londres, onde encontra o Dr. Ashbruner e Sir Edward Bulwer-Lytton, célebre autor de romances fantásticos (Zanoni, o Mestre Rosa-Cruz é sua obra mais conhecida) que torna-se seu amigo e o faz ser admitido no seio dos círculos rasacruzes. Encorajado por uma amiga dele, iniciada de alto grau, ele tenta uma série de evocações. Durante uma delas, o fantasma de Apolônio de Tiana aparece a ele, indicando-lhe o lugar em Londres onde ele poderia encontrar seu “Nuctemeron” (cf. A narração de sua estadia na Inglaterra, em Dogma e Ritual da Alta Magia páginas 132 à 135)(4). Entretanto Eliphas Levi se manterá sempre oposto às experiências de magia. Quando mais tarde ele teve alguns discípulos, ele os fez prometer de jamais tentarem a menor experiência que fosse e de só se ocuparem da parte especulativa da filosofia oculta.

A senhorita Eugénie Chenevier estava em Londres já há alguns anos onde ela ganhava com dificuldade para educar seu filho. A. Constant escreveu uma carta a ela para pedir-lhe perdão e o obteve. Durante esse tempo em Paris, seu amigo Adolphe Desbarolles, faz com a ex-Madame Constant os arranjos necessários e retira da casa dela os objetos pessoais do Mestre.

De volta à França em agosto de 1854, Eliphas se hospeda durante algum tempo na atelier de pintura de seu amigo Desbarolles, depois habita num modesto quarto de estudante no primeiro andar do número 120 do boulevard de Montparnasse onde ele termina o Dogma e Ritual da Alta Magia que aparece de 1854 à 1856. Então começa o sucesso, mas não a fortuna.

Em 1855, ele funda com Fauvety e Lemounier a Revista Filosófica e Religiosa que durará três anos e na qual ele escreve numerosos artigos sobre a Cabala abandonando um pouco a filosofia oculta, ele põe-se a compor canções uma delas na qual ele compara Napoleão III à Calígula o faz voltar mais uma vez à prisão. Mas, alguns dias após seu encarceramento ele escreve uma outra canção onde ele explica satiricamente que os juízes cometeram um equívoco: ele jamais comparou ninguém a Calígula, e faz chegar isso ao imperador que o perdoa. De abril à junho de 1856 ele publica canções no O Mosqueteiro de Alexandre Dumas garças a Desbarolles.

No dia 3 de janeiro de 1857, um acontecimento sangrento mergulha Paris em estupor. O arcebispo de Paris, Monsenhor Sibour é assassinado por um padre que teve seus direitos interditados, Louis Verger, quando inaugurava a novena de Santa-Genoveva em Saint-Etienne-du-Mont. Nas duas noites anteriores, Eliphas havia tido um sonho premonitório que terminava pelas palavras: “venha ver teu pai que vai morrer!” Estando seu pai morto há muito tempo ele não compreendeu logo o sentido. No dia três de janeiro por volta das quatro horas da tarde, Eliphas estava entre os peregrinos que assistiam ao ofício no final do qual o arcebispo devia morrer.

Porém, lendo mais tarde a descrição do assassino nos jornais, ele se lembra de um padre pálido encontrado com Desbarolles um ano antes na casa de Madame A. e que procurava o livro, o grimório de Honorius. Esse episódio é relatado em detalhes no A Chave dos Grandes Mistérios (1861), páginas 139 à 151.(5)

Após três anos passados no boulevard de Montparnasse, ele vai morar no n° 19 Avenida do Maine, por volta de junho de 1857. O quarto ensolarado que ele decora aproveitando seus talentos de artista, verá os sete melhores anos de sua vida.

Em 1859, a publicação da História da Magia lhe rende 1000 francos, o que era considerado uma boa quantia para a época, e o consagra atraindo-lhe a maior parte dos esoteristas franceses (notadamente Henri Delaage, Luc Desages, Paul Agnez, Jean-Marie Ragon, Henri Favre, e o Dr. Fernand Rozier, que será encontrado mais tarde do lado de Papus). Ele conheceu também o cartomante Edmond e o magnetizador Cahagnet.

Solicitado por seus amigos Fauvety e Caubet; ele entra na Maçonaria. Iniciado em 14 em Março de 1861 na loja Rosa do perfeito Silêncio, da qual Caubert era o Venerável, ele declara no seu discurso de recepção:

“Eu venho trazer à vós as tradições perdidas, o conhecimento exato de vossos sinais e de vossos emblemas, e em seguida, vos mostrarei o objetivo para o qual vossa associação foi constituída...” (Caubet, Lembranças; Paris, 1893).

A cerimônia teve lugar na presença de um grande número de Irmãos a quem ele tentou explicar que o simbolismo Maçônico veio da Cabala. Mas foi inútil, não acreditaram nisso.
Nesse meio tempo, a senhorita Eugénie Chenevier e seu filho voltam a Paris e Eliphas diz que deseja se ocupar da criança. A mãe cede a esse desejo, mas um desentendimento acontece em 1867 por questões financeiras e ele não verá nem a mãe nem o filho até sua morte. Em 1861, ele publica A Chave dos Grandes Mistérios, última parte da trilogia começada com História da Magia e Dogma e Ritual da Alta Magia.

O Mestre trabalhou muito, iniciando nas Ciências Ocultas eruditos pertencentes à mais alta aristocracia, e mesmo o bispo de Evreux, Monsenhor Devoucoux, a quem ele dá lições de Cabala. Graças ao pagamento de suas lições, ele vive num relativo conforto material, enriquecendo sempre sua biblioteca. Com o conde Alexandre Branicki, hermetista, ele tem exito com algumas experiencias convincentes da Grande Obra, num laboratório instalado no castelo Beuregard, em Villeneuve-Saint-Georges. Esse castelo pertencia a viúva de Honoré de Balzac e Eliphas tornou-se também amigo do genro de Madame de Balzac, o conde Georges Mniszech. O castelo saqueado pelos prussianos em 1870, é, hoje em dia, a sede do conselho municipal de Villeneuve-Saint-Georgs.

Em maio de 1861, ele volta a Londres, acompanhado do conde Alexandre Branicki para passar alguns meses perto de Bulwer-Lyton que é o presidente da Socidade Rosacruz de Londres naquele ano. Durante esta segunda temporada, Eliphas Lévi faz várias visitas a Eugène Vintras, que lhe havia enviado dois de seus discípulos para convida-lo em anos anteriores. Ele o considera não como um profeta, mas como um médium singular, um interessante caso de estudos, e compra para ele mesmo, seu livro O Evangelho Eterno.

Em Julho de 1861, o barão italiano N-J Spedalieri havia comprado num livreiro de Marselha, o Dogma e Ritual da Alta Magia e decidira fazer contato com o autor. Segui-se a isso uma correspondência de mais de 1000 cartas que durou de 24 de outubro de 1861 à 14 de fevereiro de 1874. É um curso único de Cabala, preciso, cheio de figuras explicativas e anedotas. Spedalieri foi um dos mais importantes “mecenas” do professor de Ciências Ocultas.

De volta a Paris, Eliphas Lévi publica O feiticeiro de Meudon dedicado á Madame de Balzac. Desde sua volta de Londres, ele assiste regularmente às reuniões maçônicas da loja Rosa do perfeito Silêncio. No dia 21 de agosto de 1861, ele recebe o grau de Mestre.

Em seguida a um longo discurso sobre os Mistérios da Iniciação que ele fez no mês seguinte, um irmão, o professor Geneval, querendo apresentar algumas observações sobre o que acabava de ser dito chocou-se aos protestos de Eliphas que se retirou e não apareceu mais na loja. As tentativas de Caubert para faze-lo voltar atrás nas sua decisão, no dia seguinte, não surtiram efeito. A loja Rosa do perfeito Silêncio ficará adormecida em 1885, mas não procuremos trazer nela, como Oswal Wirth, uma relação de causa e efeito.

“Eu cessei de ser Franco-Maçon porque os Franco-Maçons, excomungados pelo Papa não acreditavam mais dever tolerar o catolicismo.”(O Livro dos Sábios)

No dia 29 de agosto de 1862 aparece Fabulas e Símbolos, obra na qual Eliphas Lévi analisa os símbolos de Pitágoras, dos evangelhos apócrifos, do talmude... etc. Algumas vezes ele frequenta, incógnito, as reuniões espíritas para se documentar. Pierre Cristian, autor do estranho romance O Homem vermelho das fabricas de telhas, foi vizinho de Eliphas e aproveitou suas conversas e suas lições todas benévolas.
Em 1863, morre Louis Lucas, químico iniciado nos segredos de hermes, discípulo de Wronski e amigo de Eliphas. Seus escritos contém a primeira síntese científica que alia Ciência Oculta e Ciências experimentais. Ele foi o inventor de um aparelho capaz de medir o equilíbrio do magnetismo vital, que ele chamava de biômetro. Esse aparelho encontrou uma bem curiosa utilização; um aparelho muito similar faz com efeito parte da panóplia dos cientólogos.

No dia 15 de maio de 1864, Eliphas muda-se para um três cômodos no 2° andar do número 155 rua de Sèvres, sua última residência. Em 1865 aparece A Ciência dos Espíritos conjunto de ensaios tratando de novo do simbolismo dos Evangelhos apócrifos, do Talmud... etc. (absolutamente nada a ver com o espiritismo). No verão de 1865, o editor Larousse lhe pede para escrever alguns artigos de Cabala para seu Grande Dicionário. Ele trabalha ao mesmo tempo em uma obra soberba, mas de um valor histórico contestável, O Livro dos Esplendores que trata principalmente da Cabala do Zohar e que só aparecerá após a sua morte.

Nessa época ele começa a sentir com frequência, dores nevrálgicas na cabeça, que o fazem sofrer muito. Durante o cerco de Paris em 1870, sua vida foi muito penosa, porque estando cortadas as ligações com a província, ele não podia mais receber subsídios da parte de seus alunos. A dureza do seu serviço como Guarda Nacional revela uma doença do coração. Uma vez a comuna terminada o Mestre totalmente desprovido de recursos uma vez mais, encontra na casa de uma de suas alunas, Madame Mry Gebhard, que morava em Elberfeld, Alemanha, uma longa e calorosa hospitalidade. Os acontecimentos lhe inspiram alguns pensamentos que ele reúne sob o título de As Portas do Futuro.

Quando ele retorna da Alemanha, ele fica sabendo da morte da mulher do barão Spedalieri. A morte dela afeta de tal forma o barão que ele crê tornar-se materialista e ateu terminando por se afastar do Mestre. Em dezembro de 1871, Eliphas Levi termina um outro manuscrito: o Grimório Franco-Latomorum, consagrado à explicação dos ritos da Franco-Maçonaria. No outono de 1872, sua ex-mulher, escritora e escultora a partir de então muito conhecida, se casa com o deputado de Marselha, Maurice Rouvier que se tornará Ministro do Comércio. Porém sua saúde continua a piorar. Por causa de um problema cardíaco ele fica sujeito a desmaios durante os quais ele diz ter visões profundas. Durante o ano de 1873, ele termina o manuscrito do Evangelho da Ciência.

Em novembro de 1873, Judith Mendes, filha de Theofilo Goutier, havia tido necessidade para um dos seus romances orientais, de informações sobre a Cabala Caldea. A fama a conduziu diretamente à Eliphas Lévi, que convidado um dia a ir à casa do pai dela, havia previsto à jovem seus sucessos futuros, lendo sua mão. Seu marido Catulle Mendes apresentou Eliphas ao escritor Victor Hugo que parecia conhecer as obras do Cabalista e as havia mesmo apreciado.

O ano de 1874 foi muito doloroso a passar: uma bronquite bastante grave, sufocamentos, e uma febre persistente não lhe permitiam nenhum repouso. Sua pernas começaram a inchar e um tipo de elefantíase logo se instalou. Em janeiro de 1875, o Mestre termina o seu último manuscrito: O Catecismo da Paz. No dia 31 de maio de 1875 ele morreu no n°155 da rua de Sevres, com a idade de 65 anos. Ele foi enterrado no cemitério de Ivry, uma simples cruz de madeira marcando o local de seu túmulo. Em 1881 seu corpo foi exumado e seus restos colocados numa fossa comum.

Agradecimentos à M. Paul Chenevier, descendente direto de Eliphas Levi, pelo seu precioso complemento de informações:


Alphonse Chenevier (Xavier Henri Alphonse Chenevier), filho de Eugénie, não foi reconhecido pelo seu pai natural, e é então nascido de pai desconhecido, pelo cartório civil. Ele foi educado principalmente pelo seu tio (Pierre Lemaître, esposo da irmã de Eugénie), porque sua mãe para satisfazer suas necessidades e as de seu filho, foi trabalhar na Inglaterra como governanta e professora de francês; em 1860, ele passou 1 ano na casa de seu pai natural que se havia separado de sua mulher (Noémi Cadiot) há 7 anos (um ano antes da morte da filha deles, Marie, morte que afetou a saúde mental de Noémi).

A desunião definitiva que ocorreu em 1861 entre Alphonse Constant e Eugénie Chenevier (por causa de uma sórdida estória de dinheiro) o separou de seu pai que ele só reviu em seu leito de morte. Em 1865 Madame Constant obteve perante um tribunal civil, um julgamento de nulidade do casamento que ela havia impetrado sob a acusação de que o estado religioso de Alphonse Constant impedia o casamento (lei orgânica da Concordata de Germinal ano X). De fato a ata do casamento não existe mais. Tornou-se mecânico-serralheiro (operário mecânico de cofres fortes na Fichet) Alphonse Chenevier e casou-se com Marie Octavie Lefèvre, florista do seu estado em 1868 e teve uma filha em 1869, Marguerite (que morreu em 1901) no dia 6 de novembro de 1888, 19 anos após Margerite, nasceu o filho deles, Pierre Chenevier, em Paris, no 15° distrito (Cité Talma, tornou-se hoje a rua Dalou). Pirre foi provavelmente um “presente tardio” da Providência para seus pais, porque sem ele, Eliphas Lévi não teria tido nenhuma descendência direta (ou conhecida).

Pierre Chenevier foi um aluno estudioso e brilhante. Ele passou em grandes concursos (Politécnica, Normal), e escolheu a Escola Normal de Matemáticas. Tornou-se professor e fez uma maravilhosa carreira, ensinou matemáticas especiais à Louis Le Grand bastante jovem e seus livros de cursos de matemáticas que tiveram um sucesso considerável nas livrarias escolares dos anos 30, foram tidos como de grande valor até o inicio dos anos 50. Tornou-se inspetor geral e foi apresentado antecipadamente à liberação por haver ocupado cargo técnico no Ministério da Educação Nacional sob Vichy. Ele morreu no dia 8 de novembro de 1977.

Pierre Chenevier teve 4 filhos: Jean, Hélène, Henri e Claudette. Jean nasceu no dia 30 de abril de 1918, teve uma escolaridade brilhante e saiu Major da Escola Politécnica em 1939 fazendo uma marcante carreira na indústria petrolífera entre 1947 e 1978, sempre participando ativamente em atividades extra-profissionais (e benévolas) dirigidas a formação e a prospectiva (ele fundou entre outras o instituto da Empresa com François Dalle, e presidiu o CRC – Centro de Pesquisa de Chefes de Empresas – durante mais de 20 anos). Casado em 1941 com Andrée Dontot, a mais jovem agregada de matemática do seu tempo, ele teve nove filhos (todos vivos). Jean morreu no dia 20 de Julho de 1998, no seu 80° ano, na confiança de uma fé cristã radiante, colocada em prova na sua doença (Parkinson).

Jean, foi meu pai (eu sou o 3° dos seus 9 filhos) e o retrato de Eliphas Lévi, pintado por Ch. Revel em 1874, está sempre na casa de nossa mãe, em Versailles. Pela linhagem de Eugénie, a descendência de Eliphas Lévi representa hoje em dia mais de 40 pessoas, na 6° geração.

Esta biografia foi traduzida do original francês que consta no site: http://www.la-rose-bleue.org/
.·.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Valentin Tomberg

Valentin Tomberg
(27 Fev 1900 – 24 Fev 1973).

Nasceu no seio de uma família luterana em São Petesburgo, Rússia. Na adolescência inclinou-se ao Martinismo hermético de G.O.Mebes assim como a Teosofia e o misticismo ortodoxo ocidental. Sua mãe foi assassinada por saqueadores durante a revolução russa, a qual depois Valentin e seu pai deixaram rumo a Tallinn, Estonia onde Tomberg estudou línguas e religiões comparativas na Univerdade de Tartu. Como um jovem homem foi fortemente influenciado por Vladimir Soloviev e teve uma experiência pessoal da Sophia em uma Catedral na Holanda.

Em 1925 ele se afiliou a Sociedade Antroposófica, a qual sob auspícios palestrou na Holanda e Inglaterra e escreveu sobre sua compreensão da Bíblia, Antroposofia, e o Cristianismo Esotérico. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele abandona a Sociedade Antroposófica e em sua luta interna, converte-se ao catolicismo.

Em 1948 muda-se para a Inglaterra onde se torna tradutor da BBC e monitor de informações soviéticas durante a guerra fria, enquanto continua sua devoção em práticas meditativas, escrevendo suas inspirações esotéricas.

Em 1960 retira-se em Reading próximo ao Rio Thames. Morre durante suas férias em Majorca. Seu mais conhecido trabalho publicado póstumo é “Meditações sobre os 22 Arcanos do Tarot”, escrito anonimamente.
.·.

PARA SER UM VERDADEIRO MARTINISTA




Nosso Muito lembrado e Amado Irmão Dr. Gérard Encausse (Papus), traçou a síntese dos princípios fundamentais do Martinismo, para entregá-la à meditação dos Homens de De­sejo que aspiram à Iniciação Martinista. Ainda Hoje constituem a doutrina fundamental da Ordem:

1º) - Escolher sempre um local onde a oração se pratique, qualquer que seja o culto.

2º) - Recordar que nem sempre os Verdadeiros Mestres são excessivamente aficionados aos livros e que colocam a sensibilidade e a humildade acima de toda ciência. Desconfiar dos Pontífices e dos homens que se dizem perfeitos.

3º) - Não alienar jamais a liberdade por um juramento que a prenda, provenha ele do clero ou de uma sociedade secreta; só Deus tem direito a receber um juramento de obedi­ência passiva.

4º) - Recordar que todo poder invisível vem do Cristo, Deus encarnado através de todos os planos. No invisível, não ficar jamais em relação com um ser astral ou espiritual que não reconheça desta maneira Cristo. Não buscar a obtenção de "poderes", mas aguardar que o Céu decida se sois dignos deles.

5º) - Não julgar as ações dos outros e não condenar o próximo. Todo espiritualista, em razão das provas que a vida vai colocando em seu caminho por causa dos sofrimentos que deve enfrentar ou em virtude de sua filosofia, seja cristão, israelita, muçulmano, budista ou livre pensador e, em geral todo ser humano, conta com as faculdades necessárias para evoluir ao Plano Divino. Julgar é próprio do Pai e não dos homens...

6º) - Ter a certeza de que o ser humano jamais é abandonado pelo Alto, mesmo em seus momentos de negação e de dúvida. Lembrar que nos encontramos no plano físico com a finalidade de servir os demais e não para satisfazer nossos próprios fins egoístas.

7º) - Recordar que a purificação física, recorrendo a um regime especial, constitui uma atitude infantil se não se apoiar na purificação astral, na caridade, no silêncio, na purifica­ção espiritual e no esforço perseverante de não pensar nem falar mal do próximo. Saber muito bem que a Oração, que proporciona Paz ao Coração, é preferível a toda magia que so­mente traz orgulho.


O homem deve optar entre dois mestres. Deixando de lado o príncipe deste mundo, o Martinismo elegeu e quis consagrar-se a Cristo, por cima de toda classe de clere­zias. É como uma Cavalaria Laica do Homem-Deus. Sua finalidade: desenvolver, em quem vem à Ordem Martinista, o coração e os sentimentos para que aprenda a amar. São seus meios de ação: a pobreza , o silêncio , a paciência , a Fé .

O Deus em que crêem os Martinistas é o Senhor dos Tempos. Os que quiserem ver, verão. Os que chamarem poderão entrar. O Martinismo abre suas portas a todos os ho­mens e mulheres de boa vontade. E ... como presente de boas vindas, lhes dá o que há de mais precioso em meio dos tormentos, dos infortúnios e das desgraças: A PAZ DO CORAÇÃO!


.·.